Criadores de The OA lançam nova série: Assassinato no Fim do Mundo, na Star+

Criadores de The OA retornam com mistério que mistura Agatha Christie e a nova geração. Assassinato no Fim do Mundo está na Star+.

Assassinato no Fim do Mundo

O termo “sci-fi” vem de “science fiction” e é utilizado para designar obras de ficção científica. Dentro deste gênero há um grupo menor, mas que vem ganhando atenção nos últimos anos: o “lo-fi sci fi”. Em outras palavras, é a ficção científica “low”, barata, independente. Nestes filmes e séries, geralmente há foco em roteiros cerebrais, de grades plots e ideias, e limitação de cenários, elenco e efeitos. Brit Marling e Zal Batmanglij, criadores de The OA, se encaixam neste subgênero e estão de volta com Assassinato no Fim do Mundo.

Nomes respeitados no nicho, Marling e Batmanglij já estiveram envolvidos, juntos ou separados, em títulos como A Outra Terra, Soud of my Voice, I Origins, entre outros. Depois de surpreenderem o mundo televisivo com o sucesso The OA, a dupla retorna com uma nova série que chega ao Brasil pelo Star+. Depois de verem seu primeiro programa ser cancelado pela Netflix (uma decisão chocante da empresa), os roteiristas parecem percorrer um caminho mas palatável, mas com vários mistérios a serem desvendados.

Agatha Christie para a geração TikTok

Na trama de Assassinato no Fim do Mundo, um grupo seleto é convidado por um bilionário para uma festa em um local distante, gélido e isolado. São pessoas importantes, pesquisadores, influenciadores, etc. Entre eles está Darby, uma hacker que virou escritora e é especialista em investigar “cold cases”, ou seja, casos já encerrados por falta de prova, aparentes resoluções, etc. A jovem ainda não sabe ao certo porque foi selecionada, tampouco entende os motivos da festa e seus organizadores. Tudo piora quando um convidado aparece morto.

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Marling e Batmanglij, então, colocam em prática aquilo que sabem bem, e misturam na forma clássica do mistério as batidas que já trouxeram em outras criações. Assim, Darby é uma jovem da geração Z, uma hacker que é escritora que é detetive que faz isso, isso e aquilo. Há os costumeiros comentários ambientais que permeiam suas filmografias em maior ou menor grau. Assim como a influência dos ricos e das grandes corporações, geralmente mostradas como grupos vis e mergulhados em mistérios.

Assassinato no Fim do Mundo: Faltou o tempero da loucura

Apesar de tudo, Assassinato no Fim do Mundo é uma teia menos emaranhada que The OA, por exemplo. Existe espaço para muitas teorias, mas é possível tatear neste terreno. Há alguma luz distribuída pelo caminho e, pelo menos no início, há pouco ou nenhum elemento sobrenatural. A parte da ficção científica fica à cargo do isolamento, dos organizadores sem origem, de algumas referências breves (uma das convidadas, vivida por Alice Braga, estuda a possibilidade de vida na lua). Em resumo, é uma peça menos doida que The OA.

Na liderança, Emma Corrin vive um papel mais confortável e menos sisudo que o de Diana em The Crown. Já Clive Owen parece se divertir na pele do bilionário misterioso. Os outros elementos desta festa precisam ser mais e melhor desenvolvidos para que possamos tirar maiores conclusões. No fim, contudo, Assassinato no Fim do Mundo é um mistério bacana, mas que merecia mais tempero, mais loucura e excentricidade.

Nota: 3,5/5

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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