Crítica: 22×11 de Law & Order: SVU acerta novamente ao trazer crimes de ódio
Em mais um episódio (22x11) falando sobre sobre crimes de ódio, Law & Order: SVU, da NBC, acerta em cheio mais uma vez com muita propriedade.
Boa fase continua
Como bom inimigo da famigerada zona de conforto deveríamos estar irritados com o episódio de Law & Order: SVU dessa semana. Afinal, acredito que só teremos um grande drama digno de Emmy, caso os roteiristas estejam dispostos a se desafiar.
Contudo, caso a produção de Law & Order: SVU entenda que seu futuro será continuar trazendo narrativas ao redor de justiça social, assim como pautas antirracismo, contém comigo para tudo. Isso porque temos um episódio dedicado a crescente ameaça de grupos extremistas. E para melhorar ainda mais, saibam que o roteiro foge do lugar comum na abordagem do tema.
Em Our Words Will Not Be Heard, temos duas jovens sorridentes que se viram para ganhar um dinheiro e investir na carreira de cinema. A solução? Ganhar dinheiro na rua, soltando a voz. O problema é que tal atividade faz com que fiquem expostas para todo o tipo de pessoa. Ainda mais que uma delas é uma ativista por justiça social e melhor representação de mulheres negras. Tal ligação faz com que as as vítimas do episódio sejam sequestradas, forçadas a realizar atos sexuais numa gravação amadora e outras barbaridades. Por meio de contatos, o caso chama atenção da unidade de vítimas especiais e a investigação começa.
Mesmo tema. Nova narrativa.
Quem assistir o episódio vai saber que o sequestro foi realizado por um grupo de extrema direita. Mas aí vem a dúvida: o quão real é a ideia de ter um grupo extremista atuando em Nova York? Ainda mais em Manhattan, bairro que Donald Trump conquistou apenas 12% dos votos? De acordo com o Southern Poverty Law Center, há incríveis 37 grupos atuando no estado de Nova York. Aprofundando ainda mais, são dois grupos de supremacistas brancos na cidade de Nova York. É chocante, repugnante e extraordinário. Diante desses dados, o foco do episódio é fundamental e necessário.
Apesar das dificuldades que a TV aberta impõe, o roteiro se sai bem em capturar a atenção do telespectador. Não há tortura explícita, mas o bom trabalho da direção faz com que os atores sejam capazes de transmitir a emoção. Por mais desafiador que seja, há apenas acertos na missão de chamar atenção para tudo o que vem acontecendo. Nossa protagonista, Mariska Hargitay, também é responsável pelo episódio ser tão positivo. A performance da atriz alcança seu melhor momento na temporada. A visceralidade na qual ela se entrega, é palpável e reverenciável.
E não é só isso….
Ao mesmo tempo que há um acerto na narrativa principal, o texto também impressiona na condução das histórias paralelas. Para ser mais preciso, aquela onde o jovem negro violentado lá na Season Premiere busca reparação da cidade. A conversa entre Jayvon Brown (Blake Moris) e Olivia (Mariska) é superficial. Principalmente à luz das discussões que atualmente acontecem no Senado americano sobre imunidade qualificada e outros assuntos. Entretanto, a série volta a vestir seu manto de responsabilidade para liderar a conversa.
Lembro que a série estreou (1999) num tempo que ainda nem se falava sobre brutalidade policial. E que muitos apontam como uma das responsáveis por cristalizar a imagem de que forças policiais serão sempre infalíveis. Sendo assim, vejo como positivo o diálogo. Seria importante que outras produções seguissem o exemplo de Law & Order: SVU.
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