Crítica: 22×12 de Law & Order: SVU discute saúde mental na pandemia
Num episódio diferente dos dois anteriores, Law & Order: SVU surpreende ao parar e discutir saúde mental nesse tempos difíceis.
Diferente, mas essencial
Um ponto que sempre repito quando critico Law & Order: SVU é em relação a necessidade de sair da zona de conforto. Afinal, a série está há vinte e dois anos no ar. Não há problema de sentar e relaxar e alguns momentos. Contudo, para um drama que flerta em continuar desafiando o tempo e se manter na programação por mais alguns anos, é essencial desafiar-se constantemente.
E a boa notícia é que, no episódio desta semana, o roteiro conseguiu surpreender. Fez uma pausa para tratar de um tema importantíssimo: saúde mental na pandemia. Foi lindo, emocionante e extremamente necessário.
Em In the Year We All Fell Down, vemos Olivia pronta para ir trabalhar. Entretanto, o dia está tão bonito que ela resolve dar uma volta pelo quarteirão. Aproveita para passar pelo restaurante famoso da rua para comprar comida. O problema é que, assim que se aproxima, percebe que algo está acontecendo ali. A polícia cerca o local e a Capitã Benson logo é informada sobre uma situação envolvendo reféns. Como conhece a dona do estabelecimento, Vanessa (Sarita Choudhury, sempre incrível) entra e tenta resolver a questão. A má notícia, contudo, é que ela logo se torna refém.
Mudança de Foco
Pela breve síntese que apresentei, é possível que o leitor se pergunte: nossa, o que há de genial nisso aí? Realmente, não há nada de novo. A própria CBS, é importante lembrar, exibiu no passado um título chamado Ransom, que trazia narrativa exclusivamente sobre reféns.
Permitam-me, porém, ressaltar que a abordagem do roteiro é que faz toda diferença. Além de usar a pandemia como um excelente pano de fundo, a série ainda propõe uma discussão ainda mais profunda. Falar sobre saúde mental, o que é ótimo.
Contudo, eu pergunto: e a saúde mental da mulher madura? Aquela que ‘precisa’ cuidar da casa, família, mãe idosa e do negócio que paga as contas e ainda promove o emprego e renda para o bairro? É essencial e necessário discutirmos a partir desse prisma, afinal, são essas mulheres que são maioria da população e que fazem a economia girar. Onde estão os planos de incentivos fiscais para esses micro e pequenos negócios continuarem com as portas abertas? Tanto nos Estados Unidos (sob Trump) e no Brasil, esse apoio foi inexistente.
É sobre isso
Razão pela qual eu avalio esse episódio como essencial e incrivelmente bem bolado. É verdade que os roteiristas apelam para o sentimentalismo, mas qual outra forma de abordamos essas histórias nesses tempos que vivemos? Acredito que só há uma maneira: a forma humana, que sente, que chora e que busca, ou pelo menos deveria se colocar no lugar do próximo.
Não acredito que a mensagem foi: faça seu locatário refém e salve o dia. Não. A ideia é: se puder, consuma no negócio do seu bairro. Se tiver condições, ajude alguém que precisa. E nunca, nunca mesmo, julgue a dor do outro.
Em suma, Law & Order: SVU impressiona mais uma vez com um roteiro sério, coerente e extremamente necessário nesses tempos. O papel e a relevância da TV aberta são desafiados constantemente, principalmente agora com, a cada semana, um novo streaming. A série nos mostra que discussões importantes como essa fazem toda a diferença, quando se pensa em entretenimento de massa.
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