Crítica: 3ª temporada de Scream demonstra um reboot precipitado
Review da terceira temporada de Scream, agora exibido em três noites, pelo canal VH1.
Buscaram Scream no churrasco!
Passados mais de dois anos, a novela envolvendo a terceira temporada de Scream finalmente chegou ao fim! Para quem não se lembra, a série passou por uma reformulação após o término de seu segundo ano. Na época, a MTV anunciou um reboot, com nova história e novos personagens, em que dividiu opiniões por parte do público.
Depois de diversos problemas contratuais, a atração enfim teve seu terceiro ano exibido, em três noites pelo canal VH1. Pois bem, eu como fã da franquia estava com boa expectativa, mas ao mesmo tempo com o pé atrás. O motivo? Pra começar, finalmente trouxeram a máscara original do ghostface para a série, no entanto o lance de uma nova história e um protagonista masculino me deixou bastante “encucado”.
A tentativa de investir no novo
Esse gênero slash sempre contou com protagonistas femininas, conhecidas como final girls. A franquia Scream é marcada justamente por isso, com a icônica Sidney Prescott nos cinemas e Emma Duval nas duas primeiras temporadas da adaptação televisiva. Contudo, dessa vez, os roteiristas quiseram trabalhar com um final boy, que não convenceu em absolutamente nada.
Deion Elliot chegou com uma história a princípio interessante, com o lance da morte do irmão gêmeo quando criança e ficou nisso. Já na fase adolescente, o personagem não tinha expressão, extremamente insuportável e com uma carga dramática desnecessária. Sidney e Emma também enfrentaram demônios de seus passados, mas nenhuma delas agiu como uma Maria do Bairro, algo que o jovem fez com maestria.
Com o desenrolar da trama, a cisma do ghostface com Deion foi meio que se perdendo. Na minha opinião, eles quiseram deixar a história mais ágil que as temporadas passadas, porém pecaram em diversos detalhes. Por exemplo, foi pouco explorada as demais camadas da família Elliot, tudo foi tratado de forma tão rasa.
Os novos personagens
Apesar da referência ao Clube dos Cinco no primeiro episódio, a forma como o grupo da vez se uniu foi totalmente aleatório. Foi nesse momento que percebi que teríamos problemas por aqui, uma vez que quase todos os personagens eram um verdadeiro show de horrores. Coube pouquíssimas exceções, tal como Beth, a garota nerd e esquisita. De primeiro instante, fiquei com um pé atrás, pois ela me lembrou uma mistura de Randy e Stu, dos filmes. Outro personagem que também gostei foi de Manny, melhor amigo de Kym, que foi a terceira e última do grupo que me ganhou.
Falando nela, Keke Palmer defendeu a personagem com maestria. Posso dizer com convicção, que a atriz carregou esse terceiro ano da série todinho nas costas. Contudo, de primeiro instante, ela muito me lembrou seus tempos de Scream Queens, e em suas primeiras aparições. Confesso que gritava “ZAYDAY WILLIAMS IS THE KILLER” (saudades, Denise).
Uma coisa que me irritou profundamente foi aquela Olivia, que garota insuportável. Todo aquele drama dela – desnecessário que nem do Deion -, fez com que a personagem evoluísse de forma única. Ela foi ganhando espaço, ainda mais com todos aqueles indícios de que a mesma seria o ghostface. Não sei se foi a má atuação da atriz, mas esperava mais de Liv, independente dela ser a vilã ou não.
No entanto, nada se compara a Tyga, cuja atuação foi a pior de todas. Que horror, minha gente! Apesar dessa lástima, ele logo de cara me fez vê-lo como um dos suspeitos por trás da máscara.
Mortes, revelação e reviravolta
Tenho que confessar que esperava mais das mortes que tiveram, exceto a de Manny. Poxa, as duas primeiras temporadas tinham seus defeitos, mas os assassinatos eram bem elaborados e executados. Como se esquecer de Will sendo partido ao meio, com Emma presenciando tudo? Enfim, faltou aquela dose sanguinária nos ataques, outra coisa que me entediou profundamente por aqui.
A season finale foi uma decepção, ao meu ver, com uma reviravolta sem pé e nem cabeça. Como assim quem morreu foi Deion, sendo que Marcus passou-se por ele durante todos esses anos? Quando isso foi revelado, na hora tive mais certeza que Jay seria o assassino por trás da máscara. Ponto!
Entretanto, eu queria que mais uma pessoa fosse o ghostface, e felizmente foi o que aconteceu. Durante toda a temporada, fiquei numa dúvida entre Liv ser a assassina ou não, apesar das evidências serem favoráveis a tal. Contudo quem esteve na minha mira de deduções como outro assassino foi o pai da garota, achando até que o atentado contra ele ter sido uma forma de despistar quaisquer suspeitas. Só que aí o inexpressivo irmão do inexpressivo Deion/Marcus/Paola/Paulina foi atacado no penúltimo episódio, o que fez minha teoria ir para os ares.
Apesar de algumas dúvidas, meio que descartei a hipótese de ser Beth a outra assassina. No entanto, eu curti demais, uma vez que isso fugiu totalmente da previsibilidade. Foi naquele momento que vi a veia de Stu falando mais alto, como se ela fosse filha do psicopata do primeiro filme da franquia. No final das contas, Kym acabou sendo a verdadeira final girl, responsável por acabar com a falsiane, após ter carregado a temporada nas costas. Quanta responsa, hein?!
O que vem pela frente?
Mesmo com tantos tropeços, uma quarta temporada com os sobreviventes a esse massacre não é de se descartar. Aliás, com eles agora indo para a faculdade, seria uma ótima referência ao icônico Pânico 2. Só que pra isso acontecer, a história tem que ser melhor desenvolvida, ou senão nem precisa renovar a série.