Crítica: 3ª temporada de Star Trek Discovery mostrou o futuro da série
Crítica, com spoilers, da terceira temporada de Star Trek Discovery, da CBS. No Brasil, a série está disponível na Netflix.
O futuro de Star Trek Discovery
Chegamos ao fim de mais uma excelente temporada de Star Trek Discovery. Dados os acontecimentos do final da temporada passada, a série arriscou e mostrou uma realidade ainda não vista na franquia. Nessa review, destaco alguns pontos importantes da temporada.
A Combustão e a trama da temporada
A temporada apresentou como trama principal a investigação sobre a origem da Combustão. Aliás, evento este que quase colocou fim a Federação. E, mais uma vez, a série acertou na escolha.
Quando a temporada passada terminou com os personagens viajando para o futuro, foi lançada a dúvida sobre como seria o futuro que eles encontrariam. Ao invés de mostrar uma sociedade ainda mais unida sob a liderança da Federação, Discovery arriscou e mostrou o contrário.
A impressão que os primeiros episódios deram era de um aparente fim da Federação e, aos poucos, fomos descobrindo que ela ainda existia, mas não como antes. Com a Combustão, uma nova ordem surgiu no quadrante e uma nova grande vilã: a Corrente Esmeralda da impiedosa Osyraa.
Ainda que não fosse a personagem mais carismática, Osyraa entregou uma boa vilã para a temporada. E, no final, descobrimos que a personagem não é de todo ruim. Assim como outros vilões da ficção (Thanos, por exemplo), Osyraa usa de métodos não muito ortodoxos para alcançar um objetivo que não é a simples dominação. A orion queria proteger seu povo e não poupou esforços para que isso acontecesse.
Burnham e Book
Nesses 13 episódios, dessa forma, continuamos acompanhando a saga de Michael Burnhamm. A teimosia, fidelidade aos seus princípios e amigos e a insubordinação são os traços mais marcantes da personagem e continuaram nessa temporada. Mas, diferente das anteriores, Michael parece ter encontrado o parceiro perfeito para suas aventuras pelo espaço.
Depois de duas temporadas de um relacionamento bastante complicado com Ash, a personagem encontrou em Book alguém que ela pode realmente contar. O personagem foi a melhor inclusão ao elenco da série nessa temporada e espero que esse relacionamento continue se desenvolvendo ao longo da série.
Ao final da temporada tivemos, mais uma vez, Burnham ocupando o posto de capitã da USS Discovery. Acredito que a personagem esteja mais madura do que estava quando esteve no comando pela primeira vez. Mas não é difícil imaginar que ela continuará contrariando as ordens de seus superiores, quando achar que é necessário. E, mesmo que isso cause uma certa irritação a quem está assistindo, é a característica mais marcante da personagem: fazer sempre o que for necessário.
O desenvolvimento de Saru e Tilly
Saru e Tilly continuam sendo personagens com desenvolvimento constante na série. O Kelpian cada vez se afasta mais daquele perfil sério e objetivo que conhecemos no início da série, nos entregando um personagem muito preocupado com o bem-estar de todos, ainda que seja um dos mais fieis às normas da Federação. A relação dele com Su’Kal foi um dos grandes momentos da temporada e um dos mais emocionantes também.
Tilly, por sua vez, vem ganhando mais responsabilidade a cada temporada. A personagem que parecia ser o alívio cômico da série está com mais densidade e vem se destacando em momentos de tensão e drama. A personagem continua em sua jornada para, um dia, se tornar uma capitão da Frota Estelar, e tem sido bem interessante acompanhar como ela vem evoluído em quesito de liderança e tomada de decisões.
O destino de Philippa Georgiou
Nessa temporada vimos o desfecho de uma das personagens que mais evoluiu ao longo da série. A imperatriz do Universo Espelho, apesar de ter sido apresentada como uma super-vilã, mostrou o seu lado mais sentimental nesse terceiro ano de Discovery. Sim, a Sua Majestade tem coração.
Mesmo que ela não gostasse de mostrar esse lado, já tínhamos visto indícios dele na segunda temporada, principalmente por sua relação com Michael. Além de Burnham, a terráquea também demonstrou preocupação com outros personagens ao longo da temporada, como Saru e Tilly.
Com direito a dois episódios focados na personagem, Discovery deu o encerramento que Philippa Georgiou merecia. É triste imaginar que não teremos a sua forma pouco educada e sua persistência nas próximas temporadas. Mas, quem sabe, a personagem não encontre seu caminho de volta no futuro de Star Trek, né? Fica aqui o agradecimento a Michelle Yeoh que tão bem interpretou a nossa malvada favorita.
O futuro em Star Trek
Dessa forma, Discovery vem se consolidando como uma das melhores séries de ficção científica da atualidade e essa temporada foi mais uma prova disso. Ao viajar para mais de 900 anos no futuro, a série caprichou em mostrar os avanços tecnológicos dessa sociedade avançada. Ainda assim, aproveitou para mostrar que, mesmo com toda essa tecnologia, existem avanços do passado que ainda poderiam ser úteis no futuro.
Além disso, com a derrota de Osyraa, a série abre espaço para uma quarta temporada de bastante exploração espacial. Existem muitos planetas que estão sem contato com a Federação há décadas e a série pode explorar bem isso.
E você, o que achou da temporada de Star Trek Discovery? Deixe nos comentários e, igualmente, continue acompanhando as novidades do Mix de Séries.