Crítica: 3×01 de Westworld trouxe nova trama, mas com muitas perguntas
Crítica do primeiro episódio da terceira temporada de Westworld, intitulado "Parce Domine". Episódio foi exibido mundialmente pela HBO.
Westworld retorna com mais perguntas e muita ação
O sistema de Westworld está ligado – e continuamos fazendo muitas perguntas.
Na noite deste domingo (15), a HBO lançou o primeiro episódio da terceira temporada, “Parce Domine“, e acreditem – ela parece uma série completamente nova. Saímos dos arredores do parque e agora dividimos a ação entre alguns pontos conhecidos como China, Los Angeles e Londres. O ano? Acreditamos estar em 2058, alguns meses após o incidente no parque.
A cena de abertura, em si, é espetacular. Vemos Dolores em uma distopia estilo Black Mirror, caçando um executivo em uma casa extremamente conectada. Ele é uma figura que a robô já conhece, e ela buscava vingança. O homem em questão é um investidor e ex-executivo da Incite, uma empresa global de tecnologia orientada a dados que é como o Google daqui a algumas décadas. Dolores estava em busca de informações, que ajudarão ela a construir novos aliados, uma vez que ela é “a última de sua espécie”.
Conhecendo novos personagens de Westworld
Logo depois, fomos apresentados a Caleb. Interpretado por Aaron Paul, o personagem deverá ser uma peça chave para as tramas da nova temporada. Ele é um trabalhador, que continua conversando com um velho amigo de guerra, Francis, em seu fone de ouvido. Acabamos descobrindo que Francis foi morto em ação e este é um programa de inteligência artificial que deve ajudar Caleb a superar sua dor. Embora, ele se desfaz desta inteligência, esse é um momento importante para situarmos o que está acontecendo com o personagem.
Pouco tempo depois, vemos que ele tem uma vida dupla: ele age como bandido, através de um engenhoso aplicativo de crimes econômicos, onde ele recebe dinheiro extra para ajudar a sustentar as contas da sua mãe que sofre de demência. É aqui que vemos ele interagir com os personagens de Lena Waithe e Marshawn Lynch, numa espécie de caçador de recompensas – essa trama deverá voltar em algum ponto da temporada, então é importante prestarmos atenção aqui.
Charlotte está de volta!
Tudo bem, sabemos que não é Charlotte. Ela morreu no parque na segunda temporada, então esta que vimos é uma anfitriã criada por Dolores. Só não sabemos quem realmente é, afinal, ela trouxe cinco pérolas do parque.
Charlotte defende que a empresa precisa superar tudo o que aconteceu – o mero assassinato de 113 pessoas, e chega a oferecer uma frase emblemática: “Robôs não matam pessoas, pessoas matam pessoas”. Alguns na mesa ficam indignados quando ela consulta “uma máquina” para apoiar sua decisão. Se a ideia de deixar um algoritmo tomar uma decisão para uma empresa parece ficção científica, eis um twist: a Netflix admitiu usar um algoritmo para ajudar os executivos a decidir se querem renovar os programas. Então não se espante de estar vendo isso no futuro. Sim, o futuro é agora.
E notaram uma cadeira vazia na mesa de acionistas? Presumimos que seja de William, também conhecido como Homem de Preto.
Bernard
Agora sabemos mesmo que uma das pérolas que Dolores trouxe é Bernard. Ele agora vive numa fazenda e continua questionando sua natureza, verificando se não está sendo controlado pela loira.
Sua “tranquilidade” dura pouco tempo quando ele é reconhecido por seus colegas de trabalho – Bernard é acusado pela Delos como o “arquiteto” da rebelião no parque. E é quando vimos ele ativar uma função de “matar” que é provavelmente um código novo inserido por Dolores. Então, mesmo não controlando-o ela o controla.
O que está acontecendo?
Em Londres, vemos Dolores em uma festa, na qual ela se encontra com Liam Dempsey (Jefferson Mays). Apenas para nos localizar, ele se identifica como cofundador da Incite.
Vale ressaltar que nessa festa, um de seus colegas traz à tona a ideia de que todos poderiam estar vivendo em uma simulação, o que parece ser uma revelação muito real possível nas próximas temporadas. A série não apresenta ideias ou opções sem uma razão, então precisamos ficar atento a todos estes detalhes.
A conexão de Liam com Dolores parece muito importante, e nessa festa vemos que Dolores está muito interessada na inteligência artificial da Incite. O Incite está rastreando os dados de todos e a ideia por trás do baile é: “Se você traçar um percurso para cada pessoa, poderá tornar o mundo um lugar melhor“. Mas sabemos muito bem que de boas intenções o inferno está cheio.
É curioso porque, de alguma forma, Dolores não consegue obter as informações que queria da Incite, e ela insiste em se aproximar mais de Liam para tentar alcançar seu objetivo. Em certo ponto, Liam desabafa com ela sobre quem controla tudo isso. “Se eu fosse lhe contar, o sistema já saberia e ele já estaria morto como meu pai“. Muitas informações!!!
Em pouco tempo, vemos Dolores matando todos eles, mas não antes de descobrir o nome do “arquiteto” deste sistema, chamado “Serac“. Mas nessa luta ela é ferida, e é quando conhece Caleb.
O episódio termina com Bernard tendo um momento bem “Lost”, dizendo que ele tem de voltar para o Westworld. Sim Bernard, “nós temos que voltar”.
Análise
Essa reformulação de Westworld fez muito bem para a série. Novas tramas, novos conflitos… mas os mesmos mistérios e confusões de frente. E, de alguma forma, tudo estará conectado com a rebelião da segunda temporada liderada por Dolores.
Bem vindo de volta, Westworld. Estávamos com saudades de entender nada!
Ausências notáveis
Maeve (mas avance até o final dos créditos para ver uma prévia dela em uma narrativa nazista); e o Homem de Preto (seu paradeiro é desconhecido. Onde será que ele está?).