Crítica: American Crime Story retrata como a ambição nasce em Cunanan
Review do oitavo episódio da segunda temporada de American Crime Story, da FX, intitulado "Creator/Destroyer".
Até onde vale atender às expectativas depositadas em você? Qual o preço do sucesso?
Preciso dizer que esse episódio se não é o melhor da temporada, eu não sei qual é. Vocês sabem aquela sensação de querer vomitar ao ver alguém ou alguma cena? Me define durante Creator/Destroyer.
A volta no tempo serviu pra muita coisa nessa temporada, jamais para justificar os assassinatos brutais, mas para mostrar que Andrew era como qualquer um, e só escolheu um caminho errado para suprir suas expectativas no mundo e em si mesmo.
Conhecemos Modesto ou Pete (?), pai do Andrew, que é uma pessoa pior que ele. O pai que colocou o filho em um pedestal a vida toda, que jurava que o sucesso vinha com a luta e que era o honesto da família, mas que na verdade era um marido e pai abusivo.
Ver o zelo dele pelo filho foi um soco no estômago. Não sei vocês, mas eu já esperava pela cena do abuso, que ainda assim ficou nas entrelinhas. Os outros filhos simplesmente sumiram, nem sei o motivo de terem os inserido, afinal, ficou parecendo um negócio muito mal feito.
Enquanto Andrew passava por isso, Gianni e a Mama Versace foram só amor. A mãe incentivando o filho a costurar e sonhar, porquê o sucesso vinha para aqueles que acreditavam e lutavam por isso. E ai, meu povo, ficou claro a obsessão do assassino por sua vítima ao longo dos anos.
Versace tinha aquilo que Andrew sonhou a vida toda, sem precisar passar por todos os problemas. Modesto, se mostrou um homem podre que não só abusava, mas mentia e enganava pessoas ao longo de sua vida.
Cunanan que era um adolescente verdadeiro consigo mesmo, viu seu exemplo ser desconstruído diante dos seus olhos e o que poderíamos esperar dali? O trauma que lhe foi causado foi sem precedentes, mas friso que isso não significa que há justificativa para suas ações que seguiram aqueles momentos. O objetivo ali era só um: nos mostrar que Andrew passou por coisas que muitas pessoas passam, mas ele fez uma escolha diferente.
O filho não matou o pai, mas talvez tivesse sido melhor, pode ser que ele tivesse parado ali. A cena dos dois foi chocante e dura de assistir, um pai cuspindo na cara do filho todo o desgosto preso enquanto Andrew se mantém ali, apenas vendo sua inspiração desmoronar diante dos seus olhos.
Por mais que o protagonismo fique a cargo de Cunanan, não podemos ignorar a mãe de Andrew tentando proteger o filho. Parece que ela sempre foi meio alheia à coisas que aconteciam a sua volta. Descobrimos que ela teve depressão quando o filho nasceu, o que não ajuda.
Quando Andrew volta sem perspectiva e esperança, o encontramos na farmácia. A cena crucial ali é a que ele escolhe mentir. Sabendo o que pode vir das mentiras, como isso destrói alguém, ele escolhe mentir. Ele se adequa, se molda, se acostuma a qualquer situação que vinha pela frente.
Com a finale ai, preciso dizer que a premissa da temporada foi cumprida. Assim como no julgamento de OJ, entendemos tudo o que levou a determinada decisão ou ação. Não sabemos se isso tudo foi de verdade ou uma imaginação de um fã alucinado de Gianni, mas sabemos que mais do que Versace, esse assassinato carrega muito mais bagagem.
Foi um estilista famoso, mas não foi só ele.
Nota: Andrew vestido de Britney foi ótimo.
Nota2: Lizzie e os irmão foram esquecidos na linha temporal.
Nota3: Quero ver Donatella brilhar nessa finale.
O encerramento da temporada chegou e veremos o fim da caçada ao assassino. Como vocês acham que as coisas vão terminar? Confiram a promo do último episódio aqui em baixo e nos encontramos para a última review em breve. Até lá!