Crítica: Transbordando de açúcar, 2×08 de 9-1-1 é o “Show do Buck”
Review do oitavo episódio da segunda temporada de 9-1-1, da Fox, intitulado "Buck, Actually".
Passos de bebê
Para os leitores que nos acompanham semanalmente, sabem que, na semana passada, saudei 9-1-1 pelo ótimo episódio de Halloween. Tal passagem fez com que o roteiro pudesse preparar terreno para alguns personagens e estabeleceu outros. Felizmente, Buck, Actually continua nesse caminho, embora tenha apresentado, em pleno novembro, um episódio açucarado e cheio de amor para dar. Como será que todo esse romance foi introduzido numa trama tão tensa e agitada?
Tudo começa no centro cada vez mais caótica de Los Angeles. Naquele dai, todavia, o trânsito estava particularmente complicado. O motivo? Uma dona de casa frustrada queria reconquistar a atenção do marido. Parece algo ridículo, mas é inevitável não torcer para que dê tudo certo no final. A narrativa é introduzida logo no começo, sendo utilizada para impulsionar outras histórias. Como a principal, envolvendo Buck, assim como paralelas, protagonizada por Athena e Bobby.
A trama principal é uma das melhores desta 2ª temporada, Oliver Stark é um bom ator, mas seguia sub-aproveitado até aqui. É preciso que o roteiro mostre ao telespectador que um personagem bonito tenha história e não pode ser limitado a levantar a coisa ou mostrar os seios. Jennifer Love Hewitt sabe como ninguém a partir do seu trabalho em The Client List, que beleza não mantém os telespectadores interessados por muito tempo.
Quem precisa de amor?
Essa fase de Buck trouxe inúmeros defeitos do roteiro. Como descontinuidade, diálogos vazios, clichê e faltas de novas ideias. Entretanto, essa mudança demonstra, enfim, que os roteiristas, assim como o showrunner, estão dispostos a sair do lugar comum. Vamos deixar Abby no passado. O foco daqui para frente precisa ser Buck lidando com seu vício em sexo e dificuldade em manter relacionamentos. Espero, sinceramente, que só tenha elogios para frente em relação ao personagem.
Pontos de vista são fundamentais para o fortalecimento do debate da sociedade e da democracia. Porém, é imperativo que saibamos que não há margem para opiniões contrárias naquilo que deve ser visto sob o certo e o errado. Sabendo disso, acredito que o texto errou ao propor uma relativização dessa questão.
Parar o trânsito para uma loucura romântica, não é bonitinho, é errado; sacar uma arma de fogo num local público, principalmente na Califórnia, não é uma loucura de amor, é ilegal. Por isso, vejo como inadequado, desnecessário e fora de propósito. Entendo que a proposta era de introduzir o companheiro de Michael, mas há inúmeras maneiras de entregar essa ideia. Escolheram a pior possível.
Nesse dia dos namorados fora de época, 9-1-1 conseguiu acertar mais do que errar Buck, Actually mantém a série no caminho certo, embora ainda não saiba como lidar com um grande elenco. Em suma, o que vimos aqui é uma série cheia de boas intenções, sabe como chegar lá, mas às vezes trupica.
Voltamos em 19 de novembro!