Critica: Cloak and Dagger apesar de estreia tímida mostra potencial para segunda temporada
Review do episódio 2x01-02 de Cloak and Dagger, intitulados "Restless Energy e White Lines"
Os heróis de Nova Orleans estão de volta em Cloak and Dagger
Cloak and Dagger fez bonito em sua temporada de estreia e surpreendeu o público e a crítica. Apresentou uma trama concisa, forte e soube tratar a juventude de forma madura sem romancear os conflitos e as incertezas dessa fase da vida. Conhecemos dois personagens fortes, traumatizados que tentam encontrar seu lugar no mundo a medida que lidam com seu próprios demônios e aprendem sobre seus poderes recém descobertos.
Muita coisa mudou depois dos eventos da primeira temporada. E o primeiro episódio tem a função de mostrar como os dois jovens estão vivendo e o que mudou em suas vidas. Enquanto Tandy tenta colocar sua vida de volta nos trilhos, indo a aulas de balé e participando de sessões de terapia com sua mãe, Tyrone continua se escondendo na igreja que foi o lar de Tandy por muito tempo.
Já o segundo episódio coloca a dupla unida em ação. Eles até tentaram levar uma vida tranquila, mas os dois não conseguem ficar parados, enquanto percebem que a cidade está um caos com toda violência e criminalidade nas ruas. Eles só querem tornar sua cidade um lugar melhor. Enquanto Tyrone está atacando gangues pela cidade, Tandy toma conhecimento do drama sobre as mulheres negras desaparecidas.
Não é nada fácil fazer o bem
Mas como estamos falando de Cloak and Dagger, seus poderes nem sempre são a solução e acabam se tornando o problema. Apesar de querer fazer a coisa certa, a dupla às vezes acaba tornando as coisas piores do que são e eles têm plena coincidência disso.
Tyrone e Tandy se complementam, ao mesmo tempo que são duas pessoas completamente diferentes. Eles tentam se ajudar, mas o conflito entre eles é inevitável. E é onde o roteiro permite trabalhar todas as camadas dos personagens. O crescimento deles se torna orgânico. Espero que essa temporada mostre mais os dois juntos.
Mayhem de um jeito diferente
Já O’Reilly está se recuperando do atentado que sofreu no final da primeira temporada e aparentemente não manifestou nenhum traço da personalidade de Mayhem, o que me causou estranheza. Mas tudo foi explicado com uma boa reviravolta somente no final do segundo episódio.
Na verdade, Mayhem se tornou a contraparte de O’Reilly. De alguma forma, os produtos químicos da Roxxon acabaram separando as duas personalidades da detetive. Diferente dos quadrinhos onde O’Reilly se torna a vigilante, o roteiro adotou outra abordagem. Eu vejo essa mudança como algo positivo e acredito que será interessante acompanhar a jornada e os conflitos dessas duas mulheres. Outra dinâmica que será interessante será entre Mayhem e nossos heróis.
Trama preserva a identidade da série
Ademais, a trilha sonora que se tornou uma das marcas da série continua impecável. O misticismo presente na cidade continua. Já deu para ter uma ideia que essa temporada irá tratar de alguns assuntos interessantes, como trafico de mulheres, a luta do povo negro, o preconceito e também sobre as gangues e o crime organizado. Aliando isso ao desenvolvimento dos poderes e personalidades de Tyrone e Tandy.
Além disso, ter uma estreia dupla foi muito favorável. O primeiro episódio não foi muito movimentado e não empolgou. Enquanto toda ação, desenvolvimento e reviravoltas ficaram para o segundo episódio. Apesar de um retorno tímido, parece que esse novo ciclo tem tudo para agradar os fãs.
Até o próximo episódio!