Crítica: Conflitos internos em 1×08 de New Amsterdam
Review do oitavo episódio de New Amsterdam, da NBC, intitulado "Três Pontos".
New Amsterdam acerta novamente em abordar temas sérios. Desta vez, o assunto foi depressão e suicídio!
Similarmente aos demais episódios, New Amsterdam abordou em “Três pontos” temas sérios, de uma forma bastante lúcida e sem maneirismos.
Finalmente, temos a trama de Max sendo levada a fundo. Neste episódio, porém, o dilema central consiste em qual caminho adotar. Em paralelo, vemos Bloom chegando ao seu limite, enquanto Kappur e Frome tratam uma jovem com depressão que tentou o suicídio.
A trama de Max começa a ganhar força
Nos primeiros episódios da série, ficou claro que o conflito de Max seria entre sua saúde e o trabalho. Entretanto, os caminhos dessa primeira metade de temporada deram ênfase ao lado gestor e familiar do protagonista. Mas isso mudou…
Em “Três pontos“, seguindo os eventos de “Efeito Dominó”, temos Max se preparando para o início do tratamento, enquanto lida com o próprio conflito interno. Se antes o receio era contar a Georgia, agora é revelar sua condição aos funcionários do hospital.
Nesse ponto, o roteiro trouxe à cena o personagem de George Wyner, o Rabino Skillman, para ampliar as dúvidas de Max. O rabino sofre de câncer pancreático, uma condição mais grave que a do protagonista, mas lida com conflitos similares. Os diálogos entre o rabino e Max são interessantes, principalmente pelo leve twist no meio do episódio.
Acredito que o episódio deixou o cenário pronto para uma boa mid-season na trama de Max. Apesar disso, sigo na expectativa por um episódio centrado somente nele, o que deverá vir na reta final da temporada. Será uma oportunidade para vermos a atuação de Ryan Eggold em momentos mais extremos.
Bloom beira ao colapso
Há alguns episódios temos sinais de que Lauren Bloom terá um caminho difícil na série. O uso abusivo de Adderall e sua dificuldade em retornar para a casa apontavam o desgaste da personagem.
Novamente, vimos a chefe a da emergência exposta ao limite. Porém, desta vez começou a exibir sinais de falhas médicas, quase resultando na morte de paciente. Se não fosse pela atuação de Casey, seu parceiro na Emergência, a situação de Bloom estaria ainda pior.
Paralelamente, a médica tem de encarar o relacionamento de Reynolds e Evie, sua amiga e advogada do hospital. Os caminhos postos para Bloom não são bons, e deveremos ter desenrolares nos próximos episódios.
Kappur e Frome se destacam no episódio
Uma das boas surpresas da série tem sido a parceria entre os médicos Frome e Kappur. Além de gerar diálogos divertidos, a interação da dupla normalmente introduz temas polêmicos com o toque de emoção que dá o tom da série.
Desta vez, a dupla lidou com Amy Chiang, uma jovem descendente de chineses que tentou o suicídio após uma consulta com Kappur. O centro do problema estava na aceitação familiar da depressão, um tabu na cultura chinesa e obstáculo em diversas sociedades, como a nossa própria.
Os diálogos de Frome e Kappur com a mãe de Amy, interpretada por Wai Ching Ho (a Madame Gao das séries da Marvel), não somente retratam a importância de lidar com a depressão, mas também renderam boas cenas no episódio.
Além disso, novamente os diálogos de Kappur com um paciente ou familiar ajudaram na sua relação com seu filho. Desta vez, o neurologista decidiu comparecer na cerimônia de um ano sem beber do filho, em outra cena emocionante da série.
Em “Três Pontos”, New Amsterdam desenvolveu tramas um pouco esquecidas nos episódios anteriores e, uma vez mais, mostrou que é possível lidar com temas sérios sem “novelizar” ou abordar um realismo cru. O meio termo permite um entretenimento informativo.