Crítica: Doces Magnólias, nova série Netflix, é tudo o que você precisa assistir
Crítica da primeira temporada da série Doces Magnólias (Sweet Magnolias), nova produção original da Netflix. Texto SEM SPOILERS.
Nova série da Netflix é tudo o que você precisa assistir
Doces Magnólias (Sweet Magnolias) é a mais recente adição da Netflix ao seu catálogo de streaming. E em meio a uma pandemia onde o público não pode exigir a estreia de muitas produções, o título vem como mais uma opção para entretenimento. Certamente, ela cumpre bem o seu papel.
Criada por Sheryl J Anderson, baseada nos livros da coleção “Sweet Magnolias” de Sherryl Woods, a série destaca o seu potencial e sabe muito bem a que veio. Logo de cara, não promete uma super produção, e pelo contrário, apresenta uma trama simples e com personagens simples. Mas é justamente essa simplicidade que ganha o público, a medida que vamos conhecendo seus conflitos e problemas.
A série é aquele tipo de programa que se passa em uma cidade pequena. Então todos os elementos consagrados em séries como Gilmore Girls, Hart of Dixie e Everwood estão lá. Há uma cafeteria, onde parte do núcleo se concentra. Há um consultório médico, onde conflitos se iniciam. E há também margaritas semanais. Aliás, são elas que unem as protagonistas, dando um charme a mais a amizade que dá base para essa emocionante história.
Logo, Doces Magnólias não é nenhuma obra prima. Mas sabe quando você só precisa sentar na frente da TV, ligar em uma série e esquecer de todos os problemas? Essa trama está aqui exatamente para isso.
As doces magnólias
Com a história se passando na pequena cidade de Serenity, Carolina do Sul, todos os personagens conhecem todo mundo. Logo, aquele “disse me disse” sempre está presente. Mas, naturalmente, temos três personagens a quem passamos a acompanhar e se interessar por seus dilemas.
Conhecemos, por exemplo, Dana Sue (Brooke Elliott), dona do restaurante local que cresceu na cidade com as melhores amigas Helen (Heather Headley) e Maddie (Joanna Garcia Swisher). A primeira, é uma advogada bem sucedida, que atua na cidade como conselheira familiar. Já a segunda, está saindo de um casamento fracassado, após o marido a trair com a enfermeira de sua clínica. Tanto Helen, quanto Maddie e Dana Sue possui suas frustrações. A chefe, com o ambiente de trabalho; a advogada com a insatisfação familiar; e Maddie, uma junção dos dois. Então, através de boas doses de margaritas, elas encontram uma ideia que dá um novo sentido na vida delas: abrirem um spa em Serenety.
O legal do projeto é que ele permite a cada uma mostrar o seu verdadeiro potencial – não para os outros, mas para si mesmo. Helen como advogada que não mede esforços, Dana Sue como chef perfeccionista, e Maddie como planejadora de eventos equilibrando o cuidado de dois filhos adolescentes e uma filha jovem.
Os problemas são rotineiros e não há grandes eventos. Você não vai encontrar acidentes trágicos, ou triângulos amorosos explosivos. Os problemas aqui são reais, com a intenção de atingir um público-alvo que, de alguma forma, talvez esteja frustrado por alguma razão com sua vida. A intenção? Mostrar que tudo pode melhorar e que um dia a tempestade vai passar.
Os conflitos
Logo de cara, a premissa já mostra o que ela abordará ao longo dos episódios. Maddie, que acabou de se divorciar, acaba se sentido atraída pelo treinador de beisebol de seu filho, Cal (Justin Bruening); Helen não para de sentir o desejo de ter uma família, seja com um marido ou criando um filho sozinha; e Dana Sue canaliza os problemas de confiança que ela adquiriu com seu ex-marido no ambiente de trabalho.
Enquanto isso, seus filhos também passam pelo que parece surpreendentemente dramático no ensino médio. Nada que se compare a uma euforia que tenha sido mostrado em Outer Banks, por exemplo, mas sim conflitos mais “pé no chão”. Tyler (Carson Rowland) Kyle (Logan Allen) e Annie se encaixam perfeitamente na esfera que um personagem de 15 anos precisa mostrar, se tornando extremamente interessante para o público. Tyler, inclusive, tem um destaque maior ao ser a aposta do time de basebol, mas ver seus potenciais abalados pela separação dos pais.
Precisamos destacar também que, assim como uma personagem importante, a cidade de Serenety é extremamente charmosa e gostosa de se ver. Um lugar que, aparentemente, representa muito bem os aspectos da Carolina do Sul. Aliás, o charme da cidade oprime a falta de orçamento, a ponto de você nem sentir que se trata de uma produção sem muitos investimentos. Afinal, estamos ali para prestar atenção na evolução dos personagens e como eles conseguem superar os obstáculos da vida.
Considerações
No fim das contas, Doces Magnólias não é um primor. Mas também agrada, e sabe muito bem entreter. Se torna aquele tipo de série perfeita para uma maratona, assumindo um descompromisso em prestar atenção na sua história. Mas ao mesmo tempo, fazendo com que naturalmente você queria saber o que vai acontecer. Perto de algumas boas porcarias que a Netflix já lançou (tentando esquecer o tempo que perdi com White Lines), Doces Magnólias é o tipo de série convidativo para assistir.
Então faça algumas margaridas, se aconchegue na frente do sofá, e boa maratona.