Crítica: Episódio 1×03 de The Resident ousa ao mostrar o paciente como produto
Review do terceiro episódio da primeira temporada de The Resident, intitulado "Comrades in Arms".
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Quanto vale a vida de um paciente?
Uma das coisas que vem me encantando em The Resident é forma como ela está, sem temor, abordando o “lado feio” da medicina. É muito bonito vermos médicos entrando em ação nas séries de TV, salvando vidas, e não medindo esforços para que seus serviços sejam colocados em prática. Mas, honestamente, na vida real sabemos que não funciona assim.
O episódio “Comrades in Arms” bate justamente nesta tecla, ao destacar os custos do hospital, e os sacrifícios que as vezes são feito para custear um tratamento. Nos Estados Unidos, é muito claro que a saúde é bem precária. E em se tratando de hospitais particulares, o paciente é tratado basicamente como um produto. Se você não tem dinheiro, não pode usufruir do tratamento. Acredite: mesmo se o paciente estiver aberto, no meio da mesa de cirurgia… Se o cartão dele é recusado, certamente os médicos parariam de fazer o serviço na hora. Isso é o capitalismo aplicado em massa no cuidado com a saúde.
Foi bem legal, e intenso, ver Conrad lutar pela imigrante que trabalha no hospital. A série acertou dois coelhos com uma cajadada, ao destacar que os pobres, muito menos imigrantes, possuem vez. Eu entendo a posição de Conrad, e humanamente é impossível não se identificar com sua causa. Queria muito que a garota recebesse o tratamento. Mas financeiramente, eu também entendo o lado do hospital. Não concordo, mas entendo. E isso é a realidade do sistema de saúde particular. Não existe caridade. Se você tem um plano, tem direito. Se não…
A consultora financeira foi extremamente irritante no episódio, e atuou ali como uma advogada do diabo. Certamente, eu correria dela assim como Conrad correu. E no final, quando ela tomou aquele esporro da Nic, foi um alívio. Ela não é médica, nunca vai ser, e nunca vai priorizar o bem estar de um paciente. Funcionários como ela podem ser um câncer para um hospital, em muitos sentidos.
Money, Money, Money…
Já o Dr. Bell está tomando uma medicação para ver se diminui os seus tremores, mas isso ainda vai dar uma complicação bem grande. Já estou separando meu balde de pipoca para quando isso vier a público. Porque o hospital todo já está sacando a dele. Mas a ganancia vem falando mais alto, e acho que esse é o grande foco de The Resident no final das contas: mostrar que nem tudo são flores na medicina, assim como este lado meio “obscuro” da profissão.
A paciente Lily é um caso que vem me chamando atenção. Diferente de outras séries, que dispensa um paciente no mesmo episódio, estamos acompanhando o caso dela com calma, e estou prevendo que irá rolar novamente uma negligência médica por parte dos supervisores. Nic vem tentando lutar por ela, mas parece que o dinheiro também está falando mais alto no caso dela. Estou curioso para ver os rumos dessa trama.
Por último, mas não menos importante, tivemos a adição de um ingrediente interessante para a trama de Nic e Conrad: o Dr. Jude chegou para ajudar o hospital e, talvez, ser uma pedra no sapato do nosso protagonista – em se tratando de reconquistar o coração da amada. Nós estamos shippando Nic e Conrad, obviamente, mas um triângulo amoroso não faz mal a ninguém… Gostei do Jude. Bonitão, esteriótipo de Grey’s Anatomy… Pode render bons plots com essa vontade dele de retornar para o exército. E já estou esperando um episódio de flashback mostrando ele e Conrad em ação.
No próximo episódio teremos um foco na trama de Lily, e parece que haverá um embate sério entre Nic e a Dr. Hunter. O tempo vai fechar!
https://www.youtube.com/watch?v=inwPsYJ44sg