Crítica: Episódio 5×09 de S.H.I.E.L.D. nos entrega desenrolares eletrizantes
Review do nono episódio da quinta temporada de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D., da emissora ABC, intitulado "Best Lady Plans".
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Depois de nos fazer entender tudo o que aconteceu até aqui e colocar perspectiva de volta na narrativa, Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. agora segue sua quinta temporada pronta para colocar um fim ao arco futuro distópico/espacial. E em “Best Lady Plans”, recebemos bem mais do que tínhamos pedido.
Vamos começar por algo que muito me agradou. Depois da pausa na narrativa do Farol devido ao foco em Robin, a revolta orquestrada por Mack, Yo-yo e Flint começa a dar excelentes frutos. Não só estragando o dia de Kasius repetidas vezes – o que, por si só, já é maravilhoso – mas também nos trazendo de volta aquela atmosfera de uma S.H.I.E.L.D. meio rogue. Isso foi algo que ajudou a Season 2 a se desenvolver bem e agora retorna para temperar esse final de arco.
Nesse meio tempo, favoritos desse arco continuaram a brilhar. Enoch decididamente chegou a série como um mistério, e por alguns episódios, confesso, ter pensado nele como um possível inimigo da nossa equipe. Contudo, desde que ele se juntou realmente ao time, o personagem não só tem sido de grande ajuda como tem rendido grande parte dos melhores alívios cômicos da série. Alternando entre um humor situacional – com suas afirmações maravilhosas – e a acidez de um humor negro não intencional (já que ele não entende como certas afirmações podem ter tal sentido). Considerações a parte, tem sido muito bom ter o Chronicom conosco.
Um episódio cheio de ação e reviravoltas eletrizantes que nos preparam para o fim do arco.
A atmosfera de dilemas familiares – antes mais centrada no casal Fitz-Simmons e agora totalmente direcionada para Coulson e May – também teve espaço garantido. Na verdade, enquanto ainda não há confirmação de que a série vá seguir para uma sexta temporada, essa ideia de que May e Coulson (e até Daisy) possam encontrar certa “paz” e viver uma vida pacata pode ser um caminho excelente para um final não-tão-decepcionante-assim. De qualquer forma, ver May perceber que todo o seu treinamento, toda a sua força, tudo o que faz dela quem ela é fariam dela uma excelente mãe foi uma das sequências mais emocionantes do episódio.
Ainda nessa seara, tenho duas reclamações a fazer. Por que enquanto May e Yo-yo (em partes) parecem se familiarizar com a ideia de maternidade, Mack – claro, com todos os motivos possíveis devido ao que aconteceu no Framework – parece ir exatamente na direção oposta? Não só frustrando, mas sendo frustrado por Flint, que precisa sim de direcionamento, mas não da maneira entregue. Claro, no fim, as cenas deles foram emocionantes.
Vale registrar também que Voss e Deke foram… qual é a palavra mesmo? Desnecessários.
Não me entendam mal! Não é só pela ideia de explorar a duplicidade – para dizer o mínimo – de Deke ser redundante. Nem mesmo por Voss explorar a memória do pai morto do rapaz para isso. É porque, tendo a revolta humana no Farol em progresso, precisávamos realmente de mais minutos de cena para humanos do futuro distópico? Eu acho que não. E é exatamente por isso que não vou comentar o retorno de Tess, embora ver o sangue Kree ser usado de novo para ressuscitar um humano tenha trazido alguma nostalgia da primeira temporada.
De volta ao dilema principal, fazer o Zephyr One chegar até o Farol. Tivemos algumas das melhores cenas possíveis. Primeiro, um shout out para Daisy e os comentários sobre as “mom faces” de May. Agora em notas mais sérias, foi muito bom rever o time trabalhando com a mesma dinâmica de grupo numa situação extrema. Traz de volta todos os momentos em que, como agora, a S.H.I.E.L.D. esteve perto de deixar de existir e esses agentes a trouxeram de volta. Mais determinada do que nunca.
E quando vimos May controlar o Zephyr através da tempestade e conseguir mais uma vez se superar – numa sequência de voo que, por sinal, pareceu bem mais cara e cheia de efeitos do que eu esperava – o episódio encontrou seu ápice. Não só pelos nossos heróis terem conseguido (o que por si só já foi surpreendente), mas pela luta sem/com gravidade de Daisy. E Sinara gerou o contraste perfeito para a “negociação” entre Kasius e nossos aliados no Farol. Não que a luta tenha sido meramente ilustrativa. Tivemos todo o bom e velho combate corpo-a-corpo com todo o ar de “essa menina foi bem treinada por May”.
E a luta resultou num momento gloriosamente sangrento, onde finalmente vimos a morte dessa maldita Sinara.
Não só isso. Não tivemos a morte dela por poderes, ou por traição ou até mesmo por um inimigo superior. Tivemos a morte dela pela própria arrogância dela, que tentou se aproveitar das variações de gravidade e acabou sendo empalada de maneira brilhante por Daisy.
Agora, enquanto Kasius teve seu dia arruinado e nossos heróis imaginam ter ganho o dia, todas as peças estão postas para uma grande conclusão. Não sei se teremos uma próxima temporada, e talvez nem queira que isso aconteça. Contudo, podemos dizer com toda certeza que este arco de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. promete acabar com um sonoro bang!
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S.H.I.E.L.D. Space/Future Notes, Entry 01: Uma observação me incomodou, mas não o suficiente para entrar no fluxo da review. Desde a introdução do Doutor Estranho ao MCU, Tempo passou a ser ainda mais relativo. Já havíamos brincado com a ideia na série, mas nunca tanto quanto neste arco. E é o que falta que me incomoda. Não o ceticismo de Fitz, mas pura falta de esclarecimento oferecida pelo roteiro quanto à ordem em que certas coisas acontecem. Porque se eles realmente estão presos em um paradoxo como acreditam, muito não seria possível. Além disso, até aqui, a série nos deu a entender que eles foram tirados do passado para um ponto mais a frente numa linha do tempo onde eles não haviam sido retirados. Ou seja, eles estão na continuação da vida deles mesmos (que já viveram e morreram) numa linha do tempo alternativa. Então talvez, só talvez, ainda tenhamos algumas explicações pela frente… #HopeSo.