Crítica: Episódio 5×10 de S.H.I.E.L.D. conclui arco, mas não entrega respostas
Review do décimo episódio da quinta temporada de Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D., da emissora ABC, intitulado "Past Life".
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O Confronto final está sobre nossos heróis. E talvez, só talvez, eles consigam salvar o mundo.
Brincadeiras a parte, que episódio maravilhoso!
“Past Life”, décimo episódio da quinta temporada de Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D., além de por um fim ao arco espacial/futurista/distópico, nos trouxe um muito aguardado clímax. E, ainda, a resolução para conflitos que nem imaginávamos estar por aqui antes.
A primeira e já flagrante prova disso é a maneira como a derrota e morte de Sinara foram usadas para quebrar ainda mais o espírito de Kasius, acuando e enfurecendo ele ainda mais. O monólogo do vilão, com o cadáver da sua assistente bizarram foi uma das coisas mais maravilhosas já feitas num episódio – dramaticamente falando. Não sei se Dominic Rains, o ator iraniano que dá vida a Kasius, já fez algum Shakespeare, mas ele com toda certeza deveria tentar.
Contudo, infelizmente, não posso deixar alguns detalhes passar. Aplaudo a ideia de que eles tenham deixado isso na nossa cara a temporada toda e não tenhamos visto, mas a ideia de Kasius em voltar usando o monólito para conquistar uma Terra ainda inteira foi meio que um reuso grosseiro da ideia de Aida de virar uma real girl no mundo real.
Já no departamento de plot twists, descobrir como Kasius conhecia Yoyo tão bem foi uma surpresa inesperada.
Não consigo acreditar que isso tenha sido orquestrado inteiramente pela produção, contrastar a narrativa em certos pontos, deixar Kasius e sua loucura com o corpo de Sinara nos distrair de certas coisas, como esse pequeno detalhe. Porque por todo o tempo que ele falou de uma vidente, e mesmo quando ele encontrou com ela, nunca consegui realizar que seria Yoyo a carta que ele escondia. Simplesmente surpreendente, servindo para evidenciar aquilo que repeti várias vezes: que nossos heróis viveram e morreram na linha do tempo e foram arrancados de um ponto no passado para substituir eles mesmos, continuando os esforços deles mesmos.
E até aí, tudo bem. Mas saber que talvez isso dê errado, fazendo com que um próximo arco em que isso acontece seja descartado, foi um choque ainda maior. Principalmente porque a série não nos entregou isso anteriormente. Fitz, com seu ceticismo, até falou algo nas linhas disso, mas não levamos Fitz a sério. Afinal, Fitz? Framework e Aida mandam lembranças. Mas ver isso de Yoyo ao mesmo tempo em que somos forçados a ver Deke mais uma vez se comportando de maneira decente? É bem confuso. Mais ainda quando ele solta a maior declaração para Daisy. Todo mundo fica sem reação.
Talvez por isso tenhamos sido levados para o núcleo Fitz-Simmons em seguida. Ver Jemma ajudar Flint nos lembra do quanto ela era boa no seu trabalho. Esses momentos nostalgia feelings, que só fortalecem a minha infeliz teoria de que a série acabará após essa temporada, são com toda certeza um belo gesto para os fãs. Ponto para a produção. Quer dizer, até o momento em que, usando mais esse lado vilanesco que ele tem abraçado cada dia mais, Fitz chocou Simmons com a estratégia usada. E embora toda decapitação seja sim algo memorável, entendo as preocupações dela. Especialmente porque, não sei se só Daisy é responsável pelo fim do mundo.
E já que falamos dele, foi uma escolha intrigante colocar os diálogos de Yoyo com ela mesma e de Daisy tentando não voltar para salvar o mundo resultaram numa cena confusa o suficiente para funcionar. Porque se ainda não estamos dispostos a aceitar que a série acabe, matar Coulson decididamente não é algo que teríamos sem queixas. Clark Gregg é, até mesmo mais do que a equipe, Daisy ou May, o motivo para estarmos todos aqui. Foi explicar como ele voltou dos mortos depois do que aconteceu em Vingadores que começou isso, e matar ele de novo não é uma opção agradável.
Talvez justamente por isso a série tenha nos entregue o fim da resistência Kree numa cena Flint Starlord. Um alívio cômico teria sido melhor, com toda certeza, mas a quebra da tensão foi uma escolha acertada também. E que escolha! Usar a falsa Yoyo para atrair Mack e depois beber “da glória” para uma morte grandiosa foi mais do que eu esperava de Kasius.
Na verdade, por mais que baixas sejam a regra desses grandes finales de arcos – e que todo boy que se interessa por Daisy morre – não posso negar que perder Enoch, Deke e Coulson certamente coloca o tom fúnebre a situação. Mas nem todas as glórias nos foram tiradas.
Num momento maravilhoso, Simmons e Mack finalmente realizaram nosso maior sonho: Matar Kasius.
E assim, num momento de indefinição, que a série nos deixa até março. Nesse pequeno hiatus, muita coisa ficou sem resposta. Terão nossos heróis conseguido voltar? Será que eles conseguirão salvar o mundo? Será que Coulson vai mesmo morrer? Todas essas coisas ficam sem resposta por hora. Contudo, talvez a cena que mais marca é exatamente a que encabeça esse texto. Um mundo, destruído, mas com o potencial de uma raça humana que sobreviveu até mesmo a tudo isso. Então talvez, só talvez, o retorno possa nos trazer boas surpresas.
Marvel’s Space Notes, Entry: Depois de ter indagado se o Dominic Rains tinha ou não feito um Shakespeare, fui dar aquela checada no IMDb e descobri que ele figurou em Capitão América 2: O Soldado Invernal, fez General Hospital e, por acaso, figurou também em 24 Horas.