Crítica: Final de Arrow homenageia legado da série, mas deixa portas abertas
Review do series finale e décimo episódio da oitava temporada de Arrow, exibido pelo canal The CW nos Estados Unidos, intitulado "Fadeout".
Arrow termina deixando um legado na TV
Oito anos atrás, a The CW surgiu com Arrow: uma a série sobre um vigilante sombrio e dramático diferente de tudo feito antes. Tudo começou com um homem, um arco e vários mistérios espalhados em diferentes linhas do tempo. Agora, quase uma década depois, me vejo me despedindo de uma série que tem um lugar muito especial em meu coração.
Não importando o caminho questionável tomado pelos roteiristas ou quão incomoda a história possa ter parecido em certos momentos, Arrow continuou me trazendo de volta. Foram os personagens? A adaptação dos quadrinhos? As cenas de ação? A estética sombria e dramática? Na verdade, foi tudo isso. Arrow significa muito para mim e estou mais que feliz de dizer que “Fadeout” é o series finale que Arrow merecia.
Que melhor maneira de refletir sobre o legado do Arqueiro Verde do que reunir todos os seus personagens. Estou surpreso que tenham conseguido reunir tantos personagens essenciais para Arrow em uma mesma cena. Personagens que marcaram momentos importantes ao longo dessas oito temporadas. Houve alguma reuniões agradáveis e inimagináveis previamente, algumas surpreendentes e com um ótimo toque de humor justaposto ao clima de dor com a morte de Oliver.
Mas o episódio também pegou o público de surpresa ao mostrar personagens que morreram ao longo da série de volta à vida após Oliver “reescrever” a realidade. Entretanto, o ocorrido deixa um grande questionamento sobre o que essas mudanças podem ter afetado na linha do tempo e em todos os personagens.
A direção de James Bamford fez toda a diferença em Arrow
Mais uma vez é preciso pontuar o brilhante trabalho do diretor James Bamford. Suas cenas de ação são complexas e brutais, diferente de muitas séries atualmente no ar. Bamford vem se superando consistentemente através dos anos desde sua estreia na quarta temporada. Os grandes confrontos na quinta temporada e sexta temporada, a brutal luta no chuveiro e a rebelião na cadeira na sétima temporada, assim como os episódios desta oitava temporada. E neste último episódio, uma insana cena de luta de quatro minutos construída através de longos plano-sequências. O trabalho de câmera e a energia visceral de Stephen, dos dublês na sequência são brilhantes, e se provou muito significativa para a história. Com certeza foi mais um grande marco que deixará boas lembranças na mente dos fãs, e todo crédito a James Bamford.
Stephen Amell, apesar de aparecer brevemente neste último episódio, conseguiu vender suas cenas com a mesma energia e dedicação que tem desde o piloto. Ele é o Oliver Queen e o Arqueiro Verde, e esse episódio deixou isso bem claro.
Este final não apenas conseguiu refletir e respeitar, mas também entregou possíveis histórias para o depois, um testamento do que Oliver Queen realizou. Seu legado é essencialmente a coisa mais importante em todo o Arrowverso, que é exatamente o que ele criou. Amell, o elenco e produção de Arrow, renascendo o universo. Todo mundo parece afetado pelas mudanças e se adaptando a um mundo novo e diferente, mas desprovido do homem que tornou isso tudo possível. É encorajador, mas triste. Enquanto o que veio até então foi apropriado e comovente, a cena final de Oliver e Felicity foi emocionante. O casal pode não ter sido minha coisa favorita em Arrow, mas o momento foi tocante e diferente do esperado.
O episódio marcou o retorno de personagens importantes
O uso dos flashbacks de uma época da primeira temporada para fazer a ligação de Oliver com este episódio final foi uma excelente ideia. Foi possível vermos mais um pouco de Oliver em tela. Mas também fez uma conexão com a história de Mia e Diggle. Além disso, vermos novamente Moira, Tommy, Quentin, Sara, Thea e Roy deu aquela sensação de nostalgia e recapitulação em toda a história de Arrow. A proposta de Roy para Thea foi um momento sincero e merecedor aos personagens que passaram por tantas coisas ao longo das temporadas. O braço robótico de Roy inclusive pareceu incrível e bem preciso com os quadrinhos.
Ainda tivemos participações inusitadas, como Emiko, Talia, Nyssa, Anatoly e Rory. Os momentos finais foram muito emocionantes. Ainda mais tocante quando tivemos nessa despedida a presença de outros dois personagens gerados através de Arrow e que agora estão carregando seu legado: Barry e Kara. Mas foi John Diggle quem teve seu grande destaque merecidamente. A cena em que fecham o banker, seu discurso no velório de Oliver e a cena em que encontra o anel de Lanterna Verde, foram uma prova de sua importância e de sua construção em Arrow.
“Fadeout” foi o final que Arrow merecia. Não só trouxe todo seu elenco favorito dos fãs de volta, como entregou um epílogo significativo, isso sem deixar de lado a ação que marcou Arrow e homenagear o personagem que deu início a todo esse universo. Foram oito temporadas, 170 episódios, vários spin-offs. Após oito anos de sangue, suor e lágrimas, um mundo inteiro de super-heróis nasceu.
Mesmo estando claro que o enorme legado desta série continuará vivo, entretanto, é chegado o final deste capítulo específico. Arrow, você fará falta!
CURIOSIDADES:
– A aparição de Slade no início do episódio foi feita através de cenas deletadas do episódio 2×23 “Unthinkable”, onde Oliver sonha em como seria se tivesse salvado sua mãe.
– A cena final da série surgiu na cabeça do produtor/roteirista Marc Guggenheim após uma aula de meditação pela manhã quando o roteiro ainda não estava escrito. Mas caso a cena tivesse sido deletada do episódio no dia da exibição, ele planejava postar as páginas do roteiro da cena no Twitter.
– A cena final é parecida com o final do Superman da Terra 2 dos quadrinhos. Após a Crise, ao se sacrificar para salvar o universo, ele é levado a uma dimensão paraíso para viver para sempre ao lado de Lois Lane.
– De todos os personagens que voltaram para a despedida de Arrow, apenas Madison McLaughlin (Evelyn Sharpe/Artemis) e Jessica De Gouw (Helena Bertinelli/Caçadora) não puderam aparecer devido a conflitos de agenda.
– Marc Guggenheim admitiu que o motivo de Laurel da Terra 1 não ter voltado foi o spin-off “Green Arrow and the Canaries”. Eles mantiveram a personagem da Terra 2 pois queriam usá-la na nova série.
Portanto, obrigado a todos que acompanharam nossas críticas durante estes anos. Além disso, continuem acompanhando as resenhas de outras séries do Arrowverso aqui no Mix de Séries. Até a próxima!