Crítica: Por que o acordo nuclear com o Irã importa? 4×17 de Madam Secretary explica
Review do décimo sétimo episódio da quarta temporada de Madam Secretary, da CBS, intitulado "Phase Two".
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Discordando ou concordando, o importante é falar sobre o assunto.
No momento que a Síria domina o noticiário, pode-se esquecer um assunto importantíssimo: o acordo nuclear com o Irã. Seja qual for a decisão dos Estados Unidos, será notícia na certa. Seja com Donald Trump sendo criticado por sair do acordo unilateralmente, ou detonado pela Fox News e o restante da imprensa conservadora por “não cumprir as promessas de campanha”. Mas me permitam dizer que o rebuliço seria apenas barulho, porque perde-se a perspectiva do porquê o acordo importa. Para jogar luz à parte burocrática e pragmática, Madam Secretary aparece bem afiada em Phase Two.
Sem perder tempo em inventar nomes ficcionais ou criar figuras pitorescas, o roteiro vai em frente e dá nome aos bois quando fala diretamente sobre um acordo nuclear com o Irã. Uns argumentariam que é falta de refinamento do roteiro por não dar oportunidade ao telespectador “pensar”, mas quer saber? Se você assistiu Madam Secretary até a quarta temporada é porque não está em busca de entretenimento medíocre. É de suma importância que o telespectador possa entender do que se trata logo de início para que tenha condições de compreender a mensagem.
Curiosamente o roteiro buscou das páginas dos jornais uma velha (e ridícula) controvérsia envolvendo o governo Obama e o Irã para desenvolver a problemática do episódio. No final de 2016 foi confirmado que a administração do ex-presidente teria enviado uma certa quantia para o país inimigo, cujo resultado seria o financiamento de terrorismo contra Israel e a Arábia Saudita. Embora seja discutível o parte do provável investimento em material bélico para extremistas, é verdade que ao final dos anos Obama os Estados Unidos realmente enviaram 1.7 bilhão de dólares ao Irã no intuito de pagar uma dívida com o então governo de Mohammad Reza Pahlevi, deposto em 1979.
Pelos olhos dos McCords.
Confesso que a ideia de adaptar a “controvérsia” num problema com as digitais de Elizabeth McCord foi um acerto e tanto. Isso porque além de manter o sentimento de culpa que a Secretário de Estado demonstrou desde o episódio anterior, temos a oportunidade de ver o que o roteiro considera um líder “de verdade”. É claro que a mensagem do “não importa o que aconteça comigo, desde que eu faça a coisa certa” soa extremamente piegas e clichê. Porém, num momento que temos uma atriz pornô demonstrando maior capacidade argumentativa que o Presidente dos Estados Unidos, é sempre importante relembrar o que liderança realmente significa.
Ainda não estou muito interessado na narrativa envolvendo Henry e suas novas aspirações profissionais. Nós já vimos esse filme antes e sabemos como termina. Ele enfrenta dificuldades, mas em virtude da sua mente brilhante consegue criar um grande plano e salvar o dia. Espero ver algo realmente original para que eu possa afirmar – ‘Sim, valeu a pena esperar para ver o que aconteceria’.
Por enquanto, ficarei pensando no quão importante Madam Secretary é neste momento. Mas não precisa levar minha opinião em conta. Preste atenção nas palavras de Michael S. Johnson, ex-porta vez do Líder da Maioria dos Republicanos, Bob Michel. Num artigo de opinião publicado pelo The Hill afirmou que a série “contribui para a educação do público quanto ao desenvolvimento de política internacional”.