Crítica: Madam Secretary acerta (de novo) ao falar sobre direitos humanos no 4×14
Review do décimo terceiro episódio da quarta temporada de Madam Secretary, da CBS, intitulado "Refuge".
O plano da todo errado. Ótimo.
Sempre que há alguma crise, nossa primeira reação é buscar liderança. Não só para buscar respostas e entender como chegamos até ali, mas também para encontrar soluções, uma palavra de amparo e a segurança de que no final, tudo vai ficar bem. É uma pena que tal sentimento no mundo esteja minguando, diria que quase inexistente.
Felizmente, temos Madam Secretary para cumprir tal papel. Já que semanalmente a série nos relembra que nada supera a sabedoria, a experiência e a paciência. Nesta semana, temos mais uma amostra do quão importante é o papel da diplomacia na garantia de direitos humanos ao redor do mundo.
Para fins narrativos, Refuge também é um acerto. Pela primeira vez, em muito tempo, o roteiro encontra um problema na qual suas consequências podem gerar efeitos de longo prazo. É claro que no momento nós sequer conseguimos imaginar como que uma péssima relação com a Turquia pode gerar problemas para o universo geopolítico de Madam Secretary. Porém, é um caminho na qual os roteiristas podem perseguir sempre que estiverem com uma boa ideia. O país encontra-se praticamente num governo ditatorial, então qualquer abuso, escândalo ou violação de tratado internacional parece perfeitamente normal.
Usar cidadãos LGBTQ é oportuno não só pelo fato da comunidade estar sob constante ataque em todos os cantos do mundo, mas por ressaltar o comprometimento que os Estados Unidos deveria ter com direitos humanos. Seja de uma nação amiga como a Arábia Saudita e as Filipinas ou até mesmo com as inimigas, como Rússia e Irã. O mais irônico de tudo? Essa temática aparece na mesma semana que o governo americano anuncia um novo banimento de transgênero servindo nas forças armadas. E sim, nós continuamos em 2018.
Está bom, mas eu quero mais
A proposta foi bem utilizada para falar da bissexualidade de Kat, mas o que me surpreendeu é que esqueceram completamente de Blake. Sou jovem o suficiente para lembrar que o personagem também é bissexual, mas passou longe da problemática principal do episódio. Qual foi a sua outra finalidade? Interpretar a si mesmo. Me parece um tanto preguiçoso propor ao personagem um arco cômico envolvendo conhecimentos teatrais enquanto Erich Bergen vem de uma carreira promissora na Broadway.
Estou empolgado para ver o que eles vão desenvolver dos problemas propostos nesse episódio, sem descartar o restante do elenco. Quero ver mais histórias interessantes para Daisy, Henry e Jason. O roteiro consegue acertar de forma impressionante o tom ao tratar de problemas na adolescência. Espero ver mais em breve.