Crítica: A Million Little Things já é uma das melhores estreias de 2018

Crítica do primeiro episódio de A Million Little Things.

Imagem: Divulgação
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Drama é uma mistura de Friends com This Is Us

Se eu fosse apostar qual seria a melhor estreia da temporada 2018, certamente passaria longe de A Million Little Things. Quando assisti o trailer, a primeira coisa que veio a cabeça foi: “Ok, uma tentativa da ABC criar sua ‘nova This Is Us‘. Acontece que, surpreendentemente, o piloto tem uma tremenda qualidade, a ponto de envolver o público em muitas maneiras.

A série é criada por DJ Nash, um desconhecido da TV americana. Sua única passagem como roteirista foi na fracassada Up All Night, de 2012. Logo, não havia um parâmetro a ser traçado. E agradeço por isso. Para mim, a aposta da ABC em construir uma narrativa simplória, mas que tem muito a dizer, foi um grande acerto. Esse texto é para te convencer que A Million Little Things não é só mais uma série de TV.

Drama da vida real

This Is Us é incrível. Apaixonante e nos emociona a cada episódio. Mas o que me incomoda na série é a necessidade de transformar tudo em um conto apaixonante. As frases de efeitos. Os “momentos mágicos”. Por mais que amemos isso, a verdade nua e crua não é bem assim. E é nesse ponto, a meu ver, que A Million Little Things acerta em seu piloto.

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Ela não está ali para apresentar um conto mágico. Ela está ali para dar voz a problemas que circundam a vida de todos nós. Minha e sua. Falo de ansiedade, depressão, alcoolismo, câncer, fracasso no casamento, entre outros pontos que não despertam o nosso melhor, mas que existem para aprendermos algo chamado “superação”.

A trama começa com algo impactante: um suicídio. Um dos personagens da trama se mata, logo nos instantes finais. E, a partir disso, a história vai sendo desenhada. Mas são nos pequenos detalhes que A Million Little Things grita para o público.

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Poxa, ele não parecia estar depressivo. Ele estava alegre o tempo todo“, diz um dos amigos, ao questionar o suicídio. É tocar em pontos como esse, que a série me ganhou. A televisão precisa de ter mais séries que discutam casos como a depressão, e mostrem que nem sempre isso significa ter uma pessoa cabisbaixa, no escuro, sem querer contato com o mundo. A depressão é real e pode estar acontecendo com uma pessoa que você nem imagina.

Personagens envolventes

A trama dos personagens se conectam, a princípio, com o suicídio do amigo. Somos apresentados àquele grupo de pessoas se encontrando em seu funeral. Dali, vamos sabendo um pouco mais de suas vidas, e como que eles precisam lidar com problemas intensos.

O personagem de David Giuntoli (Grimm), por exemplo, chama atenção por ser o “boa pinta” da galera. Tem uma esposa linda e um filho que o ama. Mas, na verdade, ele é um alcoólatra em recuperação que, além disso, se sente infeliz no casamento. Já James Roday (Psych) interpreta um cara que tenta estar de bem com a vida, enquanto no fundo precisa lutar contra um câncer que acaba de retornar. Para completar o time de amigos, temos Romany Malco (Weeds), que também passa por um problema parecido com o amigo que se matou. E isso o leva a questionar alguns pontos de sua vida.

Já no time feminino, temos mulheres destemidas e seguras de si. Grace Park, de Hawaii Five-0, apareceu pouco, mas parece ser um vetor que poderá agitar a história. Assim como as personagens de Allison Miller (Go On) e Stephanie Szostak – essa última, tendo tido um destaque maior por conta do suicídio do marido e, no final do episódio, incluída em uma reviravolta que o espectador não esperava.

Infelizmente, a audiência de estreia foi “apenas Ok”. O que deixa o alarme do cancelamento de sobre-aviso. O que espero é que os americanos tenham tempo de conhecer a história dessa série, e que permitem que ela sirva de exemplo para muitos problemas que atingem milhares e milhares de pessoas a cada dia.

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Ao final, percebendo a interação entre os personagens e o potencial que a trama tem, a sensação que fica é que assistimos a uma mistura de Friends com This Is Us. Duas das mais consagradas séries de seus gêneros. Com pitadas de humor, e muito drama, A Million Little Things pode nem ser a melhor série do momento, mas certamente é uma atração da qual precisávamos na TV.

Eu vou continuar e dar uma chance. E você?

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Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.