Crítica: Pânico 6 mantém a franquia relevante e divertida

Sexto filme da franquia Pânico confirma que Ghostface está mais sangrento do que nunca. Confira crítica sem spoilers.

Pânico 6: Mantém a franquia relevante e divertida
Pânico 6: Mantém a franquia relevante e divertida

Quantas franquias podem se dar ao luxo de chegar no seu sexto capítulo, não só mantendo a sua relevância, mas também se superando a cada filme? (E aqui não vamos considerar os famigerados universos compartilhados). Quantas, eu realmente não sei, mas Pânico, definitivamente, é uma delas.

Já sabemos que não existe uma franquia tão conectada com a cultura pop e com as atualidades, além de fazer tão bem o uso da metalinguagem quanto está aqui. E isso é em literalmente todos os filmes, até em seu ponto mais baixo – sim, Pânico 3, eu estou falando de você!

Mas é curioso o quanto Pânico segue fazendo isso tão bem. Claro, num mundo tão conectado, exposto e compartilhado, ter ciência dessas tendências não é difícil, pelo contrário. Mas os filmes não fazem só a crítica pela crítica, a referência pela referência e o fan service, pelo fan service. Eles fazem isso com qualidade e isso é raro hoje em dia, infelizmente.

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Pânico 6 continua eventos do quinto filme

Pânico 6 filme
Imagem: Divulgação.

Sobre o filme, numa rápida sinopse, temos a informação que Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em Nova York.

Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer. Essa é a primeira vez que a franquia sai de sua terra natal, Woodsboro, e vai para outra localidade. E esse é um frescor muito bem-vindo. Nova York é muito bem explorada nesse filme, sendo utilizada seus becos, bares, festas e uma cena no metrô que é deliciosa. Muito diferente da estreita, “pacata” e, convenientemente, vazia Woordsboro. 

Lógico que a sua estrutura narrativa não mudou e que bom por isso. No fim, trata-se do assassino mascarado que tanto amamos perseguindo os protagonistas e matando a facadas algumas pessoas pelo caminho.

E eu já digo: Pânico VI é o melhor filme da franquia desde o original. Fato. Sei que a trilogia original é cultuadíssima merecidamente, afinal, o que Wes Craven faz com aquele roteiro de Kevin Williamson beira a perfeição.

Sei que o segundo filme é muito amado, enquanto o terceiro nem tanto, e tudo isso é muito coerente. Mas, quando pensamos na estrutura do filme, na criatividade da história, na violência das mortes, na inventividade da direção, meu veredito é claro: Pânico VI é o melhor filme da franquia, desde o original.

Ghostface retorna mais sangrento

Pânico 6 filme
Imagem: Divulgação.

Nunca tivemos um Ghostface tão sangrento. E olha que o quinto capítulo já foi bem mais pesado que os anteriores. Aqui, a franquia se supera. E mais uma vez eu destaco que, e que bom por isso, não se trata do fazer por fazer.

Óbvio, quando falamos de sequências, também falamos de escala. Tudo tem que ser numa escala maior que o filme anterior. Mais mortes e mais sangue, se inclui nisso.

Mas aqui realmente ficou muito claro que esse aumento na escalada da violência se deve não somente ao maior nível de psicopatia do assassino (ou seria assassinos? Vejam o filme), assim como a motivação que é mais pessoal dessa vez também. 

Sobre o elenco, a Melissa Barrera me surpreendeu. No filme anterior ela não me convenceu muito no protagonismo, mas nesse filme é perceptível a evolução na atuação dela, principalmente na sua capacidade dramática. Ainda assim, ela é engolida pela sua parceira de cena, Jenna Ortega, sempre que elas dividem a tela.

Tudo soa mais natural com a Ortega, independente do estado de espírito da personagem. Ela é grande, de fato.

Os demais cada um defende muito bem o seu papel dentro da narrativa. As veteranas Courtney Cox e Hayden Panettiere obviamente não fazem feio. Gale tem uma sequência longa e muito bem filmada, e eu não me recordo da personagem ter tido um momento tão bom somente para ela durante toda a franquia.

Já o retorno da Hayden como Kirby, apesar de não soar gratuito, tão pouco soa muito necessário. A sua função na história poderia sim ser desempenhada por outro personagem, mas aqui vale a nostalgia.

E a ausência da Neve Campbell, interfere? Olha, narrativamente falando, não. A história passa sem a Sidney. Mas, como fã da franquia, é estranho. A Sidney sempre foi uma final girl incrível. E a presença da atriz traz um peso incomparável aos filmes. Para mim, foi bem estranho.

Vale a pena assistir?

O balanço final: Corram e vão ver o filme nos cinemas. Pânico VI é uma aula sobre como sequências não são desnecessárias quando se tem uma boa história para contar. É um filme muito bem escrito, filmado e atuado. Dá gosto de ver!

É bastante atual e traz a franquia para uma nova geração de uma forma assustadoramente bom. Além disso, é a prova de que o slasher nunca vai ser ultrapassado e é possível continuar sendo criativo com ele. É, realmente, um deleite!

Sobre o autor
Marcelo Henrique

Marcelo Henrique

Nerd, fã de Batman e DC. Adora séries como um todo, mas tem um tombo por produções de Ryan Murphy. No Mix escreve de tudo um pouco, mas atualmente falo de The Walking Dead semanalmente.