Crítica: Safe aposta em mistério de Harlan Coben e prende do início ao fim
Crítica da série Safe, cuja primeira temporada está disponível na Netflix.
Desaparecimento, assassinato e segredos!
Todo leitor fã de mistério conhece Harlan Coben, autor de grandes best-sellers. Eu, como fã, tenho minha coleção particular de livros tendo como favoritos, Confie em Mim, Não conte a Ninguém e Seis Anos Depois. Sem contar a série de Myron Bolitar que é ótima. Pra quem não conhece, fica aqui o convite. Seus livros são viciantes e cheios de surpresas!
Coben tem uma forma de escrita muito própria e didática. Entrega o mistério no início, faz todos os personagens suspeitos até a solução do mistério e garante algumas reviravoltas. O mais incrível é que às vezes ele muda tudo na última página do livro.
A trama de Safe, nova série da Netflix estrelada Michael C. Hall, segue justamente essa receita. Ela mostra um bem-sucedido cirurgião, Tom, que perdeu a esposa de forma trágica um ano atrás e lida com as consequências da morte, tendo que equilibrar trabalho e a criação das duas filhas. Tudo muda quando uma de suas filhas desaparece, um corpo é encontrado e os vizinhos se revelam suspeitos.
É permitido todo mundo ter segredos…
Como de costume, Coben apresenta uma história em que todos guardam muitos segredos e não é possível confiar em ninguém. A medida que Tom investiga o desaparecimento de sua filha, com ajuda de seu melhor amigo também médico, Pete, ele começa a descobrir segredos dos seus vizinhos e como eles se entrelaçam. Se isso não bastasse descobre segredos da esposa falecida que também muda tudo.
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Existe um esforço para esconder os segredos e isso leva cada um ao limite. Como é repetido algumas vezes, “é permitido todo mundo ter segredo”, mas nada fica escondido pra sempre. Cada um só quer proteger sua família, não importa a que custo.
Outro ponto que é discutido é a segurança. A história mostra a vida dos moradores de um condomínio de classe alta. O único acesso é pelo único portão com segurança e câmeras espalhadas pelo condomínio. Mesmo assim, segredos são escondidos por trás de cada porta e eventos acontecem lá dentro.
A segurança digital é outro assunto. Pais protetores são capazes de tudo pela segurança dos filhos, até mesmo instalar aplicativos no celular para espionar o filho. Em contrapartida, mesmo com tanta proteção, essas famílias não estavam preparadas para os eventos que se desdobrariam. Fica claro que eles viviam com uma falsa sensação de segurança, e é nesse ponto que a trama pega um gancho para se desdobrar.
Safe é uma produção da Netflix em parceria com o canal francês “Canal+” com oito episódios de aproximadamente 50 minutos. Apesar de ser vendida como uma série, vejo Safe como uma minissérie. A história é bem amarrada e não deixa pontas, mas se tratando de Coben, é cedo pra dizer quais são seu planos com a Netflix. Será que veremos uma segunda temporada?
Com o roteiro do vencedor do BAFTA e EMMY, Danny Brocklehurst (Ordinary Lies, Shameless) com Michael C. Hall (Dexter, Six Feet Under) e Amanda Abbington (Sherlock) nos papéis principais, Safe apresenta uma trama ágil com algumas surpresas. Vale uma maratona!
Obs: A música de Barns Courtney – Glitter anos Gold na abertura é incrível!
https://www.youtube.com/watch?v=JvhbGLNXVHY