Desaparecimento na Noruega, a verdade por trás: é uma história real?

Desaparecimento na Noruega conta uma história assustadora sobre um crime misterioso. Mas a série é baseada em fato? Conheça a verdade.

Desaparecimento na Noruega

Desaparecimento na Noruega, da Netflix, começa com o sequestro da esposa de um bilionário. O caso se mostra difícil desde o início, considerando sua vítima de alto perfil e a ameaça dos sequestradores que afirmam estar observando cada movimento feito contra eles. Ao longo de cada episódio, o drama policial aborda o caso de diferentes perspectivas, concentrando-se no elemento humano e não no criminoso.

Criada por Nikolaj Frobenius e Stephen Uhlander, a série apresenta uma versão complicada de um crime sem resolução. As coisas ficam tão emaranhadas no final que se começa a se perguntar se é assim que as investigações avançam na vida real.

Desaparecimento na Noruega é uma história verdadeira?

Sim! Desaparecimento na Noruega se baseia em uma história real. Ela narra o caso de sequestro da vida real de Anne-Elisabeth Hagen, de 69 anos. Alguns eventos e personagens, entretanto, foram ficcionalizados para fins narrativos.

Em 31 de outubro de 2018, seu marido, Tom Hagen, voltou para casa e descobriu que sua esposa havia desaparecido e uma nota de resgate deixada em seu lugar em sua casa em Lørenskog. Os sequestradores exigiram o pagamento de € 9 milhões em criptomoeda, Monero. Além disso, eles avisaram Hagen para não ir à polícia ou as consequências seriam desastrosas para sua esposa.

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No entanto, Hagen achou melhor envolver a polícia. Quando perguntados sobre a prova de vida de Anne-Elisabeth, os sequestradores nunca deram uma. Ao estudar a nota de resgate, os policiais descobriram que ela foi escrita por alguém fluente em norueguês, mas tentou fazer parecer que não era.

História de um casamento

A casa dos Hagen também oferecia evidências forenses limitadas, sem nenhum sinal de entrada forçada. Depois de manter a investigação em segredo por cerca de dez semanas, os policiais divulgaram o caso, esperando que a exposição na mídia ajudasse a obter algumas pistas em sua investigação fortemente impedida. Sobre o caso, eles disseram: “Sequestro é a principal teoria. Não temos provas de que ela esteja viva, mas também não recebemos nenhuma indicação de que ela não esteja viva”.

Com os sequestradores aparentemente desinteressados ​​em estabelecer comunicação, depois que Hagen pagou cerca de US$ 1,45 milhão, os policiais eventualmente voltaram suas lentes para outras possibilidades, que foi quando ele passou a ser investigado. Em 28 de abril de 2020, ele foi preso por acusações como assassinato e cúmplice de assassinato e foi mantido sob custódia.

Acreditava-se que ou Hagen matou sua esposa ou ele organizou o plano com a ajuda de outros elementos criminosos. Sua casa foi minuciosamente revistada, junto com o lago próximo e outras propriedades de Hagen.

Em sequestro de marido e mulher, é preciso meter a colher

O inspetor Tommy Brøske disse: “O caso é caracterizado por um engano claramente planejado. À medida que outras hipóteses foram enfraquecidas, as suspeitas contra Tom Hagen foram gradualmente reforçadas.”. Eles acreditavam que Hagen “tinha vestígios de uma orientação errada, clara e premeditada”. Os policiais foram motivados ainda mais pela crença de que ele e Anne-Elisabeth tiveram um casamento difícil e que ela queria se livrar dele enquanto ele era inflexível.

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O acordo pré-nupcial mostrou que Anne-Elisabeth só receberia “15.000 libras de sua fortuna de 156 milhões de libras, juntamente com um terreno e um carro Citroen, se o casal se divorciasse”. Já ele obteria “controle sobre uma propriedade que Anne-Elisabeth tinha herdado de seus pais”. Isso virou a suspeita sobre o marido. No entanto, o caso não foi levado ao tribunal e Hagen logo foi libertado da custódia. Com o caso ainda aberto, os policiais não conseguiram descobrir o que realmente aconteceu com Anne-Elisabeth.

Desaparecimento na Noruega

Série busca ir além da investigação

Desaparecimento na Noruega se concentra na investigação, mas adota uma abordagem diferente da usual que dá uma resolução concreta ao público. Assim como qualquer caso com uma personalidade de alto perfil ligada a ele, a opinião pública se torna um elemento crucial para colocar a culpa em alguém.

Com o passar do tempo, os investigadores se tornam mais envolvidos emocionalmente em tais casos. A teimosia em encontrar uma resposta, entretanto, muitas vezes cria mais problemas para encontrar a resposta correta. Além disso, com o impacto das mídias sociais, todos se sentem à vontade para julgar e sentenciar sem estar a par do quadro completo.

As versões fragmentadas de uma história e o impacto que ela tem nas pessoas envolvidas são o verdadeiro núcleo da série de crimes reais da Netflix.

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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