Game of Thrones: série derivada pode estragar toda a franquia

A HBO tem vários spinoffs de Game of Thrones planejados. Mas está faltando o que talvez seja a opção mais fácil, mais óbvia e provavelmente a maior possível. Mesmo antes do final, a HBO estava começando a explorar maneiras de continuar contando histórias ambientadas em Westeros. Até agora, isso resultou na prequela cancelada sobre Long Night e, claro, House of the Dragon, mas isso é apenas o começo.

Assim como a 2ª temporada de House of the Dragon, a lista de outros spinoffs de Game of Thrones inclui A Knight of the Seven Kingdoms: The Hedge Knight (que foi encomendado para série). Além de conversas sobre uma sequência de Jon Snow, uma prequela de Aegon, o Conquistador, está em desenvolvimento. Todas as histórias têm potencial, mas mais surpreendente do que o que está acontecendo é o que não está sendo feito. Ou seja, uma prequela de Game of Thrones sobre a rebelião de Robert.

A história da 2ª temporada de House Of The Dragon apresenta um dos maiores Starks

Apesar de todo o sucesso de House of the Dragon, há razões para acreditar que um show da Rebelião de Robert seria ainda maior. Esta é, de certa forma, a ideia de prequela mais natural de toda a franquia. É a história que configura e define muito do que se segue em Game of Thrones. Desde traços gerais (Robert sendo Rei, os Targaryen praticamente eliminados) a relacionamentos e traços críticos de personagens.

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É a maior história de Game of Thrones que Game of Thrones nunca contou completamente e, como tal, seria um grande atrativo. Isso é particularmente verdadeiro quando se considera os personagens envolvidos. Muitos dos quais são versões mais jovens de alguns dos melhores de Game of Thrones. Isso inclui Ned Stark, Robert Baratheon, Tywin Lannister e Jaime Lannister, para citar apenas alguns. A oportunidade de ver a rebelião histórica, da amizade de Ned e Robert antes de ser alterada por anos de ausência e perda. De Jaime voltar ao seu melhor como espadachim. E Sor Barristan Selmy no seu auge, de quão louco o Rei Louco estava, e muito mais.

George R.R. Martin nunca quis um spinoff da rebelião de Robert

Embora a Rebelião de Robert seja provavelmente o maior spin-off de Game of Thrones (e já foi considerada uma opção potencial), há um grande problema: George R.R. Martin já foi contra que isso acontecesse. Em 2017, Martin escreveu em seu site Not A Blog:

“Também não estamos fazendo a Rebelião de Robert. Eu sei que milhares de vocês querem isso, eu sei que há uma petição… mas quando eu terminar de escrever UMA CANÇÃO DE GELO E FOGO, vocês saberão todas as coisas importantes que aconteceram na história de Robert. Rebelião. Não haveria surpresas ou revelações em tal série, apenas a atuação de conflitos cujas resoluções você já conhece. Essa não é uma história que quero contar agora; pareceria muito com uma história contada duas vezes. “

É claro que os tempos mudam, as pessoas mudam e os planos mudam. Nesse mesmo post, Martin também disse que eles não estavam fazendo The Tales of Dunk & Egg porque ele tinha mais novelas para escrever, e agora Dunk & Egg está se tornando um programa de TV. Portanto, não é impossível, mas a diferença é que Martin afirmou que adoraria fazer Dunk & Egg eventualmente, enquanto ele claramente não tinha interesse na Rebelião de Robert. Martin é uma parte fundamental dos planos da HBO, tendo estado intimamente envolvido com House of the Dragon e provavelmente com Um Cavaleiro dos Sete Reinos também, então seria uma grande surpresa se isso fosse contra sua vontade.

Por que é bom que o spinoff da rebelião de Robert não esteja acontecendo (por enquanto)

A Rebelião de Robert poderia ser um spinoff muito bom, talvez até ótimo, com uma ou duas temporadas adaptando totalmente a história e todas as suas nuances. Isso teria tudo o que os espectadores de Game of Thrones adoravam, desde intrigas políticas e rivalidades familiares até grandes cenários de ação e reviravoltas chocantes. Parte do problema, porém, é, como Martin descreve, que toda a história terá sido contada quando ele terminar Os Ventos do Inverno e Um Sonho de Primavera.

Há uma diferença aí para, digamos, House of the Dragon (onde a história existe, mas não é devidamente detalhada) ou mesmo The Tales of Dunk & Egg. Afinal, Martin não terminou essa história e pode muito bem ter feito as pazes com isso. Terminar As Crônicas de Gelo e Fogo é a prioridade de Martin, e ter outra série da HBO que fará revelações e reviravoltas importantes.

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Esses livros – embora sejam sobre o passado – pareceriam, na melhor das hipóteses, uma espécie de insulto e, na pior das hipóteses, correriam o risco de a história se repetir se Martin não estivesse totalmente envolvido e investido em contá-la.

Também vale a pena considerar o quanto Game of Thrones cobriu a rebelião de Robert. Mesmo além de já ter visto a morte de Aerys em flashback, alguma representação dela corresponderia ao relato do próprio Jaime Lannister sobre o que realmente aconteceu com Brienne de Tarth? É uma das cenas mais perfeitas de Game of Thronese não deve ser menosprezada. Da mesma forma, as sequências da Torre da Alegria são, às vezes, emocionantes e depois incrivelmente comoventes. O show em particular acertou em cheio a emoção de “Promise me, Ned” de Lyanna. Há necessidade de refazer isso?

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Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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