House of the Dragon: 4º episódio volta às intrigas e tem bons momentos
House of the Dragon chega ao seu 4º episódio buscando sua identidade através da tentativa e erro. Até agora temos mais acertos.
Depois de um terceiro episódio equivocado em seus anseios e quesitos técnicos, House of the Dragon volta aos trilhos e às tradições de Game of Thrones. Não que o capítulo anterior tenha sido ruim, mas a série acabou tropeçando em problemas que nunca tivera até então. Em “King of the Narrow Sea“, temos um retorno às origens e um investimento naquilo que a franquia sempre fez bem: intrigas palacianas.
Assim, pode parecer loucura, mas as intrigas e os diálogos têm sido mais emocionantes e coesos do que as agitadas cenas se batalha. Durante a primeira temporada de Game of Thrones, lamentávamos que não víamos nenhuma guerra, nenhuma briga. Agora sabemos que isso pode ter sido uma coisa boa. House of the Dragon investiu em um conflito armado logo no início e decepcionou. Talvez tenha faltado algo básico para que o evento funcionasse: importância.
Personagens crescem, mas seguem misteriosos
Ainda que acompanhemos estes personagens por mais de três horas, ainda não estamos investidos em suas jornadas como estávamos com Daenerys, Jon ou Tyrion na quarta ou quinta temporada de GOT, que é quando as coisas esquentam. Desta forma, temos uma batalha onde vemos diversos personagens importantes pela primeira vez, o que impede que nos preocupemos com seus destinos.
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O quarto capítulo de A Casa do Dragão, então, faz o oposto e desenvolve seus personagens com importantes informações adicionais. Na escapada de Rhaenya e em suas consequentes mentiras, conhecemos muito mais acerca de sua personalidade do que sabíamos até então. Os Hightower, Otto e Alicent, são outros personagens que crescem com os desdobramentos de “King of the Narrow Sea“.
Viserys segue como um dos pontos mais interessantes de House of the Dragon
Mas o protagonista da série, realmente, ao lado de Rhaenyra, é o Viserys de Paddy Considine. O personagem/ator que começara como coadjuvante, assume o posto extraoficial de protagonista. E, mesmo que o sujeito morra no final desta temporada, não se surpreenda caso ela apareça entre os indicados ao próximo Emmy. Considine entrega aquele que talvez seja o personagem mais complexo de House of the Dragon.
Viserys é um homem dividido em praticamente todas as esferas que ocupa. Rhaenyra é decidida e ocupa poucos espaços. Daemon, apesar de ambicioso, parece ter uma visão unilateral da maioria das coisas. O Rei, entretanto, encontra dilemas em cada cômodo que ocupa, em cada conversa que divide. E o ator que o interpreta consegue impregnar cada gesto, olhar e inflexão com estas angústias.
Série busca estabelecer sua identidade através da tentativa e erro
Tentando voltar às raízes de s*xo e nudez de Game of Thrones, mas com um comedimento surpreendente, House of the Dragon parece tentar achar um meio termo em quase todos os elementos. Há a vontade de caprichar na conversação, mas também há o anseio por batalhas e ação. A série também sabe que cenas quentes chamam atenção, mas também não deseja tornar as sequências em provocações gratuitas, como GoT muitas vezes entregou.
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Nestes testes, a série pode errar ou acertar, mas é elogiável que esteja tentando mudar. Depois de se estabelecer como um produto inquestionável de Game of Thrones e da HBO, House of the Dragon tenta, enfim, conquistar sua própria identidade.