Jury Duty: o que é fato e o que é ficção na série do Amazon

Jury Duty é um mockumentary. Mas o que isso quer dizer? Trata-se de um “falso documentário”, algo que pode juntar verdades e encenações ou ser totalmente fictício. No caso de Jury Duty, indicada a 4 Emmy, incluindo Melhor Série de Comédia, é difícil afirmar o que ela realmente é. Parte mockumentary, parte reality, o programa ainda é uma grande pegadinha.

Na trama, um julgamento está em curso. Para isso, um júri é convocado e posto no trabalho, com o objetivo de decidir a culpa ou inocência de um indivíduo. Para comum, certo? O problema é que tudo é encenado/roteirizado. Ou melhor quase tudo, pois UM membro do elenco não sabe que tudo é mentira. Para Ronald, tudo é verdade e ele realmente foi convocado para ser jurado.

A partir daí, tudo se desenrola das formas mais inusitadas, brincando com as percepções de Ronald – e do público, pregando uma das maiores peças da TV.

Assim, vamos descobrir o que é fato e o que ficção em Jury Duty, que tem dado o que falar no Amazon Prime Video.

Ficção: às vezes a mentira nem tem perna curta…

Júris podem ser isolados. Mas isso é raro e geralmente reservado para casos de grande notoriedade. Por exemplo, os jurados foram isolados nos julgamentos de OJ Simpson e Bill Cosby. O júri no julgamento de Derek Chauvin foi isolado apenas durante a deliberação. Portanto, embora o isolamento seja uma prática existente, é seguro dizer que definitivamente não teria acontecido se este fosse um caso genuíno.

Juiz Rosen não é um juiz de verdade. Mas ele é um advogado de verdade, então… quase verdade?

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James Marsden não é um narcisista vaidoso. Ele simplesmente adora ‘fazer o tolo’ e é geralmente considerado um dos bons caras de Hollywood. O que fica evidente pelo fato de ele ter concordado em participar do programa. Ah, e o filme Lone Pine, que ele ensaia e discute o tempo todo, não existe.

JORF. O termo ‘JORF‘ foi completamente inventado e não significa nada. Ainda assim, aquela camiseta foi ofensiva.

O jogo coreano que fez Ronald ‘ganhar’ $2000 foi totalmente inventado, infelizmente.

Relacionamento de Jeannie e Noah. É impossível dizer se os jurados isolados conseguem fazer amizade com os agentes de segurança para acessar as redes sociais (como Jeannie fez), mas é seguro assumir que isso não entraria no corte final de um documentário fictício genuíno sobre o serviço de júri.

Fatos: nada além da verdade

Todo mundo estava mentindo, exceto uma pessoa: Ronald Gladden. Ele é a única pessoa no programa que é “real”. Todos os outros são interpretados por atores.

Animações jurídicas são realmente usadas nos tribunais para ajudar os jurados a visualizar eventos. Isso tem sido prática comum há cerca de 20 anos.

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Você pode se representar em um tribunal. Milhões de americanos se representam em casos civis e criminais todos os anos. Embora, em muitas ocasiões, seja porque eles não podem pagar um advogado, e não porque seu advogado é um idiota.

Aparentemente, algumas celebridades chamam os paparazzi para si mesmas. Há muitas evidências de que Taylor Swift, Britney Spears, Angelina Jolie, Ryan Reynolds, Paris Hilton e, é claro, Kim Kardashian e Kanye West fizeram exatamente isso.

‘​Soaking‘ é uma coisa real (ou pelo menos um verdadeiro mito urbano). Alguns membros da Igreja dos Santos dos Últimos Dias aparentemente confirmaram que é uma brecha genuína, mas raramente usada, para contornar regras rigorosas sobre sexo fora do casamento heterossexual. Outros, entretanto, dizem que é completamente inventado e só existe em sitcoms.

Veredito: Jury Duty é culpada de mentir?

Portanto, há uma quantidade razoável de precisão em Jury Duty, juntamente com uma boa dose de licença artística. Houve momentos em que Ronald Gladden disse em suas ‘entrevistas‘ durante o programa que parecia ‘como reality show‘, o que poderia ter causado um problema. Afinal, o que os produtores fariam se ele os desmascarasse?

Mas quando ele indicou que poderia estar descobrindo o que estava acontecendo, o que os telespectadores não viram foi que se seguiram horas de discussões legais tediosas para trazê-lo de volta ao que se esperaria de uma sala de tribunal comum.

Ou seja: eles trouxeram Ronald de volta à realidade apenas tornando tudo mais enfadonho. Diferente da série, portanto, que é diversão pura.

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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