Landman | Não durma na nova série do criador de Yellowstone
Taylor Sheridan supera ‘Yellowstone’ em sua melhor série até agora. “Landman” é uma das melhores estreias do ano.
Taylor Sheridan, criador de sucessos como Yellowstone e 1923, apresenta seu trabalho mais envolvente até o momento com Landman, disponível no Paramount+.
A série transporta os espectadores para o abrasador Permian Basin, no Texas, com um retrato autêntico da indústria do petróleo e dos trabalhadores que a mantêm em movimento. Protagonizada por Billy Bob Thornton, no papel do fixador Tommy Norris, Landman não apenas iguala, mas supera o impacto de Yellowstone ao equilibrar ação, tensão e um olhar humano sobre suas personagens.
Thornton é o destaque absoluto da série, entregando uma performance feita sob medida para seu talento. Tommy Norris é um homem durão, sagaz e cínico, cujo trabalho vai muito além de negociar contratos: ele administra trabalhadores, enfrenta cartéis e lida com a pressão de um setor essencial, mas controverso. A escolha de Sheridan de focar nos trabalhadores do petróleo, e não apenas nas salas de reuniões, diferencia Landman de produções como Dallas, aproximando a série do dia a dia árduo de quem vive na linha de frente da extração de petróleo.
Ação intensa e um olhar pragmático sobre energia
Desde a primeira cena, Landman prende a atenção com uma narrativa eletrizante. O episódio de estreia começa com Tommy amarrado a uma cadeira e encapuzado, negociando com traficantes de drogas que hesitam em permitir que sua empresa explore o petróleo de terras cujos direitos minerais já pertencem a ela. A tensão é palpável, mas também há espaço para reflexões afiadas. Em um momento, Tommy compara o petróleo a uma substância viciante, chamando atenção para a dependência mundial do produto e os dilemas que isso traz.
O que realmente diferencia Landman é a maneira como Sheridan combina ação e narrativa com informações profundas sobre o setor. Inspirado no podcast Boomtown, da Texas Monthly, o roteiro equilibra fatos sobre a indústria com momentos de alta tensão, como um acidente surreal envolvendo um avião particular e um caminhão de petróleo. A escrita afiada de Sheridan brilha especialmente nos monólogos de Tommy, que oferecem um olhar pragmático sobre o petróleo: “Não fazemos isso porque gostamos. Fazemos porque não há alternativa agora.”
Relações familiares e um retrato humano em Landman
Embora a trama seja centrada no petróleo, Landman também encontra espaço para explorar as relações familiares de Tommy, especialmente com sua filha, Ainsley (Michelle Randolph). Apesar de seus diálogos atrevidos e um relacionamento conturbado com o pai, Ainsley traz um toque de humanidade à narrativa, mostrando que mesmo um homem tão endurecido como Tommy ainda se preocupa profundamente com sua família. O relacionamento entre pai e filha se torna um dos pilares emocionais da série. Dessa forma, proporcionando momentos de leveza e vulnerabilidade em meio à brutalidade do mundo do petróleo.
Outro ponto positivo é a interação entre Tommy e seu filho Cooper (Jacob Lofland), que decide largar a faculdade para trabalhar como operador de plataforma. A jornada de Cooper, repleta de desafios e provocações no ambiente hostil dos campos de petróleo, oferece uma visão autêntica e cativante sobre os sacrifícios pessoais e físicos exigidos por essa indústria.
Sheridan em sua melhor forma
Com diálogos rápidos, personagens fortes e um olhar único sobre a indústria do petróleo, Landman confirma o talento de Sheridan como um dos grandes criadores da TV contemporânea. A série é audaciosa ao mergulhar em temas complexos, mas nunca perde de vista o entretenimento. É o equilíbrio perfeito entre ação, reflexão e emoção. Além disso, claro, com a performance impecável de Billy Bob Thornton solidifica Landman como uma das séries mais envolventes do ano.
Para quem já era fã de Sheridan, Landman é imperdível. E para quem ainda não foi conquistado por seu trabalho, esta série é a porta de entrada perfeita. É o tipo de produção que não apenas entretém, mas também leva os espectadores a refletirem sobre os desafios e dilemas de um mundo dependente de petróleo.