21×01 de Law & Order não deu o retorno digno e merecido
Law & Order frustra as expectativas para quem esperava um retorno triunfante e de tirar o fôlego. Mesmo assim, as expectativas são boas.
Quando Law & Order foi cancelada em 2010, estávamos entrando uma era complexa da televisão. Num período pré-streaming, os canais estavam determinados a conversar com uma nova geração. O consenso era que telespectadores mais velhos (+50 anos) eram bons, mas não sustentavam uma estratégia saudável de longo prazo. A partir daí, vimos Scandal, 2 Broke Girls, Brooklyn Nine-Nine, entre outros.
Contudo, com a chegada da Netflix e sua produção de conteúdo selvagem, a TV aberta mudou a estratégia e fixou-se em franquias, conforto e escapismo. Razão pela qual Law & Order está de volta!
Em “The Right Thing” temos os detetives Kevin Bernard (Anthony Anderson) e Frank Cosgrove (Jeffrey Donovan) incumbidos da investigação do assassinato de um estuprador em série. O criminoso faz a linha Bill Cosby de transgressões. As tensões entre os investigadores é palpável, principalmente pelos métodos arcaicos de fazer segurança pública.
Porém, ainda há um grande embate vindo aí, durante o julgamento da suposta assassina. Será que a procuradoria vai conseguir se manter firme e unida num único propósito?
Law & Order simples demais
O pioneirismo de Law & Order é indiscutível. Responsável por inspirar centenas de pessoas a ingressar na faculdade de Direito nos Estados Unidos e no mundo. Diante dessa importância, fiquei um tanto frustrado com esse retorno. A história é interessante e bem bolada, mas será que o momento não pedia algo mais imponente? Algo capaz de lembrar o telespectador o porquê desse drama ser tão importante e fundamental?
Ou melhor, que merecia, sim, ser resgatado do cancelamento? Infelizmente “The Right Thing” não faz nada disso. Os roteiristas apenas mostram algo confortável e simples demais.
É preciso entender que a televisão mudou. Certas coisas não são mais extraordinárias e chocantes. Ainda mais diante do noticiário atual. Será necessário mais criatividade e visão estratégica dos roteiristas e do showrunner daqui pra frente.
Episódios simples e pouco expressivos fazem parte da jornada de toda série. O problema é entregar isso logo na Season Premiere. Tenho certeza que seremos surpreendidos. Afinal, Hugh Dancy tampouco Sam Waterston teriam aceitado fazer uma série mais do mesmo. Então…
Sinais promissores
Pontos positivos que me chamaram atenção foi a disposição do roteiro em discutir a brutalidade policial. É um tema fundamental para ser debatido. Ainda mais um drama que ajudou a pavimentar essa visão de polícia infalível e intocável na sociedade americana.
Então, é preciso um pouquinho mais de elegância e perspicácia na abordagem. Jogar tudo na cara do telespectador é pregar para convertido. Mesmo assim, é bom ver a abertura de diálogo e alerta. Assim. Sendo assim.
Em suma, é um alento ter Law & Order de volta. Ver a imponência de Jack McCoy em cena é uma experiência singular. Enfim, sendo assim, recomendo que assista, mas sabendo, desde já, que a série ainda precisa mostrar a que veio. Teremos uma maratona pela frente. Não uma simples corrida de cinquenta metros. Por isso!
Nota: 3/5