Crítica: Aprendendo a ser ousada, 4×20 de Madam Secretary é um acerto do início ao fim
Review do vigésimo episódio da quarta temporada de Madam Secretary, da CBS, intitulado "The Things We Get to Say".
Meet The Press!
Vamos começar esse texto de uma forma diferente? Ótimo. Como isso, me permitam lhe fazer uma pergunta: porque você assiste séries? É pelo ator bonito? Pela atriz premiada ou sabendo que determinada produção é do produtor que finalmente trocou o cinema pela televisão. Sinceramente, não sei. Cada leitor provavelmente terá uma resposta diferente. Para este que vos escreve, é pela experiência, emoção e certamente pelo aprendizado. Não é para menos que The Good Wife foi a responsável por me fazer selecionar direito como opção no vestibular. Essa introdução foi feita por um simples motivo: Madam Secretary mostrou nessa semana o porquê assisto televisão a tantos anos.
Para melhorar a imagem da Secretária de Estado, Russell põe um dos mais renomados jornalistas do fictício Washington Chronicle (Tim Kang, numa performance pontual) na cola de McCord no intuito de fazer um perfil mais fiel possível. Elizabeth quer que o profissional seja honesto, transparente e justo. Nada de muitos elogios ou críticas além das cabíveis. Com isso, ele acompanha a diplomata por todos os lugares. Seja nas reuniões mais importantes, no encontro com sua equipe antes do falar com o presidente e até mesmo no jantar disfuncional dos McCords. No decorrer do dia, ele vai descobrindo acordos firmados por Elizabeth que pessoalmente não concorda.
Pela breve sinopse, é possível inferir que há algo diferente. Isso porque desde o episódio piloto, o roteiro ousou ao mudar sua estrutura narrativa. Mesmo que provisória. Acompanhamos toda a história pela perspectiva do jornalista, sentindo suas angustias, tentando compreender seus conflitos morais e profissionais além de julgar, pela primeira vez, o trabalho de Elizabeth com outros olhos. É uma novidade deliciosa, um desafio e tanto para quem está assistindo e uma introdução suave, porém evidente do que está por vir no futuro. O que seria? Elizabeth Para Presidente.
Run Elizabeth, Run!
Qual seria o intuito de melhorar a imagem da Secretária de Estado pelo simples fato de torna-la mais “simpática”? Ela não é o presidente que precisava de aprovação popular para aprovar, ou pelo menos tentar, legislação no congresso. O objetivo do roteiro é claro. Não é à toa que nessa quarta temporada vimos Elizabeth tomar decisões questionáveis. Acordar com o talibã em que limita a participação de mulheres na política do Afeganistão em troca de um suposto período de estabilidade no país. O acordo não é apenas controverso, mas é uma péssima decisão para quem precisa do voto feminino para ser competitiva numa primária.
Não sei como essa nova ideia vai funcionar. Será que mudarão o título para Madam President? É improvável, principalmente se lembrarmos de lambança de Cougar Town. O que consigo afirmar com muita convicção que esse foi um dos melhores episódios em toda sua jornada.