Novo filme de Zack Snyder na Netflix é decepção retumbante
Zack Snyder lança Rebel Moon, seu novo épico na Netflix. É uma pena, contudo, que o filme seja uma decepção tanto no visual quanto na trama.
![Rebel Moon](https://mixdeseries.com.br/wp-content/uploads/2023/12/Rebel-Moon-1.webp)
Antes de tudo, preciso dizer que sou um defensor de Zack Snyder. Não, não sou um fã, tampouco fecho os olhos para seus problemas. Ainda assim, é necessário dizer que gosto de todos os seus filmes e não considero nenhum deles ruim. Até o lançamento deste “Rebel Moon”, claro, que é uma decepção retumbante na filmografia do diretor.
Depois de ser uma das mentes por trás do fracassado universo cinematográfico da DC, Snyder refrescou a carreira com uma guinada rumo à Netflix. Na plataforma, assinou um contrato milionário. Logo de início, lançou “Army of the Dead”, que, por sua vez, é um enorme projeto que envolve filmes, séries, animes e produtos licenciados.
Fica óbvio, então, principalmente com o lançamento de “Rebel Moon”, que Snyder quer uma franquia para chamar de sua – e ninguém meter a mão. Depois de passar maus bocados nas mãos da Warner e da DC, é nítida a intenção do cineasta em criar uma franquia própria, de mitologia vasta e consolidada.
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Snyder, vale apontar, tem apreço por histórias originais. Ainda que tenha se destacado no comando de remakes (“Madrugada dos Mortos”), adaptação de HQs (“300” e “Watchmen”) e livros (“A Lenda dos Guardiões”), o diretor já tentou explorar sua originalidade em “Sucker Punch”. Sua intenção é clara: criar histórias e personagens originais, mas que orbitam referências muito específicas. Assim, nem “Punch”, nem “Army of the Dead” e muito menos “Rebel Moon” são originais de verdade.
Um dos grandes problemas de “Rebel Moon”, por exemplo, é que Snyder que brincar com todos os brinquedos da caixa. Assim, não dá a devida atenção a nenhum deles. Ao tentar homenagear “Star Wars”, perde o foco ao também abraçar a cultura pop japonesa, e os quadrinhos, e a ação brucutu oitentista, as intrigas palacianas, etc.
![](https://mixdeseries.com.br/wp-content/uploads/2023/12/Rebel-Moon-3-1024x580.webp)
Nem o visual faz valer as mais de duas horas investidas
Seria interessante, por exemplo, se cada personagem fosse um avatar de alguma referência tão bem quista pelo diretor. O problema é que todos são misturas de tudo. Não é à toa, portanto, que a protagonista de Sofia Bautella apareça em duas versões absolutamente distintas na história. Assim, “Rebel Moon” não se decide entre a ficção B, propositalmente cafona, ou a space opera classuda, cheia de nomes, lugares e reviravoltas dramáticas.
Neste sentido, até nos visuais Snyder acaba se perdendo. E isso é uma lástima tendo em vista que, em filmes anterior, pelo menos no visual, o cineasta segurava o rojão. Pois se “Sucker Punch” é uma bagunça, pelo menos é uma bagunça visualmente linda. “Rebel Moon” falha vergonhosamente em diversos efeitos especiais. Além disso, constrange com erros grosseiros de fotografia, principalmente na iluminação. E aqui vale apontar outro detalhe: Snyder é o diretor de fotografia do próprio filme, o que torna tudo ainda mais embaraçoso.
No fim, sem o apelo visual para carregar a atenção do público, resta pouco ou nada para nos agarrarmos. Afinal, o elenco deixou o carisma em casa e a história é absolutamente desinteressante. Nos minutos finais, quando alguém faz uma revelação bombástica, nenhum efeito é sentido. Afinal, não nos importamos com aqueles personagens, nem com aquele mundo e muito menos com o que acontece com eles.
E o pior é que vem a parte 2 por aí…
Nota: 2/5