Novo filme de Zack Snyder na Netflix é decepção retumbante

Zack Snyder lança Rebel Moon, seu novo épico na Netflix. É uma pena, contudo, que o filme seja uma decepção tanto no visual quanto na trama.

Rebel Moon

Antes de tudo, preciso dizer que sou um defensor de Zack Snyder. Não, não sou um fã, tampouco fecho os olhos para seus problemas. Ainda assim, é necessário dizer que gosto de todos os seus filmes e não considero nenhum deles ruim. Até o lançamento deste “Rebel Moon”, claro, que é uma decepção retumbante na filmografia do diretor.

Depois de ser uma das mentes por trás do fracassado universo cinematográfico da DC, Snyder refrescou a carreira com uma guinada rumo à Netflix. Na plataforma, assinou um contrato milionário. Logo de início, lançou “Army of the Dead”, que, por sua vez, é um enorme projeto que envolve filmes, séries, animes e produtos licenciados.

Fica óbvio, então, principalmente com o lançamento de “Rebel Moon”, que Snyder quer uma franquia para chamar de sua – e ninguém meter a mão. Depois de passar maus bocados nas mãos da Warner e da DC, é nítida a intenção do cineasta em criar uma franquia própria, de mitologia vasta e consolidada.

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Snyder, vale apontar, tem apreço por histórias originais. Ainda que tenha se destacado no comando de remakes (“Madrugada dos Mortos”), adaptação de HQs (“300” e “Watchmen”) e livros (“A Lenda dos Guardiões”), o diretor já tentou explorar sua originalidade em “Sucker Punch”. Sua intenção é clara: criar histórias e personagens originais, mas que orbitam referências muito específicas. Assim, nem “Punch”, nem “Army of the Dead” e muito menos “Rebel Moon” são originais de verdade.

Um dos grandes problemas de “Rebel Moon”, por exemplo, é que Snyder que brincar com todos os brinquedos da caixa. Assim, não dá a devida atenção a nenhum deles. Ao tentar homenagear “Star Wars”, perde o foco ao também abraçar a cultura pop japonesa, e os quadrinhos, e a ação brucutu oitentista, as intrigas palacianas, etc.

Nem o visual faz valer as mais de duas horas investidas

Seria interessante, por exemplo, se cada personagem fosse um avatar de alguma referência tão bem quista pelo diretor. O problema é que todos são misturas de tudo. Não é à toa, portanto, que a protagonista de Sofia Bautella apareça em duas versões absolutamente distintas na história. Assim, “Rebel Moon” não se decide entre a ficção B, propositalmente cafona, ou a space opera classuda, cheia de nomes, lugares e reviravoltas dramáticas.

Neste sentido, até nos visuais Snyder acaba se perdendo. E isso é uma lástima tendo em vista que, em filmes anterior, pelo menos no visual, o cineasta segurava o rojão. Pois se “Sucker Punch” é uma bagunça, pelo menos é uma bagunça visualmente linda. “Rebel Moon” falha vergonhosamente em diversos efeitos especiais. Além disso, constrange com erros grosseiros de fotografia, principalmente na iluminação. E aqui vale apontar outro detalhe: Snyder é o diretor de fotografia do próprio filme, o que torna tudo ainda mais embaraçoso.

No fim, sem o apelo visual para carregar a atenção do público, resta pouco ou nada para nos agarrarmos. Afinal, o elenco deixou o carisma em casa e a história é absolutamente desinteressante. Nos minutos finais, quando alguém faz uma revelação bombástica, nenhum efeito é sentido. Afinal, não nos importamos com aqueles personagens, nem com aquele mundo e muito menos com o que acontece com eles.

E o pior é que vem a parte 2 por aí…

Nota: 2/5

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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