O final de Lost é perfeito e é possível provar

Sim, o final de Lost é bom. E se você discorda, deveria revê-lo. Eis o momento da série que marcou a história da TV.

Lost final da série
Imagem: Divulgação.

O Final de Lost é Perfeito e Continua a Fascinar com o Tempo

Se olharmos para as séries mais atuais, é possível escolher Game of Thrones ou Stranger Things como “blockbusters”. Mas se existe uma série que se tornou sinônimo de cultura pop no século 21, essa série é Lost. Olhando para o primeiro episódio, com direção de J.J. Abrams, os fãs ficaram impactados com tudo que ela trouxe desde que foi ao ar, em outubro de 2004. Então, criou uma legião de fãs que passavam, semana após semana, fazendo especulações e teorias que moviam uma internet ainda em passos lentos.

Foi incrível acompanhar a série criada por Damon Lindelof e Bryan Burk, diante de muitas revelações que atravessaram suas seis temporadas, até chegar ao poderoso e divisivo último episódio.

Dado o rápido modo como a televisão ultrapassou o cinema como a forma premium de “entretenimento sério“, a pressão colocada em uma série para de alguma forma justificar o tempo e o investimento de seu público se tornou ainda mais proeminente ao longo dos anos.

Programas como Mad Men e Succession foram considerados bem-sucedidos porque tiveram grandes finais de temporada. No entanto, alguns fãs lamentam ter assistido Game of Thrones ou How I Met Your Mother porque não “atingiram o alvo”.

Não é uma maneira construtiva de criticar a televisão, já que mesmo um episódio final verdadeiramente horrível não anularia os anos de mistérios divertidos, grandes personagens e momentos emocionantes que Lost proporcionou. No entanto, essa conversa é em si mesma supérflua, já que Lost teve um episódio final perfeito que continua a se destacar com o tempo.

O que Acontece no Final de Lost?

Lost final da série
Imagem: Divulgação.

“The End” foi talvez a parte mais épica na história de Lost. Já que o episódio multipart foi ao ar por 104 minutos no verão de 2010. O tempo de execução em formato de longa-metragem foi justificado, pois o episódio precisava encerrar anos de narrativa complexa. E ainda, dar espaço suficiente para que cada um dos personagens principais tivesse seu momento de destaque.

À medida que Jack Shephard (Matthew Fox), Kate Austen (Evangeline Lilly) e Hurley Reyes (Jorge Garcia) se dirigem ao coração da ilha para alcançar a câmara interna, eles se encontram em uma batalha implacável com o vilão Homem de Preto. Este, que assumiu a forma de seu antigo aliado, John Locke (Terry O’Quinn). É depois que James Sawyer (Josh Holloway) e Desmond Hume (Henry Ian Cusick) aparecem que eles descobrem que Benjamin Linus (Michael Emerson) está planejando destruir a ilha para sempre.

The End” finalmente conseguiu reunir o elenco principal em uma missão singular. O que remete ao início da primeira temporada, quando todos se encontraram como estranhos ao cair na ilha. “The End” certamente não deixa muito espaço para respirar, já que a luta brutal entre Locke e Jack é um dos momentos mais intensos na história de Lost.

No entanto, é bastante emocionante notar como os personagens evoluíram significativamente ao longo de seis temporadas. Juntos, eles experimentaram monstros, viagens no tempo, escotilhas secretas e sociedades militarizadas. Mesmo que personagens como Sawyer e Jack tenham estado em desacordo, eles são capazes de chegar a um acordo sobre alcançar um objetivo coletivo no final.

Lost Foi Sempre Definido por Suas Escolhas Ousadas

Lost final da série
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Uma das razões pelas quais Lost foi tão emocionante é que constantemente mudava a percepção dos espectadores sobre o que realmente era. Enquanto a primeira temporada se concentrou inteiramente nos mistérios da ilha, a segunda temporada mergulhou mais fundo na Iniciativa DHARMA. Com temporadas subsequentes detalhando diferentes linhas do tempo e universos paralelos.

A temporada final tomou a decisão ousada de levar a série em uma direção existencialista. Ou seja, se concentrando em uma batalha entre o bem e o mal na própria ilha. Isso parecia uma conclusão natural para onde os personagens estavam indo. Então, os espectadores estavam tão focados em descobrir “o que” estava acontecendo que nunca tiveram a oportunidade de perguntar “por que”.

A revelação de que a maior parte do universo final ocorreu em um universo paralelo onde os personagens estavam mortos o tempo todo pode ter irritado alguns espectadores que buscavam respostas concretas.

No entanto, “The End” foi satisfatório para qualquer fã de Lost que assistiu ao programa puramente por causa dos personagens. Ver todos os casais que se encontraram ao longo de suas aventuras na ilha reunidos em uma igreja é uma das imagens mais marcantes na história da série. Se isso não fosse poderoso o suficiente, a trilha sonora de Michael Giacchino é suficiente para reduzir até os fãs mais cínicos de Lost às lágrimas.

O Episódio Final de Lost Não Mereceu a Reação Negativa que Recebeu

A temporada final de Lost foi imediatamente submetida a críticas, o que não é surpreendente considerando o quanto de expectativa havia. Talvez os espectadores que esperavam que a série de mistérios durasse para sempre estivessem apenas decepcionados que seu programa favorito estava chegando a uma conclusão. O próprio Lindelof admitiu que “lamentava” reconhecer os odiadores do final. Pois não queria influenciar as expectativas dos espectadores se estivessem assistindo ao programa pela primeira vez.

A experiência de assistir a Lost é pessoal e, para muitos, “The End” foi um momento catártico. Mesmo que não tenha sido um final que respondeu a todas as perguntas menores levantadas ao longo do programa, é, para melhor ou para pior, um final que ainda está sendo discutido mais de uma década depois.

Com suas escolhas ousadas, personagens memoráveis e um desfecho emocional, o final de Lost é um exemplo perfeito de como encerrar uma série de forma que permaneça significativa e impactante ao longo do tempo.

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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