Pinguim | Série teve história incrível do início ao fim

Crítica com spoilers de Pinguim destaca o quanto a série foi um dos maiores acertos da HBO em 2024.

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Imagem: Divulgação.

A minissérie Pinguim, spin-off de The Batman, entrega um dos retratos mais complexos e cativantes de um personagem vilão em tempos recentes. Sob a direção cuidadosa de Craig Zobel e com o desempenho impressionante de Colin Farrell como Oswald “Oz” Cobb, a temporada transforma o vilão icônico em uma figura multidimensional, explorando tanto suas aspirações quanto as traições e os horrores que o cercam.

Um Início Imponente e Um Final Impactante

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Imagem: Divulgação.

Desde o primeiro episódio, Pinguim acerta o tom sombrio e desolador de Gotham, posicionando Oz como o novo candidato ao trono do submundo da cidade.

Sem precisar de uma participação direta de Batman, a série consegue manter a intensidade e ampliar o universo de Gotham com o auxílio de personagens novos e intrigantes. Entre eles, Sofia Falcone (Cristin Milioti) e o amável Victor Aguillar (Rhenzy Feliz). No episódio final, liás, vemos o quanto Oz percorreu desde o início. Agora poderoso, manipula e elimina qualquer um que atravessa seu caminho. Isso figuras como Sofia, que se prova um obstáculo a seus planos de poder. Ou até mesmo o próprio Vic, seu fiel ajudante que é descartado no último minuto.

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A série fecha o arco com uma imagem poderosa de Oz, um verdadeiro “rei” de Gotham. Em suas cenas finais, ele carrega a confiança – e as inseguranças – de um líder que só precisa de si mesmo, mas que se alimenta da admiração alheia, mesmo que seja forjada, tornando-se uma figura de puro carisma e perigo.

Colin Farrell: Uma Performance Transformadora em Pinguim

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Imagem: Divulgação.

Farrell se destaca em Pinguim, entregando uma atuação repleta de nuances. Ele canaliza as camadas complexas de Oz: um ser humano distorcido pelo poder, que projeta uma força inabalável enquanto luta contra suas próprias inseguranças. O trabalho de maquiagem é notável, mas é nos pequenos gestos e nos olhares de Farrell que encontramos a verdadeira essência de Oz. Sua atuação transmite ao público a luta interna do personagem entre o desejo de aceitação e a necessidade de ser temido, e Farrell torna cada momento dessa jornada envolvente.

Essa abordagem lembra Tony Soprano de The Sopranos, com sua dualidade entre a brutalidade e uma fragilidade escondida. No entanto, Pinguim evita a armadilha de tirar o mistério de seu personagem principal. Ao invés disso, cada revelação sobre Oz apenas adiciona complexidade e profundidade ao personagem. Fato que o destaca como um dos vilões mais bem trabalhados do universo DC.

Sofia e Victor: Contrapontos Essenciais

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Cristin Milioti brilha como Sofia Falcone, trazendo uma intensidade crua e calculista ao seu personagem. Sua rivalidade com Oz é um dos pontos altos da série, especialmente à medida que ela se torna uma das ameaças mais potentes ao seu domínio. Sofia é uma sobrevivente marcada por seu passado e sua estadia em Arkham, e a interpretação de Milioti, dessa forma, sugere um personagem com camadas ainda não totalmente exploradas, que se mostram a cada confronto com Oz.

Victor Aguillar, interpretado por Rhenzy Feliz, também merece destaque. Como o jovem recruta de Oz, ele oferece uma visão sobre a filosofia do vilão, agindo como uma âncora narrativa que atrai o público para o universo sombrio de Gotham. Sua vulnerabilidade, marcada pelo gaguejo, cria uma conexão genuína com Oz e, por tabela, com o público.

Ritmo Intenso e Personagens Menores que Pecam pela Superficialidade

Ao longo de seus oito episódios, Pinguim mantém um ritmo imersivo e dramático, mas não escapa de alguns tropeços. A minissérie se apóia em personagens secundários que, muitas vezes, caem em clichês de máfia e deixam a desejar em desenvolvimento. Exemplo disso é o personagem de Alberto Falcone (Michael Zegen), que apesar de ser uma figura imponente, é pouco aproveitado. Deirdre O’Connell como Francis Cobb, mãe de Oz, também exagera em seu sotaque, o que por vezes quebra o tom sombrio e transforma a performance em algo caricatural.

Visual Impecável e Uma Gotham que Respira Pavor

Visualmente, Pinguim é um espetáculo, com cada detalhe ressaltando o ambiente degradado e opressor de Gotham. A fotografia e o design de produção capturam o caos e a sujeira da cidade, enquanto o figurino de Oz, que esconde a brutalidade sob um visual calculado e elegante, reflete perfeitamente sua personalidade. Cada elemento é meticulosamente pensado para aprofundar a experiência sombria que a série propõe. Dessa forma, elevando a cidade de Gotham a um personagem vivo, que respira junto com a trama.

Conclusão: Pinguim traz Uma Jornada Sombria pelo Coração de Gotham

Pinguim é mais do que um spin-off de The Batman; é uma jornada psicológica pelo universo de um dos vilões mais icônicos da DC. Com uma performance memorável de Colin Farrell e um roteiro que se recusa a simplificar o mal, a minissérie se destaca como uma exploração sombria e fascinante de poder, lealdade e corrupção. Mesmo com alguns deslizes em personagens secundários e no excesso de caricaturas de máfia, Pinguim emerge como um retrato profundo e devastador de um homem consumido pela própria ambição.

Para fãs de histórias sobre o submundo e vilões complexos, portanto, Pinguim é uma série imperdível, que solidifica o lugar de Oswald “Oz” Cobb como uma das figuras mais fascinantes e temíveis de Gotham.

Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.