Primeiras Impressões: Magnum P.I. volta para a TV em nova versão
Review do primeiro episódio da primeira temporada de Magnum P.I., da CBS, intitulado "I Saw the Sun Rise".
Será que sentimentos falta do gênero de ação?
Uma das minhas maiores paixões em assistir televisão é a possibilidade de descobrir e aprender coisas novas todos os dias. Até mesmo programas que muitas pessoas descartam por ser “superficial” ou “não agregável”, já me ensinaram muito, como The Real Housewives of Atlanta numa aula imperdível sobre o Código Penal da Georgia. Fiquei tão surpreso quanto você, mas esse é o lado bom em ver TV. Razão pela qual decide, desde seu anúncio, que Magnum P.I. seria uma das séries na qual daria uma chance. Será que escolhi certo? Infelizmente, ainda é cedo para afirmar.
A história é bastante simples. Recém chegado de uma nova missão no Afeganistão, Thomas Magnum (Jay Hernandez) está em busca de estabelecer-se após tantos anos vivendo sob conflito. No entanto, ele usa das suas habilidades militares para se tornar um investigador privado no Havaí. Para tais missões, ele terá a ajuda de ex-colegas de exército e de Juliet Higgins, uma ex-espiã do serviço secreto britânico. Logo no episódio piloto, vemos todo grupo colocado em ação após o desaparecimento de amigo íntimo.
Confesso que minha maior frustração em assistir um piloto como esse é que o trailer divulgado há meses entregou grande parte da história, como também as melhores cenas. Talvez seja um problema de marketing. Pode ser que o modelo de produção de pilotos esteja gasto. Seja qual for sua visão, acredito que esse primeiro contato não foi ruim. Entretanto, poderia ser muito melhor caso o roteiro tivesse feito escolhas melhores. Vimos uma enxurrada de clichês sendo usados e reutilizados sem o menor pudor para um telespectador que claramente rejeita tais ferramentas. Até mesmo a pessoa que assistiu ao original, esperava mais.
Propostas boas, mas execuções erradas
Embora o Havaí seja uma locação fascinante, e aqui lembro do quão bem a CBS utilizou essa questão geográfica para estender a franquia CSI, Magnum P.I. usou tais atributos de forma tímida. Poderia ser qualquer cidade costeira que os enquadramentos seriam os mesmos, as perseguições parecidas e as (poucas) sequências de praia familiares. Talvez seja recomendável que Eric Guggenheim e Peter M. Lenkov, os criadores, se inspirem mais em Hawaii Five-0 antes de desenvolverem os próximos episódios.
Partindo de um paradoxo, observo que as cenas de ação tanto ajudaram quanto prejudicaram o desenvolvimento do piloto. Embora tais sequências tenham sido necessárias para afirmar esse apelo ao telespectador masculino e fincar a principal similaridade com o original, elas foram espantosamente mal feitas. Os efeitos visuais beiraram o nível cômico daqueles vistos em Once Upon a Time. Sem contar com a qualidade do som que não ajudou em nada quanto a necessidade de ter pautar-se pela verossimilhança.
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Jay Hernandez é a razão pela qual continuarei assistindo essa série. Não porque, ele faz jus ao trabalho originalmente desenvolvido por Tom Selleck. Mas por estar comprometido em criar um Magnum P.I. para a geração atual. Como latinos, eu e você sabemos que não são todos os dias que temos a oportunidade de ver outro latino ser protagonista de um drama de horário nobre do canal mais assistido dos Estados Unidos. Por isso vejo algo importante e necessário ser notado.
Em suma, não acredito que a série vá crescer além do que vimos no piloto. Seja pela decisão errônea em trazer uma narração ou das escolhas erradas da direção, Magnum P.I. não aparece com grande potencial. No entanto, recomendo que você assista sim, nem que seja apenas como uma distração.
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