Round 6 – O Desafio falha na Netflix e cria drama onde não tem
Round 6: O Desafio estreou na Netflix, transformando a história da série em reality show. A proposta é boa, mas acaba falhando.
Quando “Round 6” (ou “Squid Game”) sacudiu o tédio da quarentena com seu caos e drama, poucos imaginavam sua adaptação para um reality show. “Round 6: O Desafio“, agora na Netflix, repete a premissa: centenas de participantes competem por um prêmio colossal em jogos mortais.
Mas, ao invés de morte real, a série opta por pacotes de tinta para simular as eliminações – uma escolha que mantém a tensão, mas sacrifica a gravidade do original.
A produção não economizou nos cenários, replicando os dormitórios e jogos intrincados do seriado. O ritmo começa acelerado, especialmente na recriação de “Luz Vermelha, Luz Verde”, com um boneco robô gigante. A tensão é palpável, entre participantes que caem fingindo morte, enquanto outros, entre lágrimas e tremores, seguem adiante. É viciante, sem dúvida.
No entanto, o ritmo cai conforme os episódios avançam. Grande parte do tempo é gasto em conversas banais nos dormitórios, em uma tentativa forçada de criar drama onde não existe. Afinal, a ação é o que nos atrai, não o cotidiano dos participantes. As provas, cheias de expectativa e nervosismo, são o verdadeiro chamariz do programa, justificando o investimento de tempo.
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Um dos maiores problemas é a falta de um protagonista central. O reality tenta, em vão, estabelecer conexões emocionais com os jogadores, mas o número excessivo de participantes e a incerteza sobre quem vencerá tornam difícil acompanhar a jornada individual de qualquer um desde o início.
Mesmo diante das limitações de “Round 6: O Desafio”, não se pode negar o carisma de alguns competidores, que se destacam e conquistam a simpatia do público. Suas jornadas, marcadas por determinação e estratégia, criam uma conexão com os espectadores, tornando suas eliminações momentos de genuína decepção. A cada partida, esses participantes trazem uma dose extra de humanidade ao programa, fazendo-nos torcer por eles e lamentar suas saídas.
Por outro lado, “Round 6: O Desafio” compensa suas deficiências com outros atrativos irresistíveis. O prêmio de proporções históricas, as provas repletas de reviravoltas e a incerteza sobre quem será o grande vencedor mantêm o interesse vivo. Estes elementos, combinados com a inventividade dos jogos, garantem que estarei atento aos episódios finais, ansioso por descobrir o desfecho. Não tenho dúvidas de que essa mistura de suspense e competitividade atrairá muitos outros espectadores para acompanharem o desenrolar dessa emocionante competição.