Smiley, série na Netflix, foge do rótulo com ótima comédia romântica
Review da série Smiley, da Netflix. Produção tem acertos e é um ótimo produto para entreter no fim de ano. Confira!
Geralmente, produções do gênero LGBTQIA+ tendem a se preocupar sobre como vão se encaixar em uma sociedade majoritariamente homofóbica. Por isso que, em muitos de seus textos, elas sempre estão preocupadas em defender a causa – com razão.
Então, quando a Netflix anunciou Smiley, nova produção que se encaixa neste universo, logo se pensou que ela poderia ir por tal viés. Isso não acontece, e talvez seja o grande trunfo da série.
Smiley tem apenas uma preocupação: divertir o público, até certo ponto, com uma comédia romântica que já cansamos de ver casais héteros protagonizarem.
Smiley tem história que entretém
Adaptação da peça homônima de Guillem Clua, que também assina todos os roteiros da série, Smiley conta em oito episódios a história de amor de diversos casais. Há um central, vivido por Álex e Bruno, que serve como espiral da história, conectando todos os personagens.
Leia também: Smiley: Netflix estreia série gay com ator de Merlí
A dupla se conhece por um erro de Álex, que manda uma mensagem para o ex após ser largado por ele, mas quem acaba recebendo a mensagem é Bruno. Então, ao avisá-lo do erro, os dois acabam partindo para um encontro às cegas.
Com personalidades diferentes, Álex e Bruno se estranham a princípio. Mas logo se veem atraídos um pelo outro, começando um jogo que os leva através dos oito episódios. Afinal, uma história de amor não pode acontecer fácil como se espera.
Adiciona-se o fato de que Smiley se passa nas festas de fim de ano, o que a torna uma excelente adição às tramas natalinas. É interessante ver que a Netflix está apta a investir mais neste tipo de produção, e é incrível que coloque dois homens para protagonizar uma envolvente história de amor. Para o terror dos homofóbicos de plantão.
Série tem problemas, mas são irrelevantes
Obviamente que, como toda série de TV, há erros e problemas. Por vezes, os diálogos parecem teatrais demais – talvez, herança da peça que inspirou a produção.
Além disso, outro ponto que acaba esfriando a condução de Smiley é que nem todos os casais são interessantes. Ofuscando, assim, o tempo de tela de Álex e Bruno, a quem realmente estamos interessados em descobrir o que vai acontecer.
Leia também: 45 melhores séries da Netflix para assistir em 2022
De qualquer forma, mesmo com esses percalços, Smiley se empenha em trazer uma estética diferente, com divisão de telas, cenas entrelaçadas, e até mesmo uma espécie de quarta parede ao mostrar como que os personagens se apresentam em um aplicativo de pegação. Todos esses são recursos válidos para manter a atenção do espectador.
Smiley vale a pena
Com oito episódios, tendo média de 35-40 minutos, Smiley é uma série envolvente, divertida e atraente. Carlos Cuevas e Miki Esparbé brilham nos seus papéis de protagonistas e convencem o espectador a torcerem por eles – mesmo que, de alguma forma, ainda exista a possibilidade deles não terminarem juntos.
Não se esqueça, Smiley é divertida, mas também flerta com o drama, então espere momentos de emoção, em uma daquelas séries que se torna o seu “momento conforto” do dia. Vale a pena tirar um tempinho para conferi-la.
Nota: 4/5