The Last of Us: 1º episódio abre a série de maneira impecável

Com primeiro episódio caprichado, The Last of Us começa com pé direito. Piloto traz o mesmo peso dramático e ação potente dos jogos.

The Last of Us

Quando o primeiro episódio de The Last of Us tem início, somos apresentados a três homens que, em um programa de TV, discutem sobre os perigos que podem assolar a humanidade. Em uma abertura rápida e objetiva, a série já tira um grande obstáculo do caminho. Estabelece, então, o vilão e o perigo que assombrará os personagens.

Ao fazer isso, a adaptação dos jogos faz o seu primeiro movimento corajoso e esperto. Com isso, não precisará perder tempo no futuro, tampouco fará com que teorias e dúvidas surjam durante a temporada. Em pouco tempo a ameaça fica clara e, assim, podemos seguir em frente.

Nessa breve sequência, há uma importante mensagem do roteiro para seu público: não é tanto o perigo que importa. Ao estabelecer a ameaça de início, podemos focar em coisas mais importantes, como a relação e os desenvolvimentos dos personagens.

Como toda narrativa de qualidade, portanto, The Last of Us organiza suas peças e revela sua abordagem logo no princípio. Esta, afinal, é uma história sobre pessoas. O ambiente é atípico, quase fantasioso, mas ainda trata de pessoas.

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Imagem: Divulgação.

Série traz mesmo peso dramático e ação potente dos jogos

A série, então, vai revelando sua personalidade com rapidez e clareza, como podemos ver na própria abertura. Os créditos iniciais, aliás, é uma síntese do que é a série com relação ao jogo. Como um todo, o programa e sua abertura são fieis e semelhantes ao original. Mas há uma diferença, há caminhos distintos a serem tomados.

Usando a mesma música dos games, a abertura bebe na fonte primária, mas acrescenta cor, detalhes diferentes. E assim será por praticamente toda a narrativa.

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Toda a sequência envolvendo o início do surto, aliás, é extremamente fiel aos jogos. E Craig Mazin, criador da série e diretor do piloto, merece elogios pelo controle da ação. Investindo em planos com poucos cortes, Mazin nos joga no meio do conflito, criando uma sequência tensa e repleta de efeitos visuais impressionantes.

O desfecho da cena, aliás, já revela um ponto importante de The Last of Us: ninguém está a salvo!

Pedro Pascal e Bella Ramsey brilham em seus papéis

Quando chegamos aos “dias atuais”, então, The Last of Us estabelece seu universo com maestria. Os cenários do apocalipse, por exemplo, são alguns dos melhores que este subgênero já produziu. E aqui é preciso aplaudir a direção de arte.

Através de detalhes simples, mas importantes, o design de produção cria um mundo mais real. Há o papel sujo e rasgado (afinal, depois de 20 anos, papel é algo que deve ser escasso), os cartazes velhos, etc. Com articulação e plasticidade, a série mostra que o apocalipse não é agora: o apocalipse já foi.

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Neste universo destruído, surge Joel, brilhantemente interpretado por Pedro Pascal. O ator, aliás, tem se revelado um dos mais interessantes e requisitados da atualidade. Seu trabalho em The Last of Us é rico, pois carrega toda a complexidade do personagem.

De um pai feliz e preocupado, Joel se transforma em uma homem vazio, de olhos profundamente tristes. Alguém que não hesita em executar as tarefas mais desumanas da comunidade.

Já Bella Ramsey é a escolha certeira para viver Ellie. A atriz tem um olhar juvenil que a torna mais trágica, já que expõe sua fragilidade e inocência em um mundo que lhe exige demais. Assim, o alcance dramática da jovem atriz é impressionantes, já que ela executa todas as personas de Ellie com exatidão.

Em um momento, ela é uma menina desolada, de olhar melancólico. Em outro, é uma pequena máquina de matar, capaz de qualquer coisa para sobreviver.

The Last Of Us
Imagem: Divulgação.

Com primeiro episódio caprichado, The Last of Us começa com pé direito

Sólido na apresentação de seu universo e personagens, o primeiro episódio de The Last of Us é um grande acerto. Prato cheio para quem conhece os jogos, o piloto pode trazer alguns momentos e referências valiosas. Para quem nunca ouviu falar da franquia, a estreia é um drama potente, que não falha na hora de conquistar.

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Jornalista, curioso e viciado em cultura. Escreve há quase 10 anos no Mix e Six Feet Under é sua série favorita.

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