The Last of Us, episódio 1: segredos escondidos e referências

Confira as referências e os segredos do primeiro episódio da série The Last of Us na HBO que você pode ter perdido.

The Last of Us: Episódio 9, temporada chega ao fim em alto nível
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Durante anos, os entusiastas de videogames esperaram por um filme ou série de TV que fizesse justiça ao jogo em que a produção se inspira. Algumas raras exceções surgiram, mas mesmo o mais fervoroso defensor de Sonic the Hedgehog não diria que é uma adaptação profundamente precisa. Tudo isso muda com a estreia de The Last of Us na HBO.

Aqui temos duas mentes brilhantes que se unem. Na parte da TV, Craig Mazin, escritor da série Chernobyl, que encontrou o criador do jogo, Neil Druckmann. A junção formou uma dupla imbatível para criar uma série que se aproxime muito do material de origem, ao mesmo tempo que dá passos próprios quando necessário.

Em The Last of Us acompanhamos a história de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey). Eles são sobreviventes de um apocalipse que destrói a sociedade lutando para, bem, continuar sobrevivendo. E trazer essa história para a versão “ao vivo” requer pouca invenção. Isso, devido à natureza cinematográfica do jogo original. Como tal, cenas inteiras são retiradas do jogo e colocadas na série. Assim como pequenos detalhes que só se destacam para pessoas que já investiram mais de 20 horas no universo de The Last of Us. Mesmo assim, alguns detalhes podem passar despercebidos, e então trazemos os segredos escondidos do episódio 01.

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The Last of Us
Imagem: Divulgação.

No início

Logo na introdução, já temos uma diferença: a série de TV e o videogame The Last of Us abrem de maneira distinta uma da outra. Pois na adaptação da HBO, vemos uma cena totalmente original ambientada durante uma entrevista na TV em 1968.

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Na cena, um cientista interpretado por John Hannah quase prediz completamente o futuro apocalíptico, antes dos créditos iniciais rolarem.

A partir daqui, porém, é onde vemos que a série e o jogo se colidem. Os créditos do videogame vêm depois de um prólogo extenso, retratando uma rede de fungos crescendo incontrolavelmente, enquanto informações sobre o apocalipse se desenrolam em trechos de transmissões de rádio.

Os créditos da adaptação da HBO vêm após seu próprio dilúvio de informações mundiais, e a própria sequência apresenta sua versão de uma rede de esporos. Na verdade, a representação da abertura, com fungos rastejando pela América quase parece uma piscadela para a abertura da franquia Game of Thrones da HBO e sua turnê por Westeros. O laço que une completamente as duas sequências: a partitura assombrosa do compositor Gustavo Santaolalla, como um violão que nos guia gentilmente até o fim do mundo.

A Patrulha da Noite

The Last of Us
Imagem: Divulgação.

Uma das coisas mais interessantes do primeiro episódio de The Last of Us, da HBO, é que a série passa o primeiro terço de seu episódio de estreia seguindo Sarah, filha de Joel, interpretada por Nico Parker. Vemos toda a extensão de seu último dia de vida, enquanto ela pega o relógio de Joel de seu quarto, leva-o para a oficina, até entregar o presente ao pai.

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O que torna tudo interessante, principalmente para os fãs dos jogos, é que tais cenas compõem um monte de histórias de fundo que ouvimos no jogo, mas os fãs nunca tinham visto antes. O jogo em si começa com a cena em que Sarah acorda no sofá enquanto seu pai volta do trabalho. A partir desse ponto, as versões da cena da série e do jogo são muito semelhantes entre si, até o diálogo.

Apocalipse agora

A jornada de Joel, Tommy (Gabriel Luna) e Sarah por Austin, Texas, é incrivelmente semelhante à maneira como acontece no jogo. Aliás, o mais importante, enraíza o espectador no ponto de vista de Sarah.

O jogador controla Sarah na primeira sequência do jogo, terminando com sua morte na primeira (mas certamente não última) reviravolta brutal. E a série confirma isso com grande fidelidade. Estamos falando desde ângulos de câmera filmados na traseira da caminhonete de Tommy, até ver a casa de um vizinho completamente em chamas. Ou ainda, o acidente de carro em Austin propriamente dito. O avião explodindo, porém, é algo que a série quis adicionar.

Mas tudo culmina no mesmo ponto: a morte de Sarah nos braços de seu pai, uma cena que é quase exatamente, quadro a quadro, igual no jogo e na série. Desde o diálogo, até o ângulo de cenas.

“Eu me pareço com sua mãe?”

The Last of Us
Imagem: Divulgação.

É uma das falas mais citáveis da estreia, vinda dos lábios da líder do Fireflies Boston, Marlene. Notavelmente, Marlene é interpretada na série por Merle Dandridge, que também dublou a personagem no jogo The Last of Us original. Além do mais, a fala de Marlene aqui – e ainda mais especificamente, que ela é a razão pela qual Ellie cresceu sob supervisão rígida da FEDRA – fala de um comentário improvisado de Ellie nas primeiras horas do jogo. Tudo isso, no qual ela diz que sua mãe e Marlene eram velhas amigos.

Mas como essa história de fundo vai se desenrolar na série, se é que se desenrola, ninguém sabe.

Quem é Riley?

“Riley era um terrorista?”, é outro diálogo pontiagudo da conversa entre Ellie e Marlene. Nesse ponto, os espectadores de The Last of Us não têm ideia de quem Marlene está falando.

Mas os fãs dos jogos sabem melhor – pelo menos, aqueles que jogaram a história de bônus The Last of Us: Left Behind sabem melhor. Left Behind é um conto de conteúdo para download com a experiência de Ellie antes dos eventos do primeiro jogo, e destaca um personagem chamado Riley.

Este não é apenas um simples aceno para a história de fundo de Ellie. A atriz Storm Reid foi escalada como Riley para um episódio futuro, então os fãs de Left Behind podem contar com o DLC em algum momento da primeira temporada de The Last of Us.

O primeiro final de The Last of Us

O primeiro episódio de The Last of Us termina em um grande momento de angústia: Ellie testa positivo para Cordyceps, mas insiste que não está infectada. Ela mostra uma marca de mordida de semanas atrás, uma aberração de tudo o que se sabe sobre a infecção por Cordyceps.

A versão da série da reviravolta se desenrola de maneira muito semelhante à forma como ocorre no jogo. O jogo não tem uma história de fundo para o soldado que Joel, Ellie e Tess encontram nesta cena. E, de fato, há dois soldados que se aproximam para escanear o trio itinerante. Mas todo o resto – a chuva torrencial, o balanço e a oscilação através de uma confusão de obstáculos à noite – vem direto do videogame. E é mais um dos exemplos da série de como The Last of Us da HBO vai se parecer muito com o jogo da Naughty Dog.

Referências escondidas do episódio 1 de The Last of Us

  • O DVD que Sarah e Joel assistem é Curtis e Viper 2. É o mesmo filme referenciado na sequência do jogo The Last of Us Part II. É descrito como um “filme de ação cafona dos anos 80”. Com um título desses? Quem teria pensado?
  • Os vizinhos dos Millers tiveram uma mudança de nome na série para os Adlers. No jogo, eles foram chamados de Coopers e você só os conheceu brevemente quando Joel foi forçado a matar Jimmy depois que ele se tornou um infectado furioso.
  • Sempre esteve implícito no jogo, mas está definitivamente claro que Tess e Joel estão em um relacionamento romântico na série.
  • Um adesivo na caminhonete de Tommy diz ‘Operação Tempestade no Deserto’, revelando que ele era militar.
  • Alguns fóruns de discussão apontaram que o estranho ruído de detecção do videogame (que toca sempre que você é avistado por um inimigo) foi usado quando Tess, Ellie e Joel são avistados pelo soldado FEDRA fora da zona de quarentena.
  • A série de TV deu mais contexto a como os infectados se alimentam, usando fibras fúngicas irregulares que se projetam de suas bocas. É nojento, é assustador, mas é uma daquelas pequenas mudanças que realmente acrescentam profundidade a este mundo.
Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.