Top Gun Maverick: os 10 maiores erros que quase arruinaram o filme

Top Gun Maverick é um dos maiores sucessos da década. Além de público e crítica, filme ainda foi indicado ao Oscar. Mas há erros no caminho.

Top Gun

Top Gun: Maverick é uma sequência excelente. Ela faz um ótimo trabalho de impulsionar a franquia e melhorar o original. Mas o filme ainda tem vários problemas que o público costuma ignorar graças ao seu sucesso. O projeto foi um retorno massivo à forma para Tom Cruise, provando seu valor como a maior estrela de cinema de Hollywood. Isso acabou permitindo que ele brilhasse em uma história emocionante, poderosa e memorável. Top Gun: Maverick foi um sucesso enorme tanto comercial quanto criticamente, arrecadando mais de US$ 1,4 bilhão nas bilheteiras. Além disso, acabou garantindo uma indicação ao Oscar de Melhor Filme.

Embora Top Gun: Maverick seja justamente elogiado como um filme superior ao original, isso não significa que seja perfeito. O público identificou vários problemas na narrativa que impedem esta sequência de atingir a verdadeira grandeza. Assim, provando que ainda há espaço para melhorias em futuras edições que Cruise e McQuarrie queiram fazer. Top Gun 3, esperançosamente, poderia incluir esses ingredientes-chave que estavam ausentes ou fracos em Top Gun: Maverick.

Maverick ignora personagens importantes do filme original

Uma das maiores reclamações sobre Top Gun: Maverick é que nem sempre parece uma verdadeira continuação do original. Com exceção do personagem principal de Tom Cruise, não há muitas conexões com a história que veio antes. O que às vezes pode parecer uma injustiça para os fãs do primeiro filme.

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A decisão, inegavelmente, facilita para o novo público entrar na história sem precisar se atualizar. Mas teria sido realmente bom ver alguns rostos familiares nesta história e atualizar seus arcos de personagens.

Filme é o festival da nostalgia que todos costumam criticar

A enorme quantidade de elogios para Top Gun: Maverick foi na verdade uma grande surpresa. Não porque as pessoas esperassem que o filme fracassasse, mas simplesmente porque é exatamente o tipo de blockbuster movido pela nostalgia que o público costuma criticar rapidamente. As sequências legados muitas vezes são alvo de críticas por capitalizar o sucesso de projetos que pertencem ao passado. É uma clara celebração dos filmes de ação clássicos das décadas de 80 e 90, mas de alguma forma funciona aqui.

A história da sequência ignora as implicações militares

Um aspecto que é impossível de ignorar são as implicações militares no centro do filme. A história foi descrita por alguns como propaganda de guerra, pois aparentemente promove o exército americano e seus conceitos de patriotismo e orgulho nacional. Algumas dessas ideias podem ser problemáticas nos dias de hoje, mas o filme não faz tentativas de criticar a instituição que está apresentando. Há insinuações sobre o ‘inimigo’ sem nome de Top Gun contra o qual o exército está lutando, mas toda a trama é bastante nebulosa.

Tom Cruise ofusca totalmente o elenco de apoio

Não há como negar que Top Gun: Maverick frequentemente funciona como um veículo para capitalizar o poder de estrela de Tom Cruise. Mas infelizmente isso significa que grande parte do elenco de apoio acaba sendo deixado de lado. Afinal, a presença na tela de Tom Cruise muitas vezes torna difícil para o público realmente se envolver com esses outros papéis. Ele é tão proeminente na história que rapidamente se torna o único personagem pelo qual os espectadores estão realmente interessados.

O sucesso envia a mensagem errada a Hollywood

Top Gun: Maverick foi o maior sucesso comercial de 2022. E é um dos poucos projetos que conseguiu arrecadar mais de US$ 1 bilhão desde a pandemia. Assim, atraiu o público para os cinemas como nenhum outro conseguiu.

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Esse sucesso é ótimo para a indústria do cinema, mas pode enviar a mensagem errada a Hollywood. As sequências de legados já são muito populares, mas o enorme sucesso de Top Gun: Maverick já começou a gerar uma nova onda de reboots e remakes – o que, por sua vez, dificulta a escrita e a produção de histórias originais.

Penny é uma personagem mal desenvolvida

A maioria dos personagens são interessantes e cativantes, mas Penny de Jennifer Connelly é, sem dúvida, a adição mais fraca ao elenco. Ela frequentemente é reduzida a ser apenas o interesse amoroso de Maverick, em vez de ter agência e personalidade própria, o que é uma forma bastante unidimensional de escrever a personagem. A presença de Penny, inegavelmente, ajuda a desenvolver a história de Maverick, mas isso não acontece reciprocamente. Em última análise, é fácil imaginar Penny sendo substituída nesta narrativa por qualquer outra personagem feminina, o que demonstra que ela não foi escrita com força suficiente.

Filme não aborda o relacionamento anterior de Maverick

Como muitos espectadores já apontaram, a personagem de Penny na verdade parece uma substituição para Charlotte, interpretada por Kelly McGillis, no filme original. Em vez disso, Charlotte se torna um dos maiores mistérios de personagem de Top Gun: Maverick, já que o filme não explica o que aconteceu com ela nas décadas desde que foi vista pela última vez. Pode até ter havido razões legítimas nos bastidores para a ausência de McGillis, mas Top Gun: Maverick ainda poderia tê-la mencionado

A sequência de abertura ofusca o restante do filme

Há muitos momentos empolgantes em Top Gun: Maverick, mas a cena mais divertida de todo o filme acontece, possivelmente, nos primeiros dez minutos. Na sequência, Maverick é flagrado desobedecendo diretamente às ordens de seus superiores ao tentar pilotar seu avião a Mach 10. É uma ótima maneira de apresentar o personagem e provar que ele continua sendo o quebra-regras ousado que era no original. No entanto, o resto do filme, na verdade, luta para capturar a mesma intensidade visual, narrativa e sensorial desse momento.

Top Gun: Maverick não permite que Rooster salve o dia

Ao longo de Top Gun: Maverick, o personagem Rooster, interpretado por Miles Teller, aparentemente é estabelecido como o sucessor de Maverick, seguindo os passos de seu pai. Eles acabam trabalhando juntos no ato final para escapar da base inimiga, superando suas diferenças e finalmente começando a criar um vínculo. No entanto, Glenn Powell, no papel de Hangman, acaba chegando e salvando o dia. O final teria sido muito mais impactante se Rooster tivesse sido capaz de salvar tanto a si mesmo quanto Maverick, seguindo os passos de seu pai e forçando Maverick a finalmente reconhecer seu talento.

Filme não é tão realista quanto o original

É amplamente aceito que Top Gun: Maverick seja um filme superior ao original, mas há uma área em que Top Gun realmente leva vantagem. O filme de 1986 é muito mais realista e fundamentado do que sua sequência, dando muito mais atenção aos personagens e seus relacionamentos.

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Top Gun: Maverick tem a tendência de se concentrar demais na ação de alto risco da história, muitas vezes negligenciando seus personagens em favor das memoráveis sequências de voo. Top Gun pode não ter o mesmo nível de domínio técnico, mas seu desenvolvimento de personagens é, sem dúvida, melhor e mais refinado.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.