Dicas: Confira 10 Animações para assistir na Netflix
Animações na Netflix são excelentes dicas…
Já faz muito tempo que podemos dizer que desenhos e animações não são só uma mídia produzida e consumida por crianças. Não só porque a liberdade de forma dá a animação uma enorme plasticidade – muito maior do que certas produções conseguem ter. Mas, principalmente, porque ao estar livre do compromisso imediato com a realidade, a animação vai além.
Seja relativizando essa realidade e trazendo seus valores distópicos para o diálogo ou engajando numa empreitada por um mundo fantástico ou futurista – as vezes, até por ambos.
A animação, quando bem planejada e executada, consegue entregar um produto em que, muitas vezes, a experiência e a catarse criada por ela não morrem quando o episódio chega ao final. Ela tem consequências, nos faz refletir, deixa algo que ficará conosco. Além disso, a animação é o lugar em que tudo, absolutamente tudo pode acontecer.
Felizmente para nós, atualmente o catálogo da Netflix tem mais de 150 excelentes animações a disposição. Tudo isso variando entre os clássicos da Disney, animes, filmes e seriados animados. Com pedidos para todos os gostos, de comédia, romance, ficção científica (e fantástica) e até mesmo terror.
Com o fim das férias chegando, essa é a hora ideal para se aventurar por essa seara de produções. Para facilitar, reunimos uma lista com dez títulos para vocês. Confira:
1 – Castlevania
Com duas temporadas e uma terceira já garantida. Além disso, possui uma modesta soma de doze episódios de 25 minutos cada. A série segue uma linearidade bem simples. Com uma animação de uma beleza singular, combina nuances da franquia com a boa e velha agressividade sangrenta que os fãs de outros animes já estão acostumados. Adaptando livremente o jogo Castlevania III: Dracula’s Curse (de 1990) e realizando um sonho antigo dos fãs a trama usa de referências veladas, brinca com a atmosfera dos jogos e retrata os personagens consagrados. Vemos Trevor Belmont, Sypha, Alucard e claro, um famigerado e vingativo Conde Drácula. Como extra, a série traz nuances verdadeiramente contemporâneas. Assim sendo, desviando nosso olhar do vilão para nos levar a refletir sobre o grande “mal” do fanatismo humano. As sequências de ação e a trilha sonora também não deixam a desejar e combinado ao todo, resulta em uma excelente produção. Você pode conferir a review do Mix para a primeira temporada aqui.
Inesperadamente,
2 – Knights of Sidonia
O primeiro título original da Netflix na seara dos animes – e sem nenhuma relação com a música do Muse. Knights of Sidonia é um item diferente dos outros nessa lista. Com um tom e uma narrativa mais adulta, a série traz análises e diálogos mais profundos. Além disso, flertando com a quebra de linearidade. Num futuro distópico pós destruição da Terra, vemos os humanos serem caçados por uma raça alienígena e somos forçados a considerar o que definimos como “humano” e “humanidade”. A bordo da Sidonia, o que restou da raça humana tenta sobreviver, com o clássico plano de fundo de exploração do cosmos.
Entretanto,
3 – Gravity Falls
Um dos itens mais leves da lista. Todavia, nesse caso, uma das melhores produções da Disney Channel. Gravity Falls é parada obrigatória no catálogo da Netflix. A narrativa de Dipper e Mabel Pines é somente uma das maravilhas que a série tem. Em apenas duas temporadas e com muitos mistérios, suspense e comédia, a série veste uma roupagem de animação infantil. Entretanto, tem muitas nuances feitas para todo o público – especialmente para os adultos. É um desenho absolutamente envolvente. Além disso, é muito mais do que apenas vários episódios que seguem eternamente: ele tem um começo, meio e fim, sendo a escolha perfeita para maratonar ou assistir calmamente.
Assim sendo,
4 – The Seven Deadly Sins
A trama conta a história de um grupo de cavaleiros mágicos que eram responsáveis por um reino. Eles foram acusados de um crime que não cometeram. Assim sendo, são caçados, perseguidos, e quase que lendas esquecidas. Esses são Os Sete Pecados Capitais. Carismáticos, místicos, com personalidades, poderes e destinos variados, os personagens da série são uma verdadeira maravilha. Seja pelas batalhas, pelo formato clássico de aventura estruturado na jornada central dos Pecados ou simplesmente pelas reflexões, a série toca diretamente o espectador. Atualmente com duas temporadas de vinte e quatro episódios cada – e alguns episódios de interlúdio – a série se permite brincar com conceitos de sagrado e profano de maneira leve e bastante divertida. Facilmente marantonável – o que eu altamente recomendo – pelo ritmo de transição entre os episódios, é mais uma excelente peça do catálogo da Netflix.
Todavia,
5 – Rick and Morty
Não pense nisso! Talvez a maior bandeira da série, abraçar a falta de propósito e o puro niilismo, transformaram essa numa das animações obrigatórias para se consumir. Com três temporadas e uma quarta a caminho, a série mostra as aventuras do avô e do neto mais bizarros de quaisquer universos. Além da simplicidade do traço e o da simples pureza de uma animação verdadeiramente adulta, a série é um prato cheio. Com impecáveis referências que vão de Pernalonga à Inception, Rick and Morty é um verdadeiro tributo à cultura pop, cheia de episódios icônicos e bordões marcantes. Em meio a várias piadas e jargões científicos, a série usa seu espaço para fazer perguntas como: qual é o significado da vida? E quem somos se existem outras versões de nós? E junto com os personagens, nós somos forçados a encarar essas perguntas e todos os dilemas morais ligados a elas.
Posteriormente,
6 – Fate/Zero
Com duas temporadas, somando vinte e cinco episódios, esse capítulo em particular da franquia Fate é singular. Embora outras rotas da franquia como Fate/Stay Night: Unlimited Blade Works e Fate/Apocrypha (que é um original da Netflix) estejam na plataforma, Fate/Zero é muito mais particular. Ela sai da premissa original do jogo e opta por acompanhar a quarta guerra do Graal. Essa é uma guerra disputada por magos e “espíritos heroicos” para tentar obter o poder desse objeto que concederia qualquer desejo. Sendo assim, Zero nos dá uma introdução muito maior à psique dos espíritos heroicos e, ao fazer isso, nos faz refletir sobre a condição humana.
Igualmente,
7 – Carmen Sandiego
A mais recente queridinha da Netflix não poderia faltar. Icônica como só ela, Carmem Sandiego chega rápida, bela, bem escrita e bem elaborada. Logo, ela conquista um lugar obrigatório para quem realmente gosta de animação. Com um traço que lembra maravilhas da nossa infância (como Kim Possible, As Aventuras de Jackie Chan e Samurai X), essa Carmen meio Robin Hood vem projetada para o público infantil. Além disso, carregada de nostalgia, mas atinge bem o público adulto. Com uma leveza única, a animação aborda personalidade, a necessidade de se adequar e o quanto isso influencia no processo de construção de identidade. Afinal, existem personagens com características tão singulares que se tornam sinônimo de si mesmos e ninguém melhor do que Carmen Sandiego para retratar isso.
Todavia,
8 – Devilman: Crybaby
Sangue. Violência. Demônios. Talvez um dos melhores animes de 2018 e um original da Netflix, Devilman Crybaby é uma obra ímpar. Baseado num mangá, a série conta, de maneira enérgica, a jornada de um jovem que divide o corpo com um demônio. Entretanto, mantém seu coração humano, tornando-se um devilman. Com esse poder e a responsabilidade de saber que os demônios já estão impregnados em nossa sociedade, vemos uma trama com bastante violência. Tudo isso reunido numa temporada de curtíssimos dez episódios com vinte e quatro minutos cada, é uma obra de arte para se conferir.
Entretanto,
9 – B: The Beginning
Na mesma pegada de Devilman Crybaby e sendo outro produto original, o anime se passa em um mundo com tecnologia avançada. Seguindo várias narrativas que se juntam em volta de um crime. Toda a premissa do Killer B e de uma organização criminosa misteriosa. Além da excelente trilha sonora, vemos aqui mais do potencial de criação da Netflix. Tudo isso distribuído numa única temporada de doze episódios. Desse modo, a série requer estômago, certa paciência, mas certamente vale a pena.
Além disso,
10 – (Des)Encanto
Depois de muito tempo, Matt Groening (Simpsons) voltou a produzir uma animação que diverte e deixa um gosto amargo na boca. Sendo perfeito para relativizar esse conceito de “princesa” e fragilidade. Com apenas dez episódios e uma segunda temporada de mesmo tamanho já garantida, a série é feita dos pequenos momentos (des) encantados de um universo ainda está em construção. Divertida e com excelentes sacadas – e um final que nos deixa ansiosos por mais – é um olhar para o mundo pelos olhos de Matt Groening, algo que é sempre bom conferir.