Crítica: Episódio 7×10 de Scandal confirma que o ego de Olivia não tem limites

Review do décimo episódio da sétima temporada de Scandal, da ABC, intitulado "The People v. Olivia Pope".

Por
Scandal/ABC Divulgação
Imagem: ABC/Divulgação

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Oh baby, baby
How was I supposed to know
That something wasn’t right here (Britney Spears)

O episódio da semana, como todos os outros desta temporada, foi confuso e com edição ruim.

Olivia de roupão após uma suposta noite de amor com Fitz. Pausa.

Olivia conduzida para uma emboscada em Vermont ao encontro dos amigos não poderia dar boa coisa. Sob ameaças e um discurso fraco dos gladiadores, o resultado foi vê-la sair da situação de forma totalmente previsível. Olivia não quer ser salva, debocha de todos, e não é digna mais de confiança. Não reconhece seus erros e ainda continua usando as mesmas velhas armas. Ou seja: mentiras, ameaças e sexo.

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Ficou cansativo, já que não resta muito tempo pra que possamos ver algo de novo realmente acontecer. Desde sempre Olivia erradamente teve o ego massageado pela trupe que insistiu em dizer que ela esteve sempre certa, mesmo cometendo atrocidades. Então, está ai o troco.

Olivia seduzindo Jake e levando-o para uma noite de sexo. Pausa.

Após enganar a todos, Olivia partiu para o segundo ataque do dia. Ela não gosta de saber que a Casa Branca reparou, e muito, a sua ausência de apenas um final de semana. Então, é melhor atacar logo e ameaçar destituir uma presidente. Falha de roteiro mas tudo bem. Ela se livrou dos tolos ex-amigos, do mais tolo ainda ex-namorado e, imediatamente, foi confirmar pelo sexo fácil que tem ao menos um aliado.

Pular da cama de Fitz para a cama com Jake em 24 horas é digno de que afinal? Isso é ter poder?

A questão das motivações para o assassinato do presidente estrangeiro já era de nosso conhecimento, mas ao ser revelado para a Presidente Mellie soou como guerra passional um pouco ridícula. Uma mulher se vingando de outra, talvez. Nossa conclusão é que passa a mensagem de que mulheres são vingativas e governam o mundo sem razão, apenas por caprichos pessoais, sem grandeza. Ficou feio. ”Abrindo as pernas”, como foi dito é, no mínimo, deselegante ouvir.

Cyrus voltou em grande estilo e salvou alguns momentos da história, revelando a sórdida trama por detrás de Jake e Olivia. As cenas com ele, por pior que sejam, ainda são de excelência. Infelizmente, Jake foi a estrela do dia ao dar o golpe fatal na amante chefe e na presidente. Matou 2 mulheres sem disparar um tiro, usando apenas uma velha e repetitiva pasta com ameaças comprometedoras.

Aqui, mais uma falha de roteiro porque ao longo da trama ele nunca quis poder. Nem quis ser vice presidente ou chefe gabinete. Jake é apenas um matador, um soldado mandado. Em algum momento longínquo ele quis acabar com o B630, em outro ele foi o chefe e fez tudo errado, agora passaram a coroa ao pobre personagem de poucas falas que sequer consegue segurar uma cena mais complexa. Mas o pior é que ele fez isso para vingar a ex-amada que foi parar em Vermont. Essa é que é a pobre verdade. Mas ele nem era mais amante da poderosa Olívia, como explicar esse súbito ataque?

Então temos um país governado não por Leis, mas por psicopatas.

Ora Olivia, ora Cyrus, ora Jake, ora a frágil Mellie que se tornou presidente para compensar frustrações e o fato de que foi preterida a vida inteira. Assim, temos uma série com mulheres que colocam seus interesses pessoais à frente da nação. Não tem mais congresso, não tem mais povo, não tem mais causa.

Ainda sobre os problemas de Scandal, Olivia, ao ser afastada do centro do poder, perderia toda a força e pronto. Mesmo com nada a ser feito, ainda vão arrastar essa derrocada por mais tempo. Uma pena que escolheram esse caminho, existiam outros mais inteligentes. Scandal perdeu qualquer conexão com a realidade e é sempre bom lembrar que Olivia Pope foi inspirada em Judy Smith, ex-assessora de imprensa de George W. Bush, então podemos perceber que não temos mais nada daquele ponto de partida. Ficou irreal, sem eixo e sem glamour.

Restou no episódio apenas a cena de Quinn e Rowan cantando Britney Spears (“Hit Me Baby One More Time”) e como o mestre das sobras mesmo diz: “Não é Stevie Wonder mas funciona”.

Estamos no aguardo para que Eli Pope entre em cena novamente depois de curtir um bebê e então, com 2 ou 3 tiros resolva tudo e fim.

( MZR)

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