Permanência: como seriados conseguem se manter na mente do público após o seu fim?

Por que muitos seriados conseguem permanecer vivos na memória afetiva de muitos fãs, mesmo após o seu fim? Entenda em artigo.

Imagem: NBC/Divulgação

Em grande parte dos casos, o fim de seriados representa o fim de um ciclo. Seja aquela trama que sobreviveu apenas por uma temporada por conta da má recepção de crítica e de público, ou a que sobreviveu por décadas por conta da constante renovação de fôlego dos seus roteiros, em grande parte das vezes o series finale marca o ponto final daquela história na mente das massas.

Nem sempre as coisas são assim. Mesmo entre as séries de curta duração, encontram-se grupos que mantém sua admiração pela história ali retratada, e pelos atores que se envolveram na produção. Algumas delas são até mesmo descobertas anos após seu fim e são tratadas como um fenômeno cult, com o seu real valor sendo encontrado por “arqueólogos” dos seriados.

Essa permanência vai além da já conhecida mecânica de reprises, onde séries atemporais como Friends lá fora, e Sai de Baixo aqui no Brasil reinam supremas. Ainda que a retransmissão da série seja uma boa forma de avaliar o quão marcante foi uma série – e mais uma vez, Friends com certeza é um destaque nesse âmbito – às vezes se faz necessário também ver qual é o buzz que essas séries geram fora das telas de televisão.

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Além disso, completo. Todavia, palavras. Entretanto, necessárias.

Fonte: “Setofcentralperk1” por Moviefan (CC BY-SA 3.0)

Trono com alto engajamento

Um bom exemplo recente para tal é com certeza Game of Thrones. A série já contava com um alto engajamento por parte dos fãs desde seu princípio, com os leitores da saga de livros A Song of Ice and Fire ávidos para ver o costumeiro tratamento HBO de adaptações na série de G.R.R. Martin. Conforme a série avançou, maior ficou o engajamento e mais se viu GoT fora do espaço ocupado na HBO. E mesmo seu final polêmico não inverteu a tendência. Quiçá, ele só potencializou o mesmo, uma vez que todo mundo queria reagir e expor sua opinião quanto o fechamento da trama.

Assim, a série acaba ganhando um tratamento geralmente reservado a filmes que ao sair de circuito, ganham maneiras de se manter na boca do povo por meio de produtos como um caça níquel da Betfair, que conta com jogos inspirados em Gladiador e Matrix; e spin-offs em forma de jogos e novos seriados, como será o caso de Game of Thrones muito em breve.

Longa vida a Star Trek

Outro seriado que é a referência neste tipo de permanência, é Star Trek. O seriado que começou nos anos 1970 ganhou diversas versões ao longo das décadas desde o seu formato clássico. Até hoje, o universo criado por Gene Roddenberry é explorado por meio de seriados produzidos e lançados pelo canal de televisão dos EUA, CBS; e por filmes que tiveram o envolvimento do célebre criador de Lost, J.J. Abrams.

Fonte: Unsplash

Esse tipo de “sobrevida” só foi dado à série graças aos seus fãs. Os trekkers são quiçá os mais dedicados entre os fandoms de seriados, invadindo conferências que contam com apresentações de pessoas envolvidas com Star Trek desde muito antes destas serem “invadidas” por produtos de outras mega companhias.

Tal tipo de fenômeno ainda é algo raro de se ver, e quem sabe isso fique somente mais difícil uma vez que estamos em tempo de superabundância de conteúdo em qualquer plataforma que acessamos. Em períodos assim, fica bem mais difícil prender a atenção do espectador e desenvolver com ele o laço forte como aquele que foi criado com o trekker “raiz”.

Mas isso não é impossível. A série que contar com os fatores certos, de qualidade a um bom trabalho fora das câmeras, pode se tornar uma nova presença perene no mundo pop. Como foi o caso de Star Trek e Friends, esse pode se tornar o feito de muitas outras séries a vir por aí.

Sobre o autor

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.