Crítica: 2×15 de The Rookie aprofundou a vida pessoal dos personagens.
Crítica do décimo quinto episódio da segunda temporada de The Rookie, exibido nos EUA pelo canal ABC, intitulado “Hand-Off”.
Às vezes os policiais tem seus próprios problemas em The Rookie
Essa semana o episódio de The Rookie começou me enganando. Eu realmente pensei que logo de cara teríamos umas situação de tensão com um assalto em andamento, reféns e tudo que já estamos acostumados em filmes e séries policiais.
Mas não, foi só mais um susto que John Nolan (Nathan Fillion) e Nyla Harper (Mekia Cox) passaram. Imagino quantos policiais em LA passam por essas situações de gravações de filmes amadores. Fiquei realmente curioso para saber o que um castor estaria fazendo dentro de um filme de ação.
Precisamos falar de Jackson em The Rookie
Como acontece vez ou outra em séries procedurais, praticamente todo mundo estava com algum caso que tinha a ver com assuntos pessoais, exceto Jackson West (Titus Makin Jr.). Ele continua numa espiral de falta de desenvolvimento do seu personagem sem igual.
Eu não sei se aconteceu algo nos bastidores, ou se a série tem muita coisa para abordar e acaba não cabendo algum plot para ele. Porém, algo realmente não está certo quando o personagem que prometia ser o próximo Tim Bardford (Eric Winter), com o pai sendo um policial lendário e fiel as regras, acaba se tornando apenas um alívio cômico. Não posso negar que neste episódio foram trabalhadas as características básicas do personagem, como o fato de ele querer resolver um caso que estava perdido a um ano. Mas vê-lo como um estagiário, buscando fazer a lista de desejos do Sargento Wade Grey (Richard T. Jones), foi extremamente decepcionante para quem gosta do personagem, como eu. Acabo até entrando em um assunto delicado, como o modo que as series tratam as minorias.
Jackson é um personagem negro e gay que estava sendo mostrado bem fora do estereótipo padrão do primetime americano. Bem sucedido, assumido e respeitado por todos, eu tinha certeza que ele seria um ícone e um exemplo de como a diversidade pode ser abordada naturalmente, sem ter de dar trejeitos. É uma pena o que estão fazendo com o personagem e só me resta ter esperanças que na reta final, ele volte a ter o destaque merecido.
O caso do roubo de identidade
Nolan passou pelo que muita gente passa aqui no carnaval do Brasil, teve seu nome e dados clonados. Pudemos ver seu desespero com a possibilidade de não conseguir pagar a faculdade do filho, dá até gosto ver um pai desses. Com a ajuda de Harper, que se mostrou cada vez mais próxima e preocupada com o parceiro, mesmo tentando parecer durona.
É aqui que somos apresentados a um personagem estranhamente carismático. O detetive Bill Summerland (Jeremy Davies) é responsável pela divisão de roubo de identidade e tenho que falar, que atuação minha gente. O ator encarnou um personagem engraçado com tons de falta de convívio social com muita maestria. É interessante como ele falava tranquilamente que o Nolan levaria anos para ter seu dinheiro de volta, sempre tentando passar um tom de alivio, mas acabava sendo alarmante. Espero de verdade que o personagem volte mais vezes, junto com a outra participação especial desse episódio,
Seth Green interpretou magistralmente o farsante irônico Jordan Neil, que foi rastreado através das compras por Nolan, que fez e agiu como sempre, com bondade. Mesmo o cara demonstrando ser frio e não se importar com as pessoas que afetou, nosso rookie esteve sempre pleno. No momento que nota que o falsificador está sendo ameaçado, ele e Harper entram em uma caçada implacável.
Uma pausa para falar que, como a série tem muito humor, as vezes que ocorrem algo um pouco mais forte, como a mão decepada do farsante, eu acabo caindo na real que é uma série policial e que coisas ruins acontecem. No fim, Harper foi incrível como sempre, derrubando todo mundo. Além disso, Nolan salvou o bandido de ter muito mais que uma mão cortada, tanto que nosso herói atingiu os sentimentos do mal caráter e conseguiu que ele devolvesse o dinheiro roubado.
O passado do Sargento Grey
Quando a série começou, tinha a impressão que o Grey seria muito um pé no saco do Nolan até virarem amigos, mas eu havia me esquecido que a série é uma criação de Alexi Hawley, o mesmo showrunner de Castle, onde as coisas são construídas devagar e sem pressa, para que nos apeguemos bem aos personagens. Essa semana, demos um passo a mais nesse apego pelo nosso sargento sarcástico favorito.
Grey, junto da policial Angela Lopez (Alyssa Diaz), passam o dia fora para depor sobre a condicional de um assassino, só que não é qualquer assassino. É o responsável pela morte do antigo parceiro e amigo de Wade Grey. Descobrimos que Lopez estava no seu primeiro dia como rookie e foi quem segurou a mão do parceiro de Grey nos últimos minutos. É ela também quem conta que, ao fazer respiração boca a boca, sentiu o gosto de álcool. Isto afeta nosso amado sargento, pois o amigo era alcoólatra e deveria estar se cuidando na época.
A cena em que o pneu fura e Grey tenta trocar, porém acaba machucando a mão, serve para ver como ele não é uma rocha. Apesar de fazer dez anos, ele ainda sente a perda do amigo.
No tribunal, quando o assassino aparece e diz que Grey tem razão de odiá-lo, mas que ele era outra pessoa e que queria ser melhor para o filho, toca o coração do sargento. No fim, o discurso em que Grey faz em prol da liberdade condicional do assassino, mostrando a capacidade de acreditar na mudança das pessoas, não surtiu efeito. Afinal, é um assassino de policial.
Tim e o seu dedo podre
Nesta semana, tivemos em The Rookie a volta da namorada de Bradford e amiga de Lucy Chen (Melissa O’Neil), a Rachel (Jasmine Mathews). Preciso muito assumir que tenho torcido tanto pelo casal Bradford e Chen. Esqueci completamente da existência da Rachel, e acho que os roteiristas também haviam esquecido. Tanto que, a trouxeram de volta com um plot muito questionável para um relacionamento que mal é abordado na série.
O pai da moça, um ex-policial, vem visitar a filha e é roubado. Chen faz com que Bradford ajude o cara a achar o bandido. Não foi muito interessante essa situação, mas foi legal ver que o Tim não se intimida nem com um pai bravo tentando proteger a filha. No fim das contas, o pai acaba contando que Rachel pode (ou não) ter a doença huntington, uma condição genética degenerativa mortal. Para alguém que acompanha muitas séries médicas, achei mega clichê o fato da Rachel não querer fazer exames e saber o resultado. Eu vi a mesma doença e a mesma coisa na série House, mas entendo e acredito que esse plot foi só para mostrar que o Bradford é um partidão, que sempre estará ali por quem ele ama.
Infelizmente, sinto que as chances de termos qualquer evolução para BradChen a curto prazo estão praticamente nulas e o meu coração sofre com isso, mas tudo bem, seguimos acompanhando os próximos episódios com esperança.
Por conta do Coronavírus, não teremos episódios inéditos de The Rookie por um tempo. Portanto, tenham paciência e fiquem em casa!