Crítica: 21×17 de Law & Order: SVU apresentou melhora na trama

Depois de algumas narrativas extremamente medianas, Law & Order: SVU volta ao normal com um episódio ótimo e com história clássica do #MeToo.

Dance, Lies and Videotape Law & Order- SVU
Imagem: NBC/Divulgação

Antes de Eliot Spitzer, Anthony Weiner, Harvey Weinstein e outros, Law & Order: SVU já falava sobre o submundo dos circuitos de Nova York de uma forma bastante honesta. Época que muitos pensavam ser apenas ficção. Em Dance, Lies and Videotape a série mostra que continua dominando esse circuito como ninguém, mesmo após 21 anos no ar. É importante lembrar que o ambiente da ‘Era #MeToo’ ajuda a dar outro significado a narrativa principal, mas o roteiro apresenta uma perspectiva e uma abordagem diferente. Há problemas? Sem dúvida, mas é o melhor episódio em algum tempo. E isso queridos leitores, é algo que não podemos descartar.

Dance, Lies and Videotape Law & Order- SVU
Imagem: NBC/Divulgação

O episódio começa com um ensaio bastante tenso de uma companhia de balé cujo espetáculo está prestes a estrear. O dono do teatro, assim como o coreógrafo, não estão nada satisfeitos. A pressão é enorme e os nervos estão a flor da pele. Nada melhor, portanto, para ‘dar uma aliviada’ do que uma ‘rapidinha’ nos bastidores, não é mesmo? Pois bem, o problema é todo prazer é acompanhado por uma grande dose de aborrecimento, para dizer o mínimo. Logo descobre-se que tudo era uma grande cilada e a protagonista do episódio é mais uma vítima do que hoje o Código Penal brasileiro classifica de ‘vingança pornô’. A boa notícia para quem gosta de histórias complexas é que a narrativa ainda arruma espaço para um pouquinho de teoria da conspiração.

Acredito que os roteiristas souberam trabalhar e fortalecer todos os pontos que tornam Law & Order: SVU tão boa em tratar de temas sociais relevantes. Os diálogos cheios de frases de efeito deixariam qualquer outra produção com astral clichê, mas não aqui. Essas estratégias do roteiro servem para relembrar o telespectador da autoridade moral que esse drama tem para ir direto ao ponto e não apenas cutucar a ferida, mas esmagá-la. Há algum problemas no que se refere às falas dos personagens coadjuvantes e convidados. A impressão é que estamos numa situação de copia e cola durante toda a temporada. A história é original, mas a forma de desenvolver os personagens continua exausta.

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Pensando alto (ou não)

Dance, Lies and Videotape Law & Order- SVU
Imagem: NBC/Divulgação

Outra questão que me incomodou foi o fato da direção ter pensado pequeno no que se refere a produção e glamour. Entendo que Leslie Hope, a diretora, não é Darren Aronofsky e nos brindará com um Cisne Negro tupiniquim. Contudo, acredito que teria incrementado (e muito) os dotes artísticos da produção ao trazer uma performance de balé ao final do episódio com a vítima como protagonista. Abriria a possibilidade da direção de arte ser um pouquinho mais ousada, tal qual a equipe de figurino, maquiagem e penteado. Sem contar com o apelo dramático que teria, não concorda? A redenção da protagonista diante da elite artística de Nova York.

Tenho que exaltar, como fazemos toda semana, o trabalho excepcional de Mariska Hargitay à frente desse elenco. É uma verdadeira força da natureza e guia o restante dos atores de uma forma impressionante. É um comando que a diretora se apoia em diversos momentos, principalmente nas cenas mais dramáticas, no intuito de salvar aqueles que não estão em sintonia. Patrick Page, que aqui interpreta o dono da companhia, é uma ótima presença, mas parece ter entrado no piloto automático ao reprisar seu personagem de Flesh And Bone, ótima minissérie de 2015 sobre…balé. E Ari’el Stachel roubou a cena mais uma vez, fazendo com que eu suplique para que ele esteja no elenco regular da próxima temporada.

Em suma, acredito que Law & Order: SVU melhorou (e muito) em comparação com o episódio anterior. Apresentou uma ideia clássica, com uma narrativa apoiada em questões atuais e relevantes. É verdade que ainda precisa melhorar nos diálogos, que continuam sem muita personalidade, mas a mensagem final combinada com a força impressionante de Mariska Hargitay tornam tudo melhor, mais aproveitável e delicioso de assistir.

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https://www.youtube.com/watch?v=PtSc5u8LTIc

Sobre o autor

Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.