Crítica: The Mandalorian retorna com excelente estreia para a 2ª temporada
The Mandalorian retorna com excelente episódio de estreia. Segunda temporada promete ser tão boa - ou melhor - que a primeira.
The Mandalorian está de volta! Agora como um sucesso de público, crítica, indicações ao Emmy e o dever de carregar Star Wars nas costas
Quando The Mandalorian estreou no ano passado, cercado de expectativas, uma porção de dúvidas pairava no ar. Apesar do poderio orçamentário, a Disney+ seria capaz de produzir uma serie que penetrasse a indústria televisiva? Apesar de todo o sucesso, Star Wars teria respaldo de um público cansado? O resultado foi inquestionável: The Mandalorian foi sucesso absoluto de público, crítica e prêmios. Chegou onde outros gigantes não chegaram. Enquanto a Apple morreu na praia, com o escasso brilho de The Morning Show, a Disney+ estabeleceu terreno em mais uma fatia da indústria.
Pois The Mandalorian, assim como tudo derivado de Star Wars, é um produto. Trata-se de um projeto criado e desenvolvido para gerar lucro, seja direta, com audiência constante, ou indiretamente, com materiais licenciados que vão de bonecos a pijamas. A grande sacada de Mandalorian, entretanto, é o carinho e respeito com os quais é feita. Diferente de A Ascensão Skywalker, por exemplo, que tropeçou feio ao encerrar a nova trilogia dos cinemas, a série da Disney+ manteve o respeito em primeiro lugar. Manteve-se fiel às origens e ao público que trouxe a marca até aqui.
The Mandalorian investe na simplicidade de Uma Nova Esperança e acerta em cheio
Neste sentido, entram as figuras de Jon Favreau e Dave Filoni, pessoas que entendem o universo de Star Wars e sabem o que o público deseja. Os easter eggs existem, mas eles não movem a trama. As conexões com a saga original estão presentes, mas não são o eixo da narrativa. The Mandalorian acerta, portanto, ao voltar às raízes. Ao invés de beber na fonte das novas trilogias, que consideram o excesso como algo positivo, a série entende que menos é mais, e assim se aproxima de Uma Nova Esperança, que contava com uma trama muito simples.
Assim como o primeiro capítulo da saga cinematográfica, a série da Disney propõe uma abordagem muito direta: sair do ponto A e chegar ao ponto B. Note que Mandalorian tem dois personagens centrais, sendo que um deles é um bebê alienígena que sequer fala. A narrativa do programa é objetiva e os coadjuvantes surgem para mover a história. O primeiro episódio da segunda temporada é um belo resumo do que é o projeto como um todo: Mando tem uma missão, precisa sair de um lugar e ir para outro, ao seu lado tem o baby Yoda e no destino encontramos um coadjuvante de destaque para ajudar na tarefa.
Episódios são pequenas cápsulas de diversão absoluta
Nesta perspectiva, The Mandalorian segue como uma bolsa de pequenas e imperdíveis cápsulas de diversão. Cada capítulo tem a sua história, fechada e bem estruturada, com pequenos detalhes que unem as partes. Um dos maiores frescores da série é não ter a obrigação de fazer parte da saga familiar dos Skywalker. Desta forma, os episódios da série acabam como experiências satisfatórias e completas, sendo aventuras dignas das telas de Cinema.
Capacidade técnica existe: a premiere do segundo ano enche os olhos. Dirigido por Jon Favreau, o episódio traz Timothy Oliphant e um dragão da areia digno de Duna. Responsável por sucessos como Homem de Ferro, Mogli e O Rei Leão, Favreau é um dos nomes mais podersos da Disney. Além disso, é um cineasta com notável apuro estético e que sabe o que pode funcionar tanto em um roteiro quanto na frente da câmera. O sucesso do baby Yoda, por exemplo, é uma das provas da visão poderosa do produtor. Em The Marshall, retorno da série para uma nova temporada, Favreau sabe exatamente quais pontos abordar e o que mostrar sem, com isso, exagerar no fan service.
Prova disso é o desfecho do episódio. Ao sugerir o retorno de Boba Fett (interpretado pelo mesmo ator que deu vida a Jango Fett, pai de Boba em Ataque dos Clones), Favreau estabelece uma das principais linhas narrativas do segundo ano. Sem diálogos expositivos ou referências escancaradas, o diretor/roteirista confia na inteligência e no amor do público pelo universo de Star Wars.
Estreia do 2º ano promete uma temporada tão boa ou melhor que a primeira
Assim, o pontapé inicial para uma nova temporada não poderia ser mais acertado. Investindo ainda mais nos efeitos visuais, Mandalorian segue com um show de fotografia e maquiagem, além de sempre surpreender com sua excelente trilha sonora. A grande diferença da primeira temporada para esta é que, agora, a série é um sucesso e baby Yoda é um fenômeno. O pequeno personagem, aliás, pode ser o trunfo ou a maldição do show. Os roteiristas e diretores precisam achar um equilíbrio para que baby Yoda não roube a cena e acabe pecando pelo excesso. Ver closes do personagem pode ser divertido e fofo, mas não pode quebrar o ritmo das cenas e a lógica da narrativa para arrancar um suspiro ou um riso.
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Prometendo uma temporada tão boa ou melhor que a primeira, The Mandalorian agora chega mais confortável e segura de si. Bem estabelecida no mercado e entre o público, a produção agora tem o mundo aos seus pés. O programa que surgiu como um derivado de Star Wars agora pode ser a salvação e o grande título da marca. A certeza é a de que estaremos ao lado de Mando e baby Yoda semanalmente para uma nova aventura.
The Mandalorian continuará a exibir, semanalmente, episódios inéditos no Disney Plus.
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