Stranger Things criou grande problema na Netflix

Não há dúvida de que Stranger Things 3 elevou a história das crianças de Hawkins, introduzindo um novo nível de diversão e oferecendo muito mais referências à cultura pop. Se alguma vez houve alguma dúvida de que o show tinha poder de permanência, esta temporada certamente colocou isso de lado e deixou os fãs ansiosos por respostas sobre os novos mistérios em andamento.

Uma das razões pelas quais a nova temporada funciona tão bem, entretanto, é que ela fez a nova narrativa do “Monstro no Shopping Starcourt” se encaixar perfeitamente na história que já conhecíamos. Na verdade, ao longo da 3ª temporada, há uma tonelada de pontos da trama que surgem diretamente das duas primeiras temporadas. Só que isso, a longo prazo, pode se tornar um problema. Afinal, até quando Stranger Things vai conseguir reciclar suas histórias?

Pensando nisso, separamos alguns pontos cruciais que, basicamente, Stranger Things vem repetindo desde o início na Netflix.

1. Hopper finalmente entende

Você pode pensar que Jim Hopper (David Harbor) ouviria Joyce (Winona Ryder) sem pensar duas vezes, depois de tudo o que eles passaram. Mas eis que em Stranger Things 3 ele mais uma vez ignora os avisos e preocupações de Joyce. Novamente, ele precisa sair e ver por si mesmo. Só assim ele passa a acreditar na mulher, que estava certa desde o início. Foi basicamente a mesma situação da 1ª temporada, quando ele pensou que ela estava louca por acreditar que o corpo não era de Will (Noah Schnapp), até que ele viu aquelas entranhas de algodão com seus próprios olhos.

2. É hora de um novo visual

As pessoas realmente adoram dar a Eleven (Millie Bobby Brown) uma transformação, não é? Na 1ª temporada foram Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) que vasculharam as coisas de Nancy (Natalie Dyer) para encontrar um disfarce apropriado para a garota – embora ainda não tenhamos descoberto de onde veio a peruca, já que Nancy nunca usaria isso. Então, na 2ª temporada, sua “irmã” Kali, também conhecida como 008, e seus amigos renegados deram a El um novo visual. E Stranger Things 3 mais uma vez viu Eleven experimentando alguns novos looks, depois que Max (Sadie Sink) a levou ao shopping e a encorajou a compor sua própria estética. Teremos que presumir que ela invadiu o cofrinho de Hopper para financiar essa aventura, hein?!

3. Um cupido em alerta

Murray Bauman (Brett Gelman) tem jeito com as palavras. Em Stranger Things 2 ele foi o anfitrião do encontro à meia-noite de Nancy e Jonathan (Charlie Heaton), depois de avaliar corretamente que os dois tinham atração um pelo outro e precisavam confessar esse fascínio. E, em Stranger Things 3, ele fez isso de novo. Desta vez, ele identificou Joyce e Hopper como a dupla cuja tensão sexual estava totalmente no ar, mesmo que ambos negassem. Entre sua teoria totalmente precisa sobre os russos e sua habilidade de chamar a atenção de um não-casal que provavelmente deveria apenas investir no amor, Murray Bauman é basicamente o observador mais confiável da série.

4. Steve leva uma surra 

As contusões de Steve Harrington (Joe Keery) sozinhas devem ocupar metade do orçamento de maquiagem para Stranger Things. Na 1ª temporada foi Jonathan quem destruiu seu rosto e, na 2ª temporada, foi Billy (Dacre Montgomery). Como se isso não fosse um dano suficiente para um cara sofrer, os russos também entraram na fila das agressões. Esperamos que ele tenha mais sorte no futuro.

5. Uma nova garota se junta à tripulação

Outro ponto repetido da trama em Stranger Things 3 é a introdução de uma nova garota no grupo que precisa ser informada do que está acontecendo em Hawkins. Na primeira temporada, foi Eleven que apareceu com toda a sua grandiosidade telecinética, mas não tinha ideia da vida fora do laboratório. E, na segunda temporada, foi Max quem acabou sendo convidada a se juntar à luta. A mesma coisa aconteceu novamente em Stranger Things 3, só que desta vez duas garotas se mostraram essenciais para a ação: a vendedora de sorvetes Robin (Maya Hawke) e a atrevida irmã mais nova de Lucas, Erica (Priah Ferguson).

6. Walkie talkies fracos

Assim como filmes de terror gostam de carros que não funcionam e portas que não abrem, Stranger Things geralmente usa os sinais de rádio embaralhados para aumentar a tensão. Lembre-se de quando o grupo só ouviu a voz de Will depois que Eleven finalmente encontrou a frequência certa na 1ª temporada. Ou quando Erica finalmente disse a Lucas que seus amigos estavam ligando para ele na 2ª temporada. Já na 3ª temporada, as coisas ficaram ainda mais difíceis quando Dustin tentou contatar Suzie-Poo para que ela lhe ajudasse num momento de vida ou morte.

7. Nancy sempre sabe em Stranger Things

Um dia as pessoas começarão a ouvir Nancy Wheeler, mas ainda não era o caso em Stranger Things 3, já que toda a equipe do jornal – incluindo Jonathan – se recusou a levá-la a sério sobre o caso do rato raivoso. Ninguém escutou Nancy na 1ª temporada, quando ela sabia que algo estava errado com Barb. E a dúvida também veio na 2ª temporada, quando poucas pessoas a levaram a sério, quando ela finalmente quis começar um #JusticeForBarb.

8. As muitas minimissões

Outro ponto importante de repetição em Stranger Things 3 é a forma como os arcos espalhados do show se juntam no último minuto, bem a tempo de um grande confronto com o monstro. Até então, as mesmas duplas de sempre – Joyce e Hopper, Steve e Dustin, Nancy e Jonathan, e Eleven e a gangue – estavam mais uma vez executando suas próprias investigações separadas. Eis que todas essas pistas convergiram para a grande luta mais uma vez.

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Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.

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