Lucifer tem final amargo e 6ª temporada fora do ritmo | Crítica
Adeus à Lucifer teve histórias bobas, que não lembram em nada o auge da série. Sentimento é de episódios "arrastados".
Lucifer encerrou na última sexta-feira, 10, uma corrida de 6 temporadas. Foram cinco anos de produção, sendo que os três últimos na Netflix. E pode-se dizer que a série termina sua trajetória com um grande feito na plataforma. Afinal, ela é a primeira a ser resgatada no streaming com base em uma extensa campanha de fãs – e que alcançou tantas temporadas.
No entanto, o saldo da sexta temporada foi bem amargo. Com alguns pontos até que interessantes, a jornada dos últimos dez episódios chegou a ser monótona e cansativa por muitos deles. Em certo ponto, a sensação era de que “vou terminar porque já cheguei até aqui”. Assim, faltou ritmo para as histórias finais do diabão da Netflix.
Sensação de improviso
Para quem não sabe, a sexta temporada foi meio que escrita às pressas. Isso porque os produtores tinham se organizado para terminar a série na quinta temporada chegando a, inclusive, desenhar um final definitivo nela. Mas a Netflix resolveu voltar atrás e renovou a série para mais uma temporada. Assim, tudo teve de ser reorganizado.
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Dessa forma, quando assistimos aos dez episódios finais, fica a impressão de que as histórias não têm a mesma qualidade das anteriores, causando uma sensação de que os episódios foram um grande “nada com nada”.
Lucifer tirou histórias desconexas para a sexta temporada
A essência que marcou Lucifer nos últimos anos não estava mais lá. Faltou diversão e ritmo.
Na história, Lucifer se tornou Deus, mas ele ainda não quer assumir o trono. Está “dando um tempo” e aproveitando o momento com Chloe. E, enquanto Decker ainda processa sua nova função, eles ainda tem tempo de contribuir em uma coisa ou outra com a polícia de Los Angeles. Só que, infelizmente, a parceria entre os dois para investigar não pôde ser vista, uma vez que Chloe desistiu do seu cargo.
Assim, ela em grande parte flutua na trama. E a sensação é de que existe a mesma coisa com o próprio Lucifer.
Para completar, ainda trouxeram uma filha do casal do futuro que, embora seja uma jovem adulta, insiste em fazer birra e brigar com Lucifer por coisas que ele ainda não fez. Antes o instruísse e o guiasse para que ele não cometesse os mesmos erros. Mas não. Ela só resolve ficar de cara fechada com falas chatas a todo momento que aparece.
Mais histórias bobas
Enquanto isso, os outros personagens também mergulharam em histórias bobas. Dan ficou como um fantasma vagando, simplesmente para o ator Kevin Alejandro aparecer – afinal, os produtores o mataram na quinta temporada, quando ainda não contavam com uma sexta.
Maze ficou presa à organização do seu casamento com Eva e em nada lembrou a personagem que fez o público se apaixonar. E pode-se dizer o mesmo de Ella, que perdeu o brilho e a diversão de sua inocência, com os roteiristas forçando uma história de que ela “sempre soube” e só agora ela não aguentou mais segurar suas teorias. Além disso, Ella ficou irritada por ficar de fora do clubinho deles, e isso partiu seu coração. Fiquei triste pela personagem, porque ela merecia mais.
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Amenadiel e Linda também flutuaram na trama, quase que sem função. Ao menos, o fato do anjo ter se tornado policial gerou um bom episódio sobre racismo, que para mim foi o único que prestou.
Final amargo de Lucifer
Os instantes finais engata para uma bonita despedida, mas a sensação é de que tudo isso poderia ter sido organizado em apenas mais um episódio – ou até mesmo 30 minutos. Não havia necessidade de mais uma temporada e a a jornada para alcançar a conclusão foi cansativa.
Infelizmente, Lucifer se despede com uma temporada final desnecessária. Mas, ao menos, a sua trajetória como um todo serviu para marcar uma história na TV. Sentiremos saudades, Lucifer Morningtar, embora a sensação ao fim da sexta temporada foi “graças a Lucifer, acabou!”.
Nota: 2.5/5