Alice in Borderland: 3ª temporada cria o seu maior risco

Alice in Borderland foi um sucesso, mas já contou toda a história que tinha para contar. Caso retorne, terá que inventar novas histórias.

Alice in Borderland: 3ª temporada cria o seu maior risco
Alice in Borderland: 3ª temporada cria o seu maior risco

A provocação do cartão Joker no final da segunda temporada de Alice in Borderland é o maior e mais promissor risco do programa. Como Arisu sugeriu no início da segunda temporada, vencer todos os jogos de Face Card trouxe as respostas que tanto os jogadores quanto o público estavam procurando. “Borderlands” era a fronteira entre a vida e a morte, assim como no mangá. Mas a série Netflix diferia da história original em grande parte.

Até o final da 2ª temporada, o show seguiu o mangá muito de perto. Apenas alguns jogos mostrados na adaptação live-action da Netflix não se originaram do mangá. E a maioria dos momentos-chave da história original foram incorporados à série. Talvez a diferença mais significativa entre o mangá e o show Alice in Borderland tenha sido o cartão do Coringa no final da segunda temporada.

Imagem: Netflix/divulgação

Continuar Alice In Borderlands da Netflix além do mangá pode arruiná-la

O suspense do cartão do Coringa da 2ª temporada de Alice in Borderland sugere que o show está aberto para continuar a história, especialmente porque o Coringa tem apenas um pequeno papel no mangá. Isso cria um problema, já que a série já adaptou o mangá em sua totalidade, o que significa que a terceira temporada teria que ser uma história original. As adaptações do livro para a tela, como a 8ª temporada de Game of Thrones, provaram que continuar a história além do material de origem pode ser arriscado, especialmente se a história já se tornou complicada. Portanto, o acontecimento da terceira temporada de Alice in Borderland poderia facilmente arruinar o show.

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O maior problema com a 3ª temporada não é apenas que ela teria que criar uma história original, é que o final da 2ª temporada já serviu como uma conclusão completa para as jornadas de Arisu, Usagi e os outros personagens. Enquanto a Rainha de Copas zombava das teorias populares do mangá, não houve nenhuma reviravolta surpreendente nas páginas finais do livro. Arisu acordou no mundo real depois de passar cerca de um minuto na fronteira entre a vida e a morte. Nem mesmo a sequência do mangá, Alice in Borderland Retry, recontou o final feliz de Alice in Borderland de Arisu e Usagi.

Imagem: Netflix/divulgação

Por que a terceira temporada ainda pode funcionar

Uma terceira temporada seria arriscado, mas ainda poderia funcionar. Esta tem sido uma série bastante popular desde a 1ª temporada, e seu forte conjunto de personagens seria suficiente para sustentar uma 3ª temporada divertida. Um 3º ano, por exemplo, poderia responder a perguntas que nem mesmo o mangá original respondeu, como sobre vontade nas Borderlands, o que por si só poderia ser suficiente para justificar uma continuação. A terceira temporada de Alice in Borderland também pode mostrar como os personagens estão lidando com essa segunda chance na vida. Isso é algo que o mangá realmente explorou para Arisu e Usagi em Alice in Borderland Retry.

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Se a terceira temporada acontecer, enfim, a melhor maneira seria como uma nova versão da história de Arisu e não necessariamente como uma sequência dos eventos do mangá. Até agora, Alice in Borderland justificou suas mudanças em relação ao mangá. Assim, apresentou uma história que funciona tanto para quem conhece o material original quanto para quem não conhece. Esta, então, é uma abordagem que deve continuar se o programa for renovado por mais uma temporada.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.