Os bastidores de Scandal: curiosidades por trás das câmeras
Com a série chegando ao fim na próxima quinta-feira (19), os Bastidores de Scandal não poderiam ficar de fora da nossa coluna.
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Há séries que mudaram a televisão. Há outras que ajudaram a tornar a indústria um pouquinho pior e mais preguiçosa. Outras se tornaram um divisor de águas quanto a forma de produzir um drama. Scandal poderia ser enquadrada nessas três opções dependendo do seu ponto de vista.
Porém, há algo que sempre me chamou muita atenção: sua protagonista. Isso porque até 2012, ano do lançamento, a TV aberta estava engatinhando em apoiar mulheres fortes à frente das suas próprias histórias. Brevemente, consigo lembrar de Meredith Grey, Addison Forbes, Olivia Benson, Roseanne Conner, Grace Adler, Alicia Florrick e as divas do subúrbio de Desperate Housewives.
Pode parecer muito, mas se tiver que listar a quantidade de séries lideradas por homens (e na maioria das vezes brancos) acredito que terei que escrever um livro. Olivia Pope é muito mais do que uma mulher negra poderosa que conhece os meandros de Washington D.C.. Ela é uma força da natureza. Que numa cena é vulnerável como a amante do homem mais poderoso do mundo, mas minutos após está pronta para encobrir o assassinato da amante do líder da minoria do Senado. Nada nefasto ou incoerente, até porque o chapéu branco sempre foi um acessório necessário.
Aprendemos conceitos básicos sobre relações públicas, administração de crise e que há diversos tons de cinza entre o preto e o branco. É verdade que a série enfrentou problemas, tropeçou em conceitos e apelou para clichês quando precisava de fôlego. No entanto, sabendo que Scandal termina nesta quinta-feira (19) e que estamos com saudades desde já, a coluna Bastidores desta semana é dedicada para um dos principais dramas dos últimos anos. Preparados?
Prazo de validade
Na mesa de leitura do episódio piloto, Shonda Rhimes foi direta. Afirmou para Bellamy Young (Mellie) que seu arco na série seria curto e ela sairia após quatro ou cinco episódios. Tal imprevisibilidade fez com que Joshua Malina (David Rosen) sempre lesse a última página do roteiro para ter certeza de que ele não morreria no final. Sabendo disso, Shonda pregou uma peça no ator e num dos textos entregues a ele a morte do seu personagem estava descrita com riqueza de detalhes.
Nada de empréstimo, mas com progresso
Um dos responsáveis pelos figurinos maravilhosos de Scandal, Lyn Paolo, se negou a pegar roupas emprestadas de designers de moda famosos. Ao invés disso ele requisitou que todas as peças fossem compradas uma vez que elas seriam constantemente reutilizadas. Além de reaproveitáveis, os figurinos também eram inteligentes. As cores das roupa da Olivia são representativas da progressão do seu personagem.
Entre as temporadas 1-3 está quase sempre em branco para representar o tema de “chapéu branco”. Depois de seu sequestro na 4ª temporada ela passa por uma fase onde veste mais preto. Já a 5ª temporada mostra sua fase mais ousada, onde veste predominantemente vermelho pelo fato de ter mais energia e estar com fome/sede de sangue e por a influência do Rowan sobre ela.
Olivia Pope da vida real
Pode parecer incrível, mas Olivia Pope foi baseada numa pessoa real: Judy Smith (ao lado), descrita como “uma expert em gerenciamento de crise”. Mesmo desconhecida para o grande público, mas ela ajudou a restaurar a reputação de celebridades envolvidas em escândalos de diferentes proporções. Monica Lewinsky, Kanye West, Gen. David Petraeus, Michael Vick e Rob Lowe.
Onde ela aprendeu o ofício? Era vice-secretária de imprensa da administração de George H. W. Bush. durante as escandalosas audiências de Anita Hill no Senado americano acusando o então nomeado à Suprema Corte, Clarence Thomas, de assédio e abuso sexual. De acordo com o USA Today, Judy foi contratada pela Sony para guiar a empresa durante os ataques de hackers de 2014.
Todos querem ser Olivia Pope
Kerry Washington não foi a primeira opção para ser Olivia Pope. Nem de longe. A ABC queria que Connie Britton, à época fresca do sucesso retumbante da última temporada de Friday Night Lights, fosse escalada como protagonista. Shonda Rhimes queria uma atriz negra à frente.
Com o impasse, a emissora liberou que uma audição fosse feita para escolha da intérprete da personagem título. Quem apareceu? Gabrielle Union, que em breve ganharia o papel da sua carreira em Being Mary Jane. E Taraji P. Henson, que depois faria um sucesso estrondoso com Empire. Rejeitadas, todas afirmaram que estavam “muitos felizes” com a escalação de Kerry.
Um brinde à falsidade
Olivia e Rowan afirmam diversas vezes saberem muito sobre vinho, mas para começo de conversa eles mal sabem como segurar uma taça. Segurar a taça de vinho tinto é um método aceitável para se beber vinho tinto. É o vinho branco (que os dois nunca bebem) que é segurado pela haste para não aquecer o vinho por segurá-lo. Em última análise, é preferência pessoal como segurar uma taça enquanto se bebe vinho.
Persona non Grata
Por motivos ainda não revelados, a ABC não queria Scott Foley no elenco de Scandal. Entretanto, a vontade de ter o ator na série era de Shonda Rhimes que pediu para que a emissora reconsiderasse. Depois de muita insistência, eles foram convencidos de que era sim, uma boa ideia escalá-lo como Jake Ballard.