Os bastidores de Seinfeld: curiosidades por trás das câmeras
Na penúltima coluna Bastidores deste ano, teremos um olhar todo especial sobre Seinfeld. Uma série de comédia que marcou geração e estabeleceu padrões.
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Não há uma comédia que tenha marcado mais na sua geração do que Seinfeld. Peço desculpas a todos aqueles que pensam de forma contrária, mas eu realmente não consigo lembrar de uma comédia tão forte, tão potente e singular como essa para sua geração. Seu legado é tamanho que ainda hoje temos comédias sendo produzidas aos moldes de Seinfeld, assim como piadas parecidas e formato semelhante.
Seus protagonistas, Julia Louis-Dreyfus principalmente, ainda são nomes importantes da comédia atual e continuam nos fazendo rir sempre que possível. Além da qualidade e do legado, o que no cenário atual está longe de qualquer sonho, não podemos deixar de notar a quantidade de prêmios conquistadas à época, o que é praticamente inimaginável nos dias de hoje por parte de uma produção da TV aberta.
São por esses e outros motivos que a série é o tema do Bastidores desta semana. Será que tem muita curiosidade que a gente não sabe?
Dormientibus Non Sucurrit Ius
Michael Costanza, um amigo de Jerry Seinfeld, a quem George foi nomeado, entrou com um processo de um milhão de dólares contra Seinfeld, Larry David e NBC. Sua alegação? Invasão de privacidade e difamação. Costanza pedia por indenização, uma vez que a série suposta usava da suas características de forma jocosa.
O caso foi arquivado sob a alegação de prescrição, já que Costanza não deu início ao seu processo no prazo de um ano desde a estreia da comédia em 1989.
A vida como ela é
Soup Nazi (Larry Thomas) foi baseado numa pessoa real, Al Yeganeh, e na sua barraquinha de sopas em Manhattan. Assim como na sitcom, seus pratos eram conhecidos pela qualidade. Mas Yeganeh também era famoso pela forma curiosa na qual ele tratava seus clientes. Ao invés de chama-lo de nazista, empresários próximos chamavam-o de terrorista. O motivo? Presume-se que eles sabiam que Yeganeh nascera no Irã, não na Alemanha.
Yeganeh ficou tão irritado pelo episódio (Seinfeld: The Soup Nazi de 1995), que ele proibiu o uso de usar certas palavras no seu restaurante. Até mesmo a mais simples das referências na série, lhe deixavam chateado. O aborrecimento era tamanho que quando alguns membros do elenco e da equipe de roteiristas brevemente visitaram o restaurante após a exibição do episódio, Yeganeh esbravejou que a série arruinou sua vida.
Quando a vida lhe dá limões….
O personagem de Cosmo Kramer foi baseado em Kenny Kramer, um homem que trabalhava do outro lado do corredor do co-criador de Seinfeld, Larry David. Diferentemente de Michael Costanza, Kramer viu a possibilidade de ganhar dinheiro com a popularidade que de repente estava recebendo.
Por isso ele criou Kramer Reality Tour, um tour oficialmente reconhecido pela cidade de Nova Yokr, que visitava as locações reais da comédia. Na temporada exibida em 1997, as memórias de Cosmo Kramer seriam publicadas. Novamente, ele quis fazer um dinheiro extra e criou outro tour, o Peterman Reality Tour, que oferecia uma volta pelas locações presentes no seu livro.
Precisamos de reforço
O figurino de Kramer (Michael Richards) era basicamente composto de roupas das décadas de 1960 e 1970, contudo a intenção nunca foi em torna-lo um ícone de moda retro. Tanto que em diversos momentos, sugeria-se que ele não comprava roupas novas há muito tempo.
As calças, em particular, eram sempre um pouquinho menores. Nas temporadas seguintes, era cada vez mais difícil encontrar roupas apropriadas e que servissem. O motivo? O personagem estava cada vez mais velho e sua popularidade aumentava a cada temporada.
A solução encontrada pela produção foi contratar um alfaiate e um figurinista para cuidar exclusivamente de Kramer. Como precaução eles criariam roupas reserva no intuito de garantir que nada se perdesse em cenas mais físicas.
Admirador famoso
Numa entrevista, John O’Hurley (Peterman) relembrou ter comparecido a uma festa de quarenta anos de um amigo e ser reconhecido no buffet. Um homem teria ido até ele e dito “isso seria razão para arquivamento,” uma das frases de efeito de J. Peterman.
Durante a conversa deles, O’Hurley descobriu que o homem não era só um fã incondicional da comédia, como também do catálogo de J. Peterman. Sua apreciação era tamanha que ele sabia as descrições do item de cor. Por isso ele agradeceu O’Hurley por finalmente dar voz para usar nas leituras de catálogo.
Quem era o homem? Ninguém menos que Tom Hanks.