Com tema clássico, 23×11 de Law & Order: SVU mostra que nem tudo é o que parece
No episódio de Law & Order: SVU desta semana, temos uma revelação surpreendente e (enfim) um retorno às origens.
Law & Order: SVU, no auge dos seus 23 anos no ar, não cansa de surpreender com as histórias certas. Nos primeiros momentos, estava certo que teríamos um episódio com tema tradicional. Algo que a série vem trabalhando desde seu ano inaugural.
Contudo, graças à boa vontade e genialidade do roteiro, o drama vai além dos clichês e propõe uma análise minuciosa dos tradicionais cinquenta tons de cinza. Não aquele da safadeza de E.L. Jame, mas sim de que nem tudo é o que parece ou não é tão simples para compreender. Por isso, fique conosco que vamos entender juntos a proposta.
Em “Burning with Rage Forever“, um garoto sai de casa sem o consentimento dos pais para se encontrar com um gamer. O problema é que a identidade da pessoa não é quem ele pensa. O garoto é, na verdade, um homem adulto que lhe busca por segundas intenções. Chegando na casa, dito e feito, o garoto é violentado de todas as formas: sexualmente, fisicamente e psicologicamente. Horrível. A família do jovem, cega por raiva e desejo de vingança, buscará fazer justiça com as próprias mãos. Contudo, nem tudo é o que parece ser.
Difícil de assistir
O mérito do episódio é justamente de afastar demagogia, populismo e paixões, e focar no seu objetivo: contar uma história complexa sobre um tema difícil de tratar. Depois de algo difícil como crimes de ódio, o roteiro propõe um retorno às origens, ao apresentar uma história complexa de pedofilia.
É difícil assistir. E isso é um acerto da direção, ao ser cuidadosa e respeitosa aos detalhes. O garoto entrando no carro, questionando o criminoso sobre seu filho, seu resgate até a identificação do pedófilo são de revirar o estômago. É nojento e muito duro de assistir, confesso.
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Mérito total do trabalho de qualidade da diretora Mary Lambert. Profissional que, aliás, faz sua estreia na equipe da série. Faço votos para que retorne logo. Ressalto ainda a coragem do roteiro em misturar drama familiar com uma trama policial tão difícil como essa. Os pontos fortes ficaram claros.
O mesmo pode ser dito dos (pequenos) problemas no que se refere a rápida conclusão e ao súbito arrependimento do segundo criminoso. Seria uma excelente oportunidade para um arco de dois episódios? Seria, mas lembro que estamos na NBC e não na HBO.
Pequeno, mas significante
Não posso deixar de ressaltar algo pequeno, porém extremamente significante o que vimos aqui. O episódio começou com o filho da Olivia (Mariska Hargitay), Noah (o excelente Ryan Buggle), numa cena estranhíssima em que ele era obrigado a se fingir de cachorro. Confesso que esperava algo na linha de bullying, o que seria perfeitamente aceitável, uma vez que é um dos temas abordados pela série. A primeira impressão estava certa. Contudo, serviu como uma ponte para algo muito melhor, interessante e francamente surpreendente.
É evidente que não falarei o porquê e o que é, você vai ter que assistir. Sendo assim, este episódio de Law & Order: SVU foi incrivelmente surpreendente. Foi um retorno às origens que, francamente, poderia ser recorrente. Mostrou maturidade e diversidade. Assim como, principalmente, muita qualidade. Sendo assim, até a próxima semana!
Nota: 3.5/5