Crítica: 21×13 de Law & Order: SVU teve ótimas ideias, mas que se perderam
Mesmo com ótimas ideias, o 21x13, batizado de Redemption in Her Corner, de Law & Order: SVU peca ao ser seduzido pelo lugar comum.
Vendo predadores por toda parte
A frase acima é um dos diálogos de Law & Order: SVU que me fizeram pensar no quanto que a série me influenciou no decorrer desses anos, e mudou minha visão basicamente sobre tudo.
Não é brincadeira. Assim como não é briga de casal. Muito menos ‘coisa de homem’. São predadores. Eles são feminicidas. São homens violentos. Em Redemption in Her Corner temos uma amostra de que eles estão realmente por toda a parte, incluindo dentro de casa. Para tornar o episódio mais impactante, temos o roteiro investindo numa participação maior de Kat (Jamie Gray Hyder), que parece ser uma jovem Olivia Benson (Mariska Hargitay) quando começou a trabalhar no departamento de vítimas especiais lá em 1999. Law & Order: SVU.
O episódio começa de uma forma deliciosa, maravilhosa e nostálgica: Rafael Barba (Raúl Esparza) conversando com Benson para saber como estão as coisas em Nova York. Afinal, o ex-promotor está perdido em Iowa trabalhando com fraude eleitoral. A história se volta para uma grande luta de boxe na qual Kat participará. Entre idas e vindas, nós percebemos em questão de minutos que o caso de abuso encontra-se naquele academia e é alguém (bastante) conhecido da detetive Kat. Logo aparece a primeira dúvida: será que Santos (Daniel Zacapa), o treinador, é o abusador? Seria muito óbvio, não é mesmo? Mas quando se trata de Law & Order: SVU, nada é o que parece ser.
Boas ideias que se perdem no lugar comum
Embora idolatre essa série por trazer histórias fortes e impactantes semanalmente, acredito que Redemption in Her Corner trouxe o roteiro jogando na sua zona de conforto. A reviravolta presente em alguns pontos do episódio não serviram para prender o telespectador, mas sim para mostrar que, talvez, a melhor decisão seria criar um especial de dois episódios, promover mais drama e forçar com uma sequência de tribunal. Isso porque durante o desenvolvimento do episódio ficou um tanto óbvio o que tal reviravolta significaria mais a frente, assim como a mensagem ao final do episódio. Pareceu-me, infelizmente, que existiu uma certa má vontade em sair da superfície e trabalhar as questões mais a fundo.
O conflito entre Benson e Kat foi interessante uma vez que me lembrou a energia que a própria Olivia tinha no início da carreira. Esmurrar predadores e prender pedófilos a qualquer custo, danem-se as normas, leis e regulamentos. Contudo, assim como a história principal, também acredito que existiu uma espécie de falta de vontade de ir mais a fundo no relacionamento das duas. Porque não investir em bons diálogos e fazer o telespectador voltar ao passado? Talvez teria proporcionado uma chance da própria Jamie Gray Hyder evidenciar sua qualidade como atriz, uma vez que tem ficado no piloto automático desde quando entrou para o elenco regular no início dessa temporada.
Em suma, acredito que o problema de Redemption in Her Corner é normal em toda série de uma certa idade. Grey’s Anatomy entrega episódios com alto potencial, mas que se perdem no lugar comum. Assim como a franquia Chicago, NCIS e a sempre ótima Blue Bloods. Resta saber se os roteiristas dos próximos episódios estarão dispostos a trazer perspectivas diferentes a situações, infelizmente, tão comuns na vida de mulheres em Nova York e no restante do mundo.