Crítica: 2ª temporada de Titãs está melhor, mais violenta e madura
Crítica da segunda temporada de Titãs, série da DC Universe que no Brasil é exibido na Netflix. Temporada apresentou surgimento do Asa Noturna.
Os Titãs estão de volta, manés!
A trupe dos Titãs está de volta para sua segunda temporada na Netflix, e a série da DC Comics não poderia estar melhor. Em seu segundo ano, a atração mostrou uma incrível evolução de trama, trazendo uma abordagem mais violenta e, ao mesmo tempo, mais madura.
Agora, com uma conexão consolidada entre os novos membros da equipe de heróis, Dick Grayson tem uma importante missão junto de Estelar, Ravena, Mutano, entre outros.
Legião dos heróis!
Após superar toda aquela trama envolvendo Ravena – algo que pode ter soado arrastado durante a primeira temporada, os novos episódios de Titãs mostram-se bem mais superiores à leva anterior. Talvez, porque agora eles possuem um propósito enquanto equipe, criando tramas que despertam o espectador a cada momento.
Neste ponto, Dick Grayson entendeu que precisa ser algo além de Robin – motivo o qual o leva a queimar seu traje. Ele já passou da fase de ser um “ajudante”. Agora, precisa assumir a posição de mentor, buscando fazer pelo próximo algo que um dia Batman o fizera para ele. Aliás, uma das decisões acertadas da temporada é a inserção de Bruce Wayne que, mesmo tendo uma interpretação controversa do ator Iain Glen, se fez presente de forma positiva.
Uma das críticas para a série é a troca de tom constante que ela apresenta, indo do sombrio ao leve em frações de segundos. O que muitos enxergam como defeito, ressalto como qualidade. Não acho que Titãs tem a dificuldade de se encontrar mas, justamente, uma facilidade em ser versátil. Isso acaba dando oportunidade para a série explorar muitas histórias interessante e o melhor: de forma envolvente.
A jornada de Dick Grayson em Titans
Se havia alguma dúvida, na segunda temporada fica claro que tudo isso é sobre a jornada de Dick Grayson enquanto herói. Ele é o grande protagonista, e ele é a cola de todas as histórias. Portanto, os treze episódios seguem um arco claro e proposital que coloca o ex-Robin inseguro no começo, e entrega um final com um líder melhor e confiante.
É apropriado (e nem considerado um spoiler) dizer que a corrida da segunda temporada é coroada ao final com a transformação de Dick em Asa Norturna – a persona que ele assume em sua fase adulta nos quadrinhos da DC Comics. Finalmente, a série entregou uma versão em live-action do personagem que há anos merecia atenção, e a sensação de certa forma é “missão cumprida”.
Equipe consolidada… em partes
Dick saber que precisa ser um mentor não significa necessariamente que ele sabe como fazer. Batman teve momentos intensos com Dick, ao longo dos anos, e isso resultou em muita raiva acumulada que em certo momento o transformou em um ser extremamente violento. Dessa forma, ele tenta não repetir alguns erros, da mesma forma que tenta descobrir novos acertos.
Mas a equipe tem suas fragilidades, principalmente quando referimos aos membros antigos como Columba, Rapina e Donna Troy. E toda essa mágoa que os ex-Titãs carregam é explorada com flashbacks que mostram a época desta primeira equipe, dando oportunidade para personagens como Aqualad aparecer.
O roteiro, além disso, dá oportunidade para outros personagens brilharem como o Superboy Connor Kent, o Super Cão, e claro, Slade Wilson, que mais uma vez se mostra um poderoso personagem da DC Comics. Se outrora, ele foi o responsável pelo sucesso da segunda temporada de Arrow como o vilão principal, aqui o Exterminador repete o feito. É dele grande parte das cenas mais emocionantes da temporada, entregando um duelo a altura que a série merece.
Trajetória tem conclusão com sucesso
Logo, a segunda temporada consegue coroar a história de Dick e dar a ele seu renascimento triunfante como um super-herói. O ator Brenton Thwaites ainda transmite isso em sua performance de forma incrível. O processo em si pode ser volumoso, mas a maneira como Dick se comporta mostra um homem que finalmente se libertou dos encargos psicológicos que carrega há anos.
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As longas cenas com Bruce Wayne ajudaram a vender ainda mais essa transformação. Suas interações mostram um pai e um filho separados finalmente fazendo paz um com o outro e servem como um contraste muito necessário para a escuridão e brutalidade da disputa entre Dick e Bruce na 1ª Temporada.
Da forma como Titãs se considera uma série de super-heróis, também é sempre bom termos um material focado em Dick Grayson. A estreia de Dick como Asa Noturna e a reconciliação com Bruce Wayne encerram uma jornada bem realizada nesta segunda temporada.
No entanto, o último episódio da temporada acaba não fazendo muito jus ao que o segundo ano significou de fato. Tudo foi resolvido rápido demais, para um conflito tão rico quando o mostrado da família Wilson, fixando em uma batalha muito mais avassaladora com Cadmus. Talvez, este seja o preço a se pagar em insistir a contar histórias de muitos personagens. Mas é algo que pode ser corrigido na vindoura terceira temporada, e que não estraga a experiência como um todo.
Titãs é uma série que definitivamente vale a maratona, dando gosto de ver produções de heróis ainda em alta.